Capítulo 12.

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Na casa do meu pai, organizo minhas coisas no meu quarto. Coloco minhas roupas no armário, e meus itens de higiene no banheiro. Visto shorts e uma blusa sem mangas, afinal estava calor demais para continuar de calças jeans.

- Onde está o papai? – Pergunto quando vejo minha irmã sozinha na cozinha.

- Está no escritório. – Concordo e me sento num banco em frente ao balcão da cozinha.

- Como estão as coisas por aqui?

- Está tudo bem. Papai tem se envolvido bastante com as coisas do restaurante e tem ocupado a cabeça a maior parte do tempo. Eu estou correndo com as coisas da faculdade. Nada de novo. – Ela levanta os ombros e sorri pra mim. – E você? Como está o trabalho, e os meninos?

- Estão todos bem, e continuamos nos encontrando todo final de semana; inclusive, eles mandaram muitos beijos e um convite para você ir nos visitar. A Belinda finalmente casou, no sábado. E o trabalho... – Respiro fundo. – É, está tudo bem.

- Ih, pelo visto não tão bem assim. – Balanço a cabeça. – O que aconteceu? – Ela pergunta preocupada.

- Com o trabalho em si está tudo bem. A empresa está indo bem, recuperamos a perda e estamos lucrando, e tudo está caminhando no rumo certo. Mas... – Parei de falar.

- Ei, não precisa ter medo de falar. Sou só eu. – Sorrio para ela e suspiro.

- Eu me envolvi com o meu chefe. – Ela levanta as sobrancelhas.

- Com o seu chefe? Aquele que você odiava?

- É. – Concordo com a cabeça e ela levanta as duas sobrancelhas e arregala os olhos.

- Como isso aconteceu? – Ele pergunta rindo.

- Não sei. Só aconteceu. Nos beijamos, passamos a noite juntos, e depois fingimos que nada aconteceu na empresa. – Suspiro.

- E você gosta dele? Como que você se sente em relação a ele?

- Eu não sei. Talvez sim, talvez não. – Bufo. – Eu estou tão confusa! – Ela sorri e segura minha mão.

- Você sabe sim, e você sabe que você sabe. – Ela ri. – Só não quer admitir para si mesma o que você está sentindo.

- Quando foi que você cresceu e virou uma mulher adulta? – Ela revira os olhos e sorri. – Mas isso tudo me incomoda, sabe?

- Por quê?

- Porque ele é meu chefe, trabalhamos juntos. E... eu não quero ser usada. A situação já está estranha entre nós, e eu tenho medo d o quanto pode piorar. Além do que eu não quero ser vista como aquela que ficou com o chefe.

- Eu entendo você, mana! Bom, fala isso para ele. E coloca um ponto final nisso. – Nego com a cabeça.

- Nós não temos nada, teoricamente. Passamos duas noites juntos. Não tem como terminar uma coisa que nem começou. Quer dizer, eu nem sei como isso foi acontecer. – Me apoio na bancada e ela ri.

- O que aconteceu? – Meu pai aparece na sala.

- Digamos que eu fiz uma coisa que não devia, e me meti em uma encrenca. – Meu pai se aproxima de nós e levanta as sobrancelhas.

- Bom, pensei não iria viver para ver isso.

- Pai! – Rio e minha irmã revira os olhos sorrindo.

- O que de tão grave pode ter acontecido para te deixar com essa carinha desanimada?

- Eu me envolvi com a pessoa errada...

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