C͜͡a͜͡p͜͡í͜͡t͜͡u͜͡l͜͡o͜͡ - V͜͡

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Boa noite abelhinhas

(vou chamar vocês assim, amaram?)

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Depois de ter passado quase toda a noite em claro, sem a volta de Bruno para casa, Bianca, nas poucas horas que dormiu, excedeu seu horário. Levantou às pressas para tomar um banho e vestir-se, sem tempo de passar qualquer maquiagem para cobrir as olheiras, mal se olhou no espelho e nem se deu conta de que estavam roxos os​ lugares onde Bruno havia apertado com certa força causada pelo descontentamento em saber que seus sentimentos não eram recíprocos.

Andrade passou horas pensando se levaria esse caso à polícia ou não, tinha dado conta que foi sim uma agressão e isso deveria causar consequências para Bruno, mas considerou o fato de ele jamais ter feito isso antes e pelo estado em que estava nem ter se dado conta do que estava fazendo. Ainda estava intrigada com o ocorrido, mas ponderou ser só dessa vez, e esperava que algo do tipo jamais ocorresse novamente.

Chegou no hospital, fez todos os procedimentos com os pacientes já internados e precisou atender mais alguns com casos não tão graves. Deixou Rafaella por último pelo fato de lhe sobrar mais tempo.

Pegou a pasta com os resultados dos exames e caminhou a passos largos até o quarto da loira. Imaginou que seus pais ou Gizelly estariam ali para vê-la, então deu as três batidas leves na porta, como sempre fazia, e abriu devagar, encontrando Rafaella sozinha, concentrada no caderno apoiado sobre sua perna sem gesso que estava dobrada.

Rafaella desviou o olhar de onde estava focado e encontrou os olhos de Bianca.

— Achei que tinha abandonado sua paciente.

— Deixei você por último de propósito. — Bianca sorriu. — Aqui estão os resultados dos seus exames. — Ergueu a pasta que estava em suas mãos e caminhou até a mesinha ao lado da cama.

— E então?

— Vou olhar agora — disse abrindo a pasta. Analisou cada folha que estava ali dentro e olhou para Rafaella que mantinha um olhar ansioso sobre a médica. — Promete seguir tudo que eu lhe pedir?

— Isso significa que posso ir para casa? — Abriu um sorriso carregado de uma mistura de esperança com ansiedade.

— Só se prometer. — Bianca sorriu junto.

— Eu juro!

— Então amanhã você pode ir para casa, desesperada.

— Não consigo acreditar nas palavras que acabei de ouvir — Rafaella pronunciou com os olhos fechados, causando um sorriso despercebido em Bianca por ver o jeito tão amável da mulher à sua frente.

— Vou prescrever suas obrigações depois. E eu saberei caso não esteja fazendo como mandei.

Rafaella assentiu e seus olhos pararam nos braços da morena que tinham manchas roxas não existentes na noite de ontem antes de Bianca deixar seu quarto.

— Está tudo bem com você? — perguntou voltando a focar em seu rosto. Bianca assentiu ainda tirando os remédios de Rafaella dos frascos.

— Esqueci de pegar a água, como sempre.

Saiu do quarto sem olhar para Rafaella direito. Depois de ter contado sobre sua vida para a paciente, sabia que não conseguiria guardar por muito tempo as coisas que aconteceram na noite passada, e por enquanto preferia deixar só para si. Rafaella havia a ouvido mas não precisava saber de mais problemas seus.

As Folhas do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora