Eu te amo

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Pov's Sarah

Juliette sai correndo, sem ao menos me dar uma explicação do que estava acontecendo. Mas, neste momento, eu queria matar Vitória com minhas próprias mãos.

- Que merda você fez? - grito sentindo meus pulmões arderem.

- Eu? - faz cara de desentendida. - Eu não fiz nada, Sarah! - diz e minha paciência chega ao limite, me fazendo segurá-la pelos braços.

- Sua desgraçada. - digo, a balançando freneticamente. - Eu vou te matar.

- O que houve? - minha irmã chega acompanhada de Caio, que me afasta de Vitória.

- Pergunte à essa vadia o que houve! - digo entre dentes.

Minha irmã olha para Vitoria que apenas revira os olhos. Se ela conhecesse minha irmã o suficiente, não faria isso. Vitória não diz nada, apenas pega sua bolsa e sai do restaurante de nariz em pé.

- Pessoal, vou pedir que se retirem. Estão causando trastorno! - um homem, aparentemente o segurança, diz.

- Tudo bem! Nos desculpe! - Caio diz e eu apenas os acompanho sentindo o sangue ferver em minhas veias.

Chego ao lado de fora do restaurante, ainda sentindo os olhares das demais pessoas em mim. Eu estava pouco me importando com isso.

Eu só queria Juliette! Apenas isso!

Respiro fundo e passo as mãos pelos cabelos.

- Conta o que aconteceu agora. - Caio diz me olhando minunciosamente.

- Vitória, aquela maldita! Eu sei que ela disse algo à Juliette. Ela pensou tudo errado quando me viu com aquela desgraçada. Juliette devia acreditar em mim. Eu nunca faria isso com ela. - respiro fundo.

- Calma, irmã! - Pocah acaricia meu braço. - Por que não vai atrás dela?

- Eu não sei! - digo.

- Vai logo! - Caio diz e eu respiro fundo, assentindo.

***

Eu não conseguia pensar direito. Estava em frente a porta de Juliette, mas não conseguia me mover. Respiro fundo e bato na porta. Bato mais uma vez e logo escuto a porta ser destrancada. Ela me olha com raiva e decepção misturadas no olhar. Seus olhos estavam inchados e seus cabelos desgrenhados.

- O que você quer? - ela pergunta sem me olhar.

- Precisamos conversar. Juliette, não foi o que você pensou.

- Não temos o que conversar, Sarah!

- Ju... - ela fecha os olhos com força.

- Não me chame assim! Por favor, vá embora!

- Não, Juliette! Você sabe que eu não seria capaz de fazer isso com você.

- Sarah, eu quis acreditar em você. E eu confiei, pensei que não seria capaz de fazer isso. Até Vitória praticamente esfregar na minha cara que estavam juntas. - para de falar e vejo que lágrimas inundarem seus olhos castanhos. - Sabe, a culpa não é sua. A culpa é minha, por ter me apaixonado por você. - diz com a voz fraca. - Bom, mas já chega! Se algum dia sentiu algo por mim, vai embora. Faça isso por mim. - diz e fecha a porta com delicadeza, sem tirar seus olhos dos meus.

Sinto lágrimas molharem meu rosto.

Ótimo, Sarah Andrade chorando por uma mulher! - meu subconsciente debocha.

Não dou ouvidos, pois não era uma simples mulher. Era Juliette. A minha Juliette. A mulher que eu... Amo.

Suspiro, encostando minha testa na porta do seu apartamento.

- Eu te amo, Juliette - sussurro, logo saindo dali.

Pov's Juliette

- Eu te amo, Juliette! - ouço a voz fraca de Sarah do outro lado da porta.

Meu coração acelera esperançoso, mas logo trato de desfazer essa esperança. Ela me enganou. O que eu poderia fazer?

Limpo mais lágrimas que caíram pelo meu rosto e me levanto do chão, sentindo minhas pernas cambaleantes.

Meu telefone começa a tocar e eu receosa, o atendo.

- Alô? - pergunto.

Mas não escuto nada.

- Alô? - insisto.

Impaciente, desligo o telefone e o devolvo no mesmo lugar. Me sento no sofá e passo as mãos pelos cabelos.

Por que nós amamos? Apenas para sofrer?

Respiro fundo e ouço meu telefone tocar mais uma vez. Impaciente, o atendo.

- Alô? - E nada ainda é ouvido, a não ser o som de uma respiração acelerada. - Olha, seja quem for, eu não gosto desse tipo de brincadeira. Então, por favor, me deixa em paz!

Desligo o telefone e vou direto para o quarto. Eu queria apenas adormecer e esquecer dos recentes acontecimentos.

***

- Aquela vadia! - Gil diz irritado, depois de eu ter contado tudo que ocorrera noite passada.

Respiro fundo e massageio minhas têmporas. Eu estava com uma dor de cabeça dos infernos.

Minha noite se resumira à chorar e atender àquele maldito telefone.

- Ju... - Gil me chama. - Não que eu esteja do lado de Sarah, mas você já procurou saber se tudo não passou de um mal entendo?

- Eu não sei, Gil! - suspiro. - Vitória fez questão de dar todos os detalhes e todos coincidiam com o que Sarah fazia.

- Eu nem sei o que falar! - ele suspira, se jogando no sofá.

Ouço batidas na porta e Gil se levanta para atendê-la. Vejo Rodolfo falar algo para ele e o mesma revirar os olhos, pegando um pacote amarelado de suas mãos. Gil fecha a porta com força e, com uma cara emburrada, estende o pacote em minha direção.

- Pra você. - pego de suas mãos. - Eu ainda mato aquele seu segurança. - ele bufa e pela primeira vez sorrio.

- Tenho certeza que não! - digo e ela me lança o dedo do meio, se levantando e indo para a cozinha.

Analiso minunsiosamente o pacote em minhas mãos e o abro. Meu coração dispara ao ver aquelas fotos.

O quê?

Confusa, continuo a olhá-las. Eram fotos minhas no dia-a-dia. Na biblioteca, faculdade, cafeteria.

Tento encontrar o remetente, mas nada encontro, a não ser meu endereço e meu nome. No mesmo instante meu telefone toca e eu o atendo hesitante.

Nada.

Eu não ouvia nada!

O desligo e tento controlar minha respiração.

- O que aconteceu, Ju? - Gil pergunta. - Você está pálida!

- N-nada! - omito. - Não foi nada!

Ele me olha desconfiada, mas logo dá de ombros, voltando sua atenção ao pote de sorvete em suas mãos.

Seja lá quem for que fizera isso, estava me assustando.











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