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Espero que gostem meninas, se não, me digam para que eu possa melhorar!!!

Eram presentes que a vida tinha dado a ele e que ele não tinha aproveitado até aquele momento e que agora faria de tudo para que elas fossem felizes a seu lado. Olhou para Maria agradecendo com o olhar e ela respirou fundo resignada a dividir agora e ele mais uma vez olhou as filhas e no impulso as beijou no rosto, elas riram com o carinho e ele começou a caminhar pelo corredor para irem dali e Maria ficou para trás apenas observando aquela cena que seria mais frequente do que imaginava.

Ela pegou as mochilas das filhas e caminhou atrás dele já podendo ouvir que as filhas falavam como duas matracas enquanto ele ria de como elas eram espontâneas e felizes. Ele tinha a certeza em seu coração que era o que mais queria e iria correr atrás do tempo perdido e provaria para Maria e seu pai que ele estava mesmo mudado é seria o melhor pai do mundo para elas.

Com a ajuda de Maria, ele as prendeu na cadeirinha e ela foi para o lado do motorista, ligou o carro depois que ele entrou e foram para uma lanchonete que tinha ali perto e que elas adoravam e era a parada de quase todos os dias. Maria não gostava que elas ficassem comendo besteiras na rua, mas quando elas estavam com muita fome, ela parava para que comecem algo.

Ao descerem do carro, Manu segurou a mão da mãe e Estrela também, caminharam para dentro sob o olhar de Estevão que sorriu. Ele tinha duas lindas meninas e saudáveis, sentiu naquele momento saudades de seu menino e o sorriso sumiu, respirou fundo e conteve as lágrimas que queriam vir e voltou a caminhar e entrou no estabelecimento.

— Mamãe, eu quero de queijinho hoje. — Manu falou com os olhos brilhando.

— E suco de morango? — a olhou.

— Simmmm. — comemorou.

— E você minha filha? — olhou Estrela.

— De chocolate!! — falou rindo e traquina.

Maria riu do jeito dela e Estevão também.

— Sabe que não vai comer doce agora!! — tocou os cabelos dela arrumando. — Quer igual o de sua irmã?

— Com suco de uva. — concordou.

Estevão só sabia sorrir as observando, Maria também estava sob seu olhar, ela estava ainda mais linda com todas aquelas curvas que tinham ficado da gravidez e ali sendo mãe o deixava ainda mais encantado por ela. Estrela o olhou e sorriu com os olhinhos piscando.

— E ele mamãe? — voltou os olhos a mãe. — O que ele vai come? É de chocolate o dele? — perguntou curiosa.

— Não, tomate com queijo!!! — falaram juntos e se encararam com Maria ficando corada por aquela "falta".

Estevão sorriu mais ainda, a pequenos detalhes que nunca se esquece e ela não tinha se esquecido do mais simples, ela voltou sua atenção para as meninas e depois para o garçom que veio e ela fez os pedidos. As meninas começaram a falar tudo junto novamente e ela quase não entendia e nem conseguia responder a tudo que elas falavam e logo foi a vez de Estevão responder as perguntas delas.

— Você tem um filho? — Manu perguntou. — A mamãe tem eu e a Estrelinha. — falou como se fosse algo que ele não soubesse.

Maria sorriu de leve com o modo dela falar, mas Estevão sentiu uma pontada em seu peito ao lembrar-se de seu menino, respirou fundo e tentou falar do modo menos sofrido.

— Eu tive um, mas agora ele está com o papai do céu!!! — os olhos ficaram triste.

— Igual a vovó Carmem, mamãe? — olhou a mãe.

— Sim, meu amor. — olhou Estevão se desculpando com o olhar pela pergunta da filha.

Manu estava um pouco mais tímida em relação a Estevão e quase não o olhava, ele era um estranho e ela não se aproximava com facilidade mesmo tendo ido em seu colo e feito aquela pergunta curiosa, Maria a ajudou com o suco e depois a cheirou como gostava de fazer e ela sorriu para sua mãezinha. Estevão ficou observando suas meninas depois do que Manu perguntou e se sentiu um completo fracassado ali diante da família que sempre sonhou ter, mas por sua covardia não teve.

Eles comeram tranquilamente e manu apenas observava Estevão, já tinha falado bastante, mas sempre se dirigia a mãe e nunca a ele, Estrela já era mais descarada e falava de um tudo e perguntava também muitas coisas de criança. Estrela tinha todos os traços e até o jeito de Estevão em se comunicar com as pessoas, Manu já era um tanto mais tímida e se mantinha a analisar as pessoas que a cercava e ela não conhecia e ali observando Estevão percebeu como ele olhava Maria e em dado momento perguntou.

— Ele fica te encarando por que mamãe?

Maria o olhou no mesmo momento.

— Ela é bonita né tio? — Estrela falou traquina enquanto bagunçava com seu suco.

Estevão teve que rir do modo como elas eram diferentes.

— Ela é sim muito bonita!!! — não negou. — Parece com vocês duas!!

— Eu não sou bonita, eu sou malavilhosa!! — mexeu no cabelo repetindo o que o avô sempre dizia e eles tiveram que cair na risada.

Manu pediu colo da mãe e se aconchegou em seus braços cansada e ali ela entendeu que era a hora de ir e pediu a conta, Estevão fez questão de pagar e pegou Estrela nos braços que queria atenção dele. Ele ria das coisas que ela dizia e foram ao carro, Maria colocou Manu no carro que já fechou os olhinhos agarrada ao urso que sempre estava no carro de sua mãezinha e Estevão colocou Estrela em sua cadeira que quis assistir seus desenhos e Maria indicou o tablet a ele e ela escolheu o desenho.

— Senta aqui, Maria. — ele indicou o banco do carona e ela iria negar. — Eu sou o motorista aqui!!!

Ela respirou fundo deu mais uma olhada nas meninas e foi para o outro lado e sentou, Estevão assumiu a direção e ela deu o endereço a ele que seguiu sem pressa alguma até o apartamento dela, não falaram e ela aproveitou para ver suas mensagens no celular e sorriu varias vezes para o que via o que o deixou incomodado de certo modo, mas ele sabia que não tinha direitos ali e que ela certamente tinha seguido sua vida. Ao chegar ao apartamento dela, ele a ajudou a subir com as meninas e depois de deixá-las na cama saíram indo para a sala.

— Obrigada por me permitir esse momento!! — falou já se direcionando a porta. — Eu vou te dar meu novo endereço e meu telefone para se caso precisar de algo. — tirou da carteira um cartão com seus números e atrás escreveu seu endereço. Eu não moro longe dali e qualquer coisa eu venho rapidamente.

Maria pegou o cartão e olhou.

— Está mesmo falido?! — perguntou sabendo da condição dele.

— Por pouco tempo!!! — suspirou. — Eu vou me reerguer!!

— Te desejo sorte já que pra você o dinheiro sempre foi mais importe e imagino que deva estar no limite sem ele!!! — despejou o ressentimento que sempre teve dele.

— Muita coisa mudou Maria, você não me conhece mais!!!

— E nem quero conhecer!! — foi verdadeira. — Apenas quero que cumpra com seu papel de pai já que quer estar na vida de minhas filhas!!

Estevão a olhava nos olhos e respirou fundo ela o odiava e o único culpado era ele mesmo, ele próprio tinha acabado com o amor que ela sentia por ele com sua covardia, mas ali não era mais o momento de reviver sentimentos e culpas, apenas precisava se vestir de suas calças e assumir suas filhas.

— Nós vemos depois de amanhã!!! — virou para ir. — E mais uma vez obrigada por me permitir estar com minhas filhas!!! — e sem mais ele se foi a deixando ali se tremendo por seus sentimentos desencontrados e a raiva que sentia dele.

— Covarde!! — amassou o cartão que estava em sua mão e José que via tudo da porta da cozinha não gostou, mas também não se fez presente naquele momento a deixando ali com seus ressentimentos...

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