Prólogo: Kim Jonghyun

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Polícia de Seul, 17:30PM

Era um final de tarde frio e chuvoso em Seul quando o detetive Kim Jonghyun sentou-se frente à mesa para mais um turno de trabalho duro. Sua xícara cheia - quase até a borda - com café expresso de aroma delicioso feito por Youngmin mais cedo cuidadosamente depositada próximo ao notebook portátil; uma quantidade generosa de arquivos em pastas, que deveriam ser computados por inteiro no sistema, sobre a madeira polida, e seus ouvidos atentos ao telefone avermelhado no balcão central vizinho a todo momento que conseguia.

Suspirou, o dia definitivamente estava corrido.

Já havia perdido as contas de quantas foram às vezes quais atendeu ligações de ajuda e contatou seus colegas de trabalho para missões rápidas aquele dia, tal semana parecia estar sendo usada como pico para múltiplas ações criminais na região por conta de um feriado importante aproximando-se cada vez mais, e sua equipe não parava por um segundo sequer simplesmente para lhe fazer alguns curtos minutos de companhia; enquanto aos seus outros amigos de turno, mesmo não tendo os cargos focados para aquelas saídas, foram convocados para ajudar os de maior patente com tal surto de assaltos em massa.

Provavelmente muitos que o vissem naquela situação, sentado à frente de um computador claro em um ambiente - quase - vazio enquanto bebericava o café amargo de seu hyung, perguntariam-se secretamente: Ele não poderia juntar-se a eles? Pegar bandidos não era uma de suas diversas especialidade e um "sonho de criança" sustentado e realizado até os dias atuais? Não havia feito praticamente o possível e o impossível para chegar em seu status de importância que possuía hoje em dia?

Não. Ele não podia.

A tempos que suas condições não eram mais as mesmas graças a um acidente quase fatal que deixou todos ao seu redor em estado de pânico, chegando a um nível tão extremo que viu-se sendo "expulso" da tropa de operações especiais por seu próprio comandante; nunca havia se passado pela cabeça de Jonghyun que uma bala pudesse mudar significativamente sua vida para quase toda a sua estadia na Polícia de Seul, e mesmo sabendo que tudo aquilo era para sua proteção - palavras do próprio Hwang Minhyun, enquanto batia em seu ombro esquerdo tentando acordá-lo do choque inicial de tal notícia repentina, dada no mesmo dia qual saiu do hospital - e que nenhum de seus companheiros mais fiéis quisessem ter o desprazer de ver aquilo ocorrendo novamente... ele não conseguia aceitar o seu destino todas as vezes em que parava para pensar na sua queda fatal.

Hoje em dia, era sempre ali onde se encontrava para tirar dúvidas dos mais novos e alguns poucos mais velhos que vinham em sua direção. Fazendo planilhas pela manhã, almoçando com Dongho ao meio-dia, computando telefonemas a tarde e documentando casos arquivados ou concluídos no início da noite.

Porém, mal sabia Jonghyun que o destino sempre costuma pregar certas peças em todos os humanos cujo tiveram um tempo de estadia consideravelmente longo na terra; e muito menos tinha alguma consciência de que aquele telefonema curioso durante o período de início da noite mudaria, pela segunda vez, a sua vida, agora, para sempre.

- Emergência, no que posso ajudar? - seu tom era calmo e totalmente preciso, o suficiente para que, seja lá quem fosse a pessoa que estivesse do outro lado da linha naquele exato momento, se sentisse seguro e tivesse plena consciência de que fazia o certo em ligar para eles.

- Jonghyun - impressionou-se ao ouvir a voz do homem alguns meses mais novo; mas antes que pudesse perguntar algo, a frase seguinte conseguiu retirar todas as palavras de sua boca - Precisamos de reforços urgente, e você precisa estar aqui também

Faziam-se quase dois anos e meio desde que havia ouvido aquilo pela última vez.




- Comandante Minhyun - cumprimentou o moreno, curvando-se curtamente em tom de respeito - Comandante Jeonghan

- Estou mais aliviado que esteja aqui - o primeiro homem citado suspirou de forma pesada. Jonghyun definitivamente odiava aquele ato, justamente por saber muito bem o que viria em seguida.

- O que está acontecendo?

- Um carro explodiu enquanto estava parado no sinal vermelho de uma ponte consideravelmente cheia - explicou o de cabelos mais longos ao seu lado esquerdo, sua voz era serena e tranquila, porém possuía um leve, quase imperceptível, tom sério além da conta para falar sobre o assunto - Alguns motoristas que estavam perto se feriram, porém não foi tão grave

- Enquanto ao motorista do carro? - perguntou rapidamente.

- Preso nas ferragens, Chan está com ele e junto aos outros tentando retirá-lo de lá, de acordo com Dongho, encontra-se vivo, mas não se lembra quem é ou de que parte de Busan veio, parece muito tonto e confuso também

- Gostaríamos que, assim que este se recuperar pelo menos um pouco da situação, faça um interrogatório completo sobre, acidentes neste nível não acontecem do nada, se foi planejado por alguém para matá-lo ou não, temos que entrar nisso e ficar de olho - Minhyun completou a fala do outro comandante, olhando para Jonghyun de forma avaliativa - Você é ótimo nesta área desde que adentrou na equipe, tenho certeza que vai se dar bem

- Hyungs! - um pequeno ser total apressado surgiu, interrompendo a conversa de forma eufórica e chamando a atenção do trio - Conseguimos tirá-lo!

Ambos três homens, anteriormente conversando, se entreolharam, acompanhando Chan para trás da fita amarela de proibição onde a ação ocorria; os paramédicos já estavam ali prontos para ajudar no que fosse preciso enquanto a força maior fazia o trabalho braçal, e foi batendo os olhos no garoto loiro de pele pálida totalmente inconsciente e murmurando coisas sem sentido aparente, que ele notou o quanto tal acidente foi feio. O outro tinha a jaqueta quase que totalmente queimada - principalmente na parte das costas -, sua perna estava quebrada de uma forma que nunca havia visto anteriormente em sua vida, o estômago, braços e principalmente rosto encontravam-se bem machucados e a cabeça sangrava cada vez mais, uma pequena poça começando a se formar abaixo de si.

Aproximou-se deste sutilmente, checando os bolsos das peças de roupa e cintura para tentar achar algum documento a salvo que pudesse dar certo sinal sobre sua identidade... nada.

Aparelhos celulares ou derivados? Nada.

Algum cartão de identificação que ao menos tivesse uma foto sua de cara limpa para o scan inteligente? Nada.

O cenho foi franzido, a expressão confusa fez-se presente, e os olhares curiosos sobre si surgiram após notarem o comportamento estranhamente conhecido do fardado ajoelhado ao lado do garoto, agora, totalmente desacordado enquanto este era atendido às pressas.

Jonghyun, um policial barra detetive afastado por dois anos e meio de sua profissão inicialmente exercida graças a um acidente, estava de volta em um dos casos mais peculiares, difíceis e totalmente diferente de todos os outros que já havia presenciado em sua vida.

No Angels • jren [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora