MAIS FORTE - MyE

022

Olá amores quero desejar a vocês um lindo começo de ano e que vocês sejam felizes!!

- Você acha que eu sou algum idiota? Eu não vou ser corno! - gritou.

Maria sentiu o corpo todo tremer pelo grito dele e pelo modo como ele a olhava, estava fora de si e era a primeira vez que percebia aquele comportamento agressivo dele. Estevão que estava na sala a espera dela ouviu o grito e de imediato levantou e foi a porta, abriu e ao ver o modo como ele a segurava e a olhava de imediato o empurrou para longe dela e o bateu na parede do outro lado do corredor.

Maria passou a mão onde ele apertava e não conseguiu se mover para separá-los, estava assustada ainda com o comportamento de Renato que apenas os olhou se matarem pelo olhar até que Estevão disse:

- Ficou maluco em encostar nela assim?

Os olhos dele pegaram mais fogo ainda ao cruzar com o de Estevão e sem pensar duas vezes o socou na cara... Maria estava paralisada e arregalou os olhos com o soco que viu Estevão tomar na cara o fazendo dar dois passos para trás com a boca sangrando. Renato tinha acertado em cheio sua cara e eles continuavam olhando um para o outro como dois búfalos.

Estevão levou cerca de doze segundos para raciocinar direito e quando o viu vir novamente para cima de si desviou e o socou no estômago o fazendo se curvar pela dor e a falta de ar que sentiu pelo golpe. Ele sabia que as filhas estavam dentro do apartamento e que poderiam sair a qualquer momento e não as queria assustada e por isso o pegou pelo pescoço e o jogou dentro do elevador que se abriu para a sua sorte.

- Volte a pisar nesse apartamento ou a chegar perto de Maria que eu não vou te dar somente um soco! - apertou o botão do térreo e saiu o encarando.

- Isso não vai ficar assim! - respirava fundo enquanto as portas se fechavam, tinha perdido completamente as forças com aquele soco, mas não deixaria barato.

Estevão limpou a boca e caminhou até Maria que ainda estava no mesmo lugar e a puxou para seus braços beijando seus cabelos.

- Fique calma para que nossas filhas não te vejam assim! - acariciava as costas dela que tremia. - Ele te machucou? - estava preocupado.

- Mamãeeeeeeeee. - Manu veio correndo assim que a viu.

Maria limpou o rosto de imediato e abaixou abraçando o pequeno corpinho dela que sorriu toda feliz pelo carinho. Estrela logo veio com uma bolsa no braço e os olhou sorrindo, também tinha seus óculos de sol no rosto o que causou graça em Estevão.

- Então já vamos? - riu mais ainda para eles.

Maria a olhou e como se a escuridão sumisse ela foi tomada pela luz que as duas tinham, sorriu e também a puxou para seus braços a enchendo de beijos.

- Mamãe só precisa arrumar algumas coisas e já podemos ir tá? - as olhou.

Elas confirmaram com a cabeça e se soltaram dela voltando para dentro de casa e Estevão a ajudou a ficar de pé e eles se olharam nos olhos.

- Obrigada!

- Não precisa me agradecer! - acariciou o braço dela e tornou a perguntar. - Ele te machucou?

Ela negou com a cabeça.

- Graças a você não! - entrou em casa. - Eu vou arrumar as coisas para que não percamos a hora!

Ele apenas assentiu e fechou a porta, voltou a brincar com as meninas que gargalharam nos braços dele quando ele as segurou fazendo barulho de avião, estava no céu e não conseguia entender como pode ficar tanto tempo sem suas meninas. Estevão naquele momento em que brincava com elas sentiu saudades do filho e imaginou um futuro diferente no qual os três pudessem conviver como irmãos, mas já era tarde de mais para se lamentar e ele apenas focou em suas meninas.

(...)

Foram onze horas de voou e ao chegar em Paris o dia acabava de terminar, Maria estava exausta assim como as filha que dormiam tranquilamente nos braços dela e de Estevão que suspirava tranquilo enquanto observava a cidade da janela do carro, beijou a filha que se aconchegou mais em seus braços e sorriu carregava o mundo em seus braços. Quando chegaram ao hotel, ela rapidamente providenciou tudo e eles subiram para o quarto, ele a ajudou com as meninas e logo a olhou.

- Vamos jantar? - estava sentindo o estomago doer. - Ou melhor, você está com fome? - sorriu e ela junto a ele.

- Eu estou morta de fome, mas preciso tomar um banho! - passou a mão no cabelo.

- Eu vou até o meu quarto e quando estiver pronta me avisa!

Maria confirmou com a cabeça e ele se retirou, ela sentou na cama para tirar os sapatos e pegou o celular para poder mandar uma mensagem para o pai avisando que tinha chegado bem e logo seus olhos foram a foto de Renato, abriu a conversa e nela tinha pelo menos umas oito mensagens dele pedindo desculpa e que tinha perdido a cabeça ao saber que ela estava indo viajar com Estevão. Ela sabia que ele não era homem para ela no momento em que viu a maldade em seus olhos e nem podia imaginar o que se passaria se Estevão não tivesse chegado naquele momento, bloqueou o numero dele sem dar resposta e foi para seu banho.

Depois de prontos Estevão solicitou a recepção alguém que pudesse olhar as meninas dormirem e logo uma senhora chegou e eles desceram para o restaurante do hotel, estava uma noite um tanto gelada mais propicia a um bom vinho, sentaram e ele logo escolheu o vinho que tomariam. Ali naquela mesa tinha um silencio ensurdecedor entre eles que não sabiam nem como iniciar um dialogo e apenas esperaram o vinho, provaram assim que chegou e Maria sorveu um bom gole deixando apenas um restinho em sua taça e ele sorriu.

- Manter a boca cheia pra não dizer o que não deve ou por não saber o que dizer? - questionou.

Maria sorriu e o olhou nos olhos, não podia negar o quanto ele era bonito e que o tempo apenas tinha o feito melhorar, se questionou tanto naquele silêncio que somente depois de alguns segundos estendeu a mão para ele encher a taça e disse:

- Me pergunto se as coisas tivessem acontecido diferentes em sua vida, se você iria atrás de suas filhas um dia! - bebeu mais um gole.

Aquela pergunta era como um tiro no peito dele e ele foi obrigado a sorver de deu vinho para molhar a garganta e sem tirar os olhos dos dela a respondeu.

- Você quer realmente a verdade? - ela elevou a sobrancelha e concordou com a cabeça. - A resposta para essa pergunta eu não sei e isso me envergonha muito! Eu não sei se iria atrás de vocês se tudo fosse diferente!

Estevão trabalhou com a verdade naquele momento e novamente o silêncio se fez música entre eles.