Hey abelhinhas
Como estamos?
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Tomar a decisão de algo relativamente grande dessa forma estava mais difícil do que sempre imaginara. Tinha seis dias e poderia ainda não aceitar após a reunião, caso fosse fazê-la, porém, estava inconscientemente pressionando a si mesma para tomar essa decisão o mais rápido possível. De um lado dava vontade de suspirar só de se imaginar na frente de uma sala de aula falando de uma das coisas que mais a fazia feliz, era uma porta aberta para um sonho se realizar. Do outro lado, seu coração apertava ao pensar que sete meses longe poderia trazer mudanças que não gostaria que acontecesse. Olhar Bianca ressonando em seus braços com nítidos sinais de cansaço seria capaz de fazê-la facilmente abrir mão de qualquer coisa. Não imaginava um dia sequer em que a morena não estivesse bem e não pudesse estar presente para fazer qualquer coisa para fazê-la melhorar, nem que fosse só estar ali em silêncio, a mantendo próxima ao seu corpo numa tentativa de transmitir segurança.
Inalar o cheiro do condicionador de Bianca, a fez desejar, como em todas as noites, não precisar nunca mais sair dali.
O mesmo desejo se fez presente quando, ao tentar se mover na cama, Bianca percebeu que seu corpo estava envolto por dois braços que a abraçavam de um modo que parecia que não a soltaria nunca mais. Não se importaria se isso realmente acontecesse. Virou devagar seu corpo, sem tirar os braços de Rafaella de sua cintura, e aconchegou mais seu corpo no outro. Seus lábios involuntariamente formaram um pequeno sorriso ao sentir o arrepio causado pela respiração da loira em sua nuca. Ainda era inacreditável a paz que aquela mulher trazia para si.
Teve a sensação de que o despertador tocou assim que fechou os olhos novamente. Esticou-se para alcançar o celular sobre o criado-mudo e ouviu Rafaella murmurar algo e apertar mais os braços em torno do seu corpo.
— Desliga — murmurou de novo.
— Se você deixasse...
Rafaella a soltou, lhe permitindo alcançar o celular e desligar o despertador. Voltou para mais perto, ficando de frente para a loira, acariciando seu rosto com as pontas dos dedos. Era tão bom poder se apaixonar pela mesma pessoa todos os dias e cada dia mais. Kalimann despertava em si coisas tão puras que antes só conhecia de ouvir falar.
— Você não vai para o hospital, certo? — Rafaella sussurrou a despertando de seu devaneio.
— Não sei...
— Acho que deve ficar em casa e descansar hoje. Você trabalhou duas semanas sem parar, os dois dias que tinha para ficar em casa, você não ficou. O que adianta cuidar da saúde dos outros e não da sua? — Rafaella falava quase fechando os olhos e com o cenho franzido.
Bianca negaria de todas as formas se qualquer outra pessoa a pedisse para não ir. Não se importaria em ir trabalhar depois de duas semanas em que mal esteve em casa, mal se alimentou e mal dormiu. Como Rafaella havia dito, prezava mais pela saúde dos outros do que pela própria e os dois dias que tinha para ficar em casa, usaria depois. No entanto, não era qualquer outra pessoa e não negaria os cuidados de Rafaella. A preocupação que a loira teve com ela durante todos os dias corridos, de em cada ligação perguntar por ela e pelo estado da paciente, pedir para que fosse para casa descansar depois que o horário do seu plantão já havia acabado, fora uma das poucas coisas que a manteve bem.
O cuidado que tinha para com os outros nem se comparava ao cuidado que recebia.
— Vamos voltar a dormir então.
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As Folhas do Outono
Hayran KurguNuma noite de outono, após sofrer um acidente, Rafa Kalimann, que carrega o nome um tanto quanto conhecido no mundo da moda em São Paulo, fica sob os cuidados da médica Bianca Andrade. Os cuidados tendem a se estender para fora do hospital, de uma...