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Inté mais ver <3

— Não precisa dizer mais nada! — abriu a porta do carro para sair.

— Maria... — tentou segurar em seu braço, mas ela se soltou e saiu batendo a porta.

Maria abriu a porta de trás e tirou Manu a deixando no chão e por ali mesmo tirou Estrela mesmo ela reclamando do modo como era segurada. Estevão desceu do carro e foi até elas para ajudar, mas assim que ele tentou pegar Manu do chão, ela o impediu.

— Não precisa, eu me viro e de preferência deixe as malas com o porteiro que ele as leva pra mim! — e puxando a filha, ela entrou pelo portão o deixando ali parado com cara de idiota.

Estevão ficou ali até que ela sumiu com suas filhas e respirando fundo, ele começou a tirar as malas do carro e entrou com elas deixando com o porteiro, voltou ao carro e pegou as outras e se encaminhou para o elevador que ele já segurava esperando as malas que faltavam.

— Obrigada! — agradeceu o homem.

— Dona Maria me pediu pra que levasse as malas. — informou por vê-lo entrar no elevador.

— Não se preocupe que eu mesmo me encarrego de deixar em seu apartamento! — sorriu gentil. — Se puder colocar o carro na vaga ao lado da dela, isso sim iria me deixar grato! — tirou a chave do carro junto com um agrado para ele.

— Não se preocupe! — sorriu e fechou a porta e ele apertou o botão do andar dela.

Estevão não deixaria para depois as questões que tinha para resolver com ela, não seria covarde em fugir, não naquele momento que tinha estado tão bem ao lado dela e de suas filhas a viagem toda. Ele tinha conseguido uma nova chance com ela e não iria fugir de suas obrigações, queria estar com ela e tinha que resolver as coisas de uma vez só, saiu com as malas e as empurrou até a porta dela tocando a campainha.

Maria apareceu com duas mamadeiras na mão e largou a maçaneta quando o viu, estava chateada e não queria vê-lo naquele momento, ele tinha feito tudo certo pra que nas últimas horas estragasse tudo ou que estivesse ali para fazer com que ela o odiasse.

— Deixe aqui na sala mesmo e quando sair bate a porta! — se virou para ir ao quarto.

Estevão entrou com as malas e a olhou ir.

— Eu estou te esperando aqui pra gente conversar!

Ela se virou no mesmo momento para ele.

— Agora você quer conversar? — foi rude. — Agora quem não quer falar sou eu! — tornou a se virar para ir.

— Maria, entenda que muitas vezes eu vou querer sofrer sozinho pela minha covardia! — respirou fundo.

— Pois continue assim que você vai ficar sozinho! — falou um pouco mais alto e sumiu de sua visão.

Ele terminou de colocar as malas para dentro e sentou no sofá esperando que ela voltasse e os dois pudessem se entender, mas ela não voltou e o cansaço da viagem tomou conta dele que adormeceu ali mesmo sentado no sofá. Maria tinha dado banho nas filhas e logo tomado seu banho também, não saiu do quarto e ao lado delas acabou por adormecer sem se importar que ele ainda estivesse no apartamento, ela tinha seu orgulho e não iria mais chorar por ele.

***

DEPOIS...

José entrou no apartamento e de cara olhou para Estevão que ainda dormia sentado no sofá, estranhou e se aproximou um pouco dele para se certificar que estava vivo e se tranquilizou com um ronco que saiu de sua boca o fazendo rir, ele caminhou pela casa e foi direto para o quarto de sua filha que ainda dormia. José estranhou tudo que via, mas se aproximou da cama e sentou a tocando com cuidado e ela se virou abrindo os olhos por ouvir seu nome baixinho.

— O que aconteceu papai? — bocejou se arrumando melhor.

— Por que Estevão está dormindo sentado no meu sofá?

— Ele não foi embora? — se surpreendeu.

— Não! Ele está roncando no meu sofá e pelo tempo que chegamos, ele vai acordar com dor no pescoço.

Ela sentou na cama e ele ficou de pé.

— Eu vou pedir pra que ele vá embora! — sabia muito bem que ele não o queria ali.

— Não precisa mandá-lo embora, apenas peça que ele deite no quarto de hóspede.

Ela concordou com a cabeça e saíram do quarto juntos, ela para sala e ele para seu quarto, Maria parou o olhando por um momento, ele era tão lindo e tão complicado ao mesmo tempo que ela não sabia o que fazer para entendê-lo. É tão difícil dar uma segunda chance para alguém que nos machucou tão profundamente e ele tinha ganhado essa chance de estar novamente em seu coração e na vida de suas filhas e parecia que ele não estava aproveitando como se devia.

Ela se aproximou e sentou ao lado dela e esse movimento fez com que ele se movesse e a dor apareceu fazendo com que ele respirasse fundo.

— Estevão, acorde!— levou a mão até seu peito falando com calma.

— Humm... — gemeu se movendo mais uma vez. — Maria... - abriu os olhos com dificuldade, estava cansado e agora cheio de dor.

— Você dormiu nessa posição por muito tempo!

Ele ergueu o corpo e seu pescoço pesou com ele levando a mão de imediato.

— Me desculpe dormir no seu sofá! — a olhou.

— Você está com dor?! — se aproximou um pouco mais para tentar ajudar. — Quer tomar um banho pra relaxar?

Ele não tirou os olhos dela nem por um segundo enquanto falava e sem pensar duas vezes a beijou a pegando de surpresa por um momento, mas logo o correspondeu o segurando pela camisa. Se beijaram com afinco e ao mover a cabeça para o lado contrário da dela sentiu dor e se afastou fazendo cara feia.

— Me perdoa por ser um idiota, mas sempre que Ana Rosa liga e me atormenta com a morte de nosso filho, eu fico chateado e não é com você e nem com minhas filhas. — acariciou o rosto dela. — Seu pai também não contribuiu ontem e sei que não justifica, mas eu não posso despejar minhas frustrações em você sabendo que te machuca!

— Se vamos estar juntos é preciso que haja diálogo entre nós porque eu não vou mais sofrer por você Estevão! — foi firme.

— Eu também não quero estar aqui se for pra fazer vocês sofrerem! — negou com a cabeça a acariciando.

— Então vamos estar um na vida do outro ou você pode sair por aquela porta e fazer apenas seu papel de pai com suas filhas!

— É por isso que ainda estou aqui esperando por você, eu poderia ter ido embora como um covarde e deixar pra resolver em outro momento, mas estamos juntos e não queria te deixar pensando o que não era! — foi pra beijá-la e sentiu dor.

— Esse é seu castigo! — falou rindo.

— Eu aceito! — riu também. — Agora que você já sorriu, eu posso ir mais tranquilo!

— Quer ficar para o jantar? — se aproximou mais dele e enquanto conversavam ela ia massageando seu pescoço.

— Não quero problemas com seu pai! — a beijou relaxando mais com a massagem. — Que perfeita essa massagem. — tinha os olhos fechados.

— Se ficar pode ganhar uma melhor ainda! — beijou seu pescoço.

Estevão riu e a olhou nos olhos.

— Amanhã eu pego as meninas na escola e te mando o endereço do meu apartamento e assim dormimos juntos! — ela era tão linda que fazia seu coração bater até mais rápido. — Não vou fazer seu pai engolir a minha presença.

Maria entendeu e sabia que era melhor assim e o levando até a porta, ele se foi depois de mais um beijo e o coração tranquilo por terem conseguido se entender.

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