Capítulo 31

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Narrado por Cecília

— Você vai assim? — Krawk pergunta pra mim — É sério?
— Eu tô grávida, nada serve em mim.
— Pega o vestido preto — Isa diz — Vai por mim.
Dou de ombros e abro meu armário pegando o vestido, ele realmente ia caber minha barriga de grávida.
— Você tem que prometer pra gente que vai guardar o segredo até a noite — Krawk diz baixinho e o Kant entra logo em seguida.
— E aí pessoal, oi amor — Me da um beijo na testa — Vamo?
— Tá apressadinho hein — Falo — Preciso tirar a roupa e colocar o vestido.
— Porque cês não vão indo lá pra sala? — Kant fala pro Krawk e pra Isa.
Os dois fazem a mesma cara de "hum, safados". Mal sabem que eu não me aguento em pé, quem dirá em pé transando.
— Eu queria um tempinho a sós — Bruno diz trancando a porta com a chave — Faz tempo que a gente...
— Eu sei amor, desculpa. Só que eu tô realmente com incômodo agora, são as cólicas de sempre.
— Tudo bem, mor. Mas eu tava falando de outra coisa — Ele da uma risada — Tô com saudade de te abraçar, passar a mão na sua barrigona e até mesmo de falar que eu te amo mais que tudo.
— Eu tô sentimental esses dias Bru — Começo a limpar as lágrimas que já estavam aparecendo — Te amo muito. Mesmo. Sei que tá sendo difícil mas vai valer a pena quando tivermos o bebê nos nossos braços.
— O teste do sexo foi remarcado?
— A médica disse que ainda não dá pra ver. Tem que esperar mais 2 semanas — Minto.
Eu já sabia que era o Tyler.
Só não ia contar pra ele porque essa era a minha surpresa: mostrar a fotinha do Tyler que a médica me enviou por e-mail.
— Seja lá qual sexo for, vai ser nossa misturinha então vai ser perfeito — Ele fala e me abraça logo em seguida — Te amo.
— Te amo também — Beijo o rosto dele e ele me puxa pra um selinho.

×××

Logo que chegamos no baile estava lotado de gente. Música alta pra todos os lados e um monte de meninas igual eu: com um bebê na barriga.
— Você tá linda hoje — Bruno fala pra mim — Como sempre.
— Obrigada — Dou um sorrisinho — Vou pegar uma coca, cês querem alguma coisa?
— Não queremos — Bruno diz rápido e vou indo comprar o refri.

×××

Narrado por Kant

— Cê pode colocar a música Saturno? Fazendo o favor, é do Bin — Falo pro cara dono do carro de som do baile.
— Tá louco? Aqui é baile funk.
— Te dou 500 reais — Falo e na mesma hora o olho dele brilha, sei que conquistei ele.
A música do Bin começaria quando a Ceci aparecesse, coisa que não demorou muito pra acontecer.
Quando a música começou eu já não sabia mais o que fazer, tinha perdido as palavras e eu estava nervoso.
— Ué amor, minha música de grávida — Fala rindo — Vamo dançar — Ela me pega pelo braço me puxando pra mais perto da caixa de som e ficamos balançando, eu ela e o bebê no meio de nós.
— Ceci, tenho uma coisa pra te falar — Agacho na frente dela e vejo ela não entender nada — Quando eu te conheci eu era só um menino que queria alguém pra ficar comigo — Falo e vejo as lágrimas dela rolarem de leve — Hoje eu sou um homem com a melhor pessoa do mundo do meu lado e um bebê vindo pra nossa relação perfeita ficar mais perfeita ainda — Respiro fundo — Cecília, com você eu aprendi que uma música de 500 reais numa caixa de som vale a pena se for pra ver a mulher da sua vida chorar e te dizer um sim — Damos risada ao mesmo tempo — Amor, eu te amo mais que tudo. Se você topar continuar nosso amor, diz sim — Continuo agachado mas pego a caixinha de alianças — Cecília, você aceita se casar comigo?
Comecei a chorar junto com ela porque afinal, era a nossa vida.
Essa coisa de só homem fica sério nesses momentos não valia pra mim, porque eu choro toda vez que banco ou bancam o romântico perto de mim.
— Claro que sim Bru, eu te amo — Ela diz pulando no meu abraço e chorando no meu ombro.
Aí Cecília, se você soubesse o quão Bruno o Kant é hoje em dia. E o quão Kant o Bruno é, graças a você.

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