C͜͡a͜͡p͜͡í͜͡t͜͡u͜͡l͜͡o͜͡ - X͜͡I͜͡I͜͡I͜͡

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"Darling, just kiss me slow

Your heart is all I own

And in your eyes you're holding mine"

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— Você tem certeza que vai ficar em casa sozinha? — Bianca perguntou a Mari enquanto calçava seus saltos.

Mariana ficou deitada na cama no quarto de hóspedes do seu apartamento o tempo todo em que Bianca esteve se preparando para sair com Rafaella.

— Eu já disse a você que sim incontáveis vezes.

— Não me culpe por te deixar, você sempre faz isso.

— Não vou te culpar dessa vez, mas só porque hoje você está saindo com sua amiguinha. — Enquanto falava manteve um sorriso lascivo. — Você tem mesmo que partir para outra. Seus olhos brilham mais para uma mensagem dela do que brilhou para Bruno em dez anos.

— Guarde seus equívocos para você — falou após retocar o batom vermelho e se virar para Mari.

— Bianca... — Pegou o celular ao seu lado e olhou a hora. — Ainda faltam dez minutos para ela chegar, nós vamos usar esses dez minutos para você parar de mentir para você mesma. Sente-se aqui! — disse ao se sentar e bater a mão no colchão ao seu lado.

— Tenho como fugir?

— Não mesmo! — Sabendo que Mari não a deixaria sair de casa sem antes dizer o que queria, Bianca se sentou atendendo sua ordem. — Você está apaixonada.

— Eu estou? — Arqueou as sobrancelhas.

— Não faça a sonsa. Você está e sabe que não tem como e nem precisa esconder isso de mim.

Bianca abaixou o olhar ao ouvir as palavras e conteu um sorriso.

— Eu... — Hesitou voltando a olhar para a morena. — Talvez...

— Talvez? — O som do seu riso se fez presente no cômodo. — Bom... já é um começo.

— Eu estou apaixonada por ela — proferiu pela primeira vez em voz alta, fazendo com que parecesse ser mais real ainda até para si mesma depois da admissão. — Está melhor assim? — A pergunta fez Mariana abrir um sorriso.

— Eu sempre soube que você estava louca para dar uns amassos com a estilista. — Antes que Bianca pensasse em ignorar a amiga, seu celular passou a vibrar com a chegada de mensagens vindas de Rafaella. — Aproveita sua noite! Mas antes, vem cá, deixa eu ver uma coisa. — Pegou as duas mãos de Bianca e as olhou. — As unhas estão curtas, ótimo.

— Eu não sei porque ainda sou sua amiga. — Bianca puxou suas mãos das de Mari ao se levantar da cama.

— Porque você me ama muito e não vive sem mim.

— Posso aprender a viver se continuar sendo tão petulante — disse ao mesmo tempo que seus saltos ecoavam pelo piso do apartamento.

— Bom encontro. — Mari sorriu atrás de Bianca que estava prestes a abrir a porta.

— Isso não é um encontro!

— Que seja, só não volte para casa antes de beijá-la.

Bianca lhe mandou um beijo de longe e saiu do apartamento antes que sua amiga tivesse oportunidade de falar mais alguma inconveniência.

O tempo que passou dentro do elevador até chegar no térreo foi como se minutos tivessem durado bem mais, e seus passos da porta do elevador até a escada de entrada do prédio podiam ser confundidos com câmera lenta.

As Folhas do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora