Ou um recomeço?

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Rua setenta e sete, interior de Seul, 06:30 da manhã

2 meses depois

O despertador barulhento começou a tocar incansavelmente assim que os ponteiros respectivos deste bateram às seis e meia da manhã de uma sexta-feira, fazendo Minki mexer-se incomodado abaixo da pilha de cobertores bagunçados e esticar seu braço esquerdo o máximo que conseguia a procura do objeto qual atormentava seu gostoso sono — que finalmente andava sendo totalmente sem interrupções e gatilhos para crise —; reclamou baixinho, ainda sentindo o corpo meio molenga por ter acordado tão repentinamente, enquanto deixava-o pesar sobre o colchão macio assim que atingiu seu objetivo e afundava os dedos curtos por dentro dos fios de cabelo embolados do homem ao seu lado, atualmente escondido em meio a bagunça de panos que estavam, afagando ali suavemente como já era um costume automático desde que havia finalmente começado a seguir uma vida um tanto tranquila:

— Jjong... hora de levantar

Ao não obter alguma resposta, Ren colocou sua cabeça por baixo dos cobertores que escondiam o — enfim — namorado, deparando-se com uma cena tão adorável que fazia seu coração dar um leve aperto de tristeza ao saber que teria que acabar com aquela visão em breve; Jonghyun pareciam em total sono profundo, sua bochecha esquerda amassada pelo travesseiro fofo enquanto tinha um braço firmemente passado ao redor da cintura fina do loirinho a sua frente. Era óbvio que o outro estava extremamente cansado, havia sido um dia de trabalho longo e uma noite mais longa ainda no dia anterior, os casos na sede da polícia haviam aumentado drasticamente para si e o moreno ainda precisava se acostumar com toda a correria novamente.

Estava de volta à sua área após muito tempo, afinal. Precisava relembrar muitas coisas e atualizar-se de outras diversas que perdeu com o tempo afastado.

— Jjong... nós realmente precisamos levantar... temos que estar na sede às sete e dez, não vai querer se atrasar novamente — acariciou o cabelo escuro com ternura, depositando um selinho longo no mais velho e sentindo este o retribuir após um curto tempo. Sempre dava certo.

Faziam dois meses desde que todo o espaço tempo havia voltado finalmente ao normal, e mesmo assim, as coisas ainda pareciam totalmente surreais para Minki sempre que este parava um pouco para pensar sobre o ocorrido. Na noite em que tudo estava uma bagunça de sentimentos e com realidades confusas demais para ambos humano e anjo, fora a primeira vez qual ele pensou que Jonghyun nunca mais voltaria quando saiu por aquela porta coberto pelo seu sobretudo e com os nervos à flor da pele, ignorando completamente Minghao gritando para que ele voltasse imediatamente; mas ele retornou horas depois, com a cabeça finalmente fria e...

Crendo totalmente em si, enquanto alegava ter sentido que deveria por seu instinto. O instinto de proteção pelo qual Ren se apaixonou, o dom que os deuses deram a ele de sentir que tinha algo muito errado ali.

Jonghyun havia dito com todas as palavras — quando finalmente conversaram decentemente, apenas os dois, sem nenhum médico ou amigo próximo — que muitas informações ditas para si batiam, certo demais para ser uma simples mentira descarada do garoto loiro para encobrir algum suposto crime; o seu passado problemático e a sua vontade inusitada de ser como seu falecido pai em questão de profissão... ele nunca havia dito nada da sua vida pessoal para Minki, não precisou, o outro simplesmente ditou tudo tão perfeitamente, como se realmente estivesse tido ao seu lado desde pequeno...

Ele não acreditava que aquilo pudesse acontecer consigo algum dia, eram coisas de filmes e livros que havia visto durante sua infância e adolescência inteira, "doidas" demais para a realidade que estava vivendo, mas... perdeu totalmente o seu argumento primitivo quando até os seus calafrios foram explicados.

No Angels • jren [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora