Eu te amo

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Ponto de visão: Choi Minki

Movi-me novamente em minha cama de uma forma um tanto agitada e incômoda pela décima vez na noite, tentando achar uma posição um pouco mais agradável e confortável a fim de conseguir adormecer novamente enquanto ainda possuía um pouco dos efeitos do remédio correndo nas veias, estes ao meu favor quando tratava-se do objetivo de cessar a euforia presente em meu corpo inquieto naquela e em diversas outras situações. Não era a primeira vez nestas duas semanas, após a minha crise pesada que ocasionou em toda aquela bagunça qual andava sendo o resto dos dias atuais, que eu acordava durante a madrugada e não conseguia mais adormecer com um medo intenso de ocorrer aquilo novamente.

Tornou-se uma rotina diária já iniciar meu dia às quatro da manhã mesmo que todos, naquele horário, ainda estivessem adormecidos; E mentir para os próximos que havia dormido bem durante a noite por mais que eu soubesse o quanto minha feição cansada entregava toda a verdade. Mas na realidade, nada mais fazia o mesmo efeito de antes... e eu não sabia o porquê.

Já eram duas demoradas semanas desde que aquilo aconteceu pela primeira vez depois de um tempo consideravelmente longo que havia chegado mais perto de uma recuperação total, desde então, nossa rotina havia mudado completamente e meu emocional desandado em um tombo desastroso; Eu não sentia mais tanta vontade de sair de casa como anteriormente, os medicamentos me enjoavam e deixavam-me totalmente exaustos com facilidade ao ponto de fazer-me passar mal na maior parte do tempo, meu corpo reagia a qualquer estímulo bem mais lentamente que o normal qual eu estava acostumado, a desorientação tornou-se comum em meu cotidiano...

E Jonghyun... além de mais distante e pensativo na maior parte do tempo, havia afastado-se da delegacia para trabalhar em casa e poder me ajudar com o tratamento.

Tudo o que eu sentia sobre isso era culpa...

Por mais que eu me esforçasse a cada sessão de terapia para tentar melhorar minhas condições ou lembrar-me de algo do meu passado que pudesse ajudar a prosseguir com o caso parado a meses, absolutamente nada parecia fazer efeito da forma que tanto eu, quanto os outros esperançosos ao meu redor, esperávamos; Aquilo era novo, a situação inédita ainda estava sendo digerida por mim depois de negar meu recém descoberto transtorno ao máximo que conseguia durante o choque - O que me ocasionou uma nova crise, rápida, porém com consequências físicas conforme havia me machucado durante a mesma-, e toda aquela pressão qual eu colocava em mim mesmo era cansativa ao extremo para que eu pudesse suportar e engolir facilmente como um café expresso. Minha mente estava uma bagunça total, cansada, atordoada e lenta como nunca antes; Vontade de desistir era tudo o que surgia nos momentos quais eu pensava demais da conta sem uma seringa de remédio nas veias, apertava meu coração firmemente como um brinquedo... Mas eu não tinha coragem de fazê-lo, não agora que estávamos tão perto de descobrirmos tudo sobre mim, sobre o meu passado...

Suspirei arrastado afastando ao máximo que conseguia todos àqueles pensamentos depressivos que surgiram por um momento, fechando meus olhos levemente tentando, mesmo que falho, fazer com que meu sono retornasse de alguma forma nem que este fosse do além; Procurando ter flashes aleatórios do meu dia ou até mesmo focar em momentos agradáveis quais ainda me lembrava para que meu corpo pudesse relaxar diante as informações, e dar-me um descanso merecido.

Mas... parado por alguns segundos tentando contar carneirinhos como, uma vez, ouvi Soonyoung dizer docemente para Jihoon - consequentemente, seu namorado- que o fazia, ouvi passos da porta vindo exatamente em minha direção em pausas lentas de movimento.

O cheiro de cereja não me enganava, eu podia senti-lo de longe, até mesmo quando este não estava perto o suficiente.

Jonghyun sentou-se ao meu lado depois de um curto tempo afastado e eu soube disso assim que o canto vazio próximo a mim afundou-se suavemente, logo, uma de suas mãos pesou sobre meu braço, acariciando-o o mais levemente que conseguia aparentemente achando que eu ainda estava totalmente adormecido; Era a terceira noite seguida que o mesmo fazia aquilo antes de ir para seu próprio quarto a fim de acordar cedo ao amanhecer e voltar para seus papéis, silenciosamente, como se não estivesse ali, e provavelmente achando que eu não o sinto, ou não estava consciente. E eu não conseguia entender bem o motivo daquele comportamento estranho, já que andávamos tendo até mais contato que antes praticamente todos os dias e o período deste inteiro graças aos cuidados que ele toma comigo em intervalos de uma hora.

No Angels • jren [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora