Capítulo 38

447 45 43
                                    

Capítulo 38

Christopher Uckermann.

Dulce dormia tranquilamente no meu quarto, depois de todo o estresse de ontem um bom descanso era merecido para ela. Alex estava na sala, dentro do carrinho tirando um cochilo, nós dois nos damos muito bem. Peguei meu celular eram quase 10h, hora que eu disse a Alfonso que faria a ligação. Dei uma última olhada no bebê antes de me dirigir para a varanda onde Dulce não poderia me escutar.

Ligação on:

"Tudo pronto Uckermann, estão só esperando sua ordem"

"Não tem nenhuma criança na casa, está totalmente vazia"

"Então manda entrar, pode preparar a emboscada pra aquele imbecil"

"Eu sempre quis meter a porrada nesse escroto"

Ligação off:

Paco ia ter o que merecia, mesmo que Dulce não concordasse com isso é melhor ele tomar uma lição para aprender que comigo não se mexe. Quem aquele otário pensava que é pra me chamar de vagabundo, logo ele que plagiou um amigo morto. Agora além de corno, plagiador, preguiçoso, endividado, solteiro ainda teria uma cara roxa como lembrança minha. Armei uma emboscada legal com Alfonso para dar um sustinho nele.

Senti um par de mãos em meu peito, um beijo quente nas costas e um suspiro de alívio, Dulce tinha acordado e parece que alguém sentiu que a mamãe estava desperta, pois abriu um berreiro na sala.

- Aí, esse menino não dá paz para os meus peitos. - rimos e entramos para o chorador oficial tivesse atenção.

Alfonso Herrera.

Cheguei em casa até renovado, nada melhor que bater em imbecil na rua, cura até gripe e eu posso provar. Fui direto para o chuveiro com a intenção de tirar o suor do corpo, ouvi barulho de Maite entrando em casa, sua cadeira no corredor e ela abrindo a porta do banheiro.

- Chegou agora? - perguntou indo até o espelho e pegando os negócios dela para tirar a maquiagem.

- Acabei de chegar, você estava onde?

- Eu fui comprar um presentinho pro Alex, depois de ontem eu queria ir fazer uma visita pra Dulce. - ela se virou para.

- Quer que eu te leve? - perguntei terminando meu banho.

- Na verdade, eu vou com a Anahí. - de imediato abri a porta do box encarando-a.

- Tá ficando maluca? Andou cheirando pó?

- Alfonso ela tá se aproximando de mim, quer oportunidade melhor de me envolver com ela? Preciso descobrir quem fez isso comigo, nem que eu morra pra isso. - peguei a toalha e amarrei na cintura.

- Não fala besteira, se você quer assim tudo bem, não vou questionar. - me abaixei para que pudesse olhar em seus olhos. - Mas qualquer coisa você me liga eu vou lá e mato aquela loira.

- Eu tenho que pagar por muita coisa Alfonso, matei tanta gente, matei a coitada da Angélique, não tive nenhum remorso nem mesmo pelo filho dela que vai crescer sem mãe, uma hora a vida vai me devolver isso.

- Não fala essas coisas. - puxei seu rosto lhe dando um beijo. - Só toma cuidado.

Maite Perroni Herrera.

Anahí veio me buscar quase 2h depois, durante todo o trajeto até a casa Dulce conversava animadamente comigo sobre diversos assuntos, eu tentava de maneira sutil descobrir fatos da vida dela, por mais que ela fugisse sempre desse assunto. Eu estava pensativa sobre o que Alfonso disse, Anahí parecia uma mulher indefesa e jurava uma amizade forte com Dulce, como ela chegou ao ponto de entregar Christopher para a milícia e ainda ter a coragem de colocá-lo como padrinho de seu filho mais velho? Seria muita cara de pau ou tem algo por trás que eu não estou sabendo? Talvez seu marido tenha deixado tudo milimetricamente planejado para que a culpa caísse sobre ela, assim ele sairia ileso caso alguém descobrisse o sistema. Se realmente fosse isso eu faria de tudo para descobrir, até porque ela não merecia pagar por crimes que não cometeu, o que o marido dela faz é sobre responsabilidade dele, o fato dele morar em outra cidade contribuía muito para meu pensamento de que algo grave aconteceu no casamento deles, ao ponto de ele preferir ficar longe dos dois filhos, muitas teorias, muitas perguntas, poucas respostas e pior pouco tempo.

Parte de mim já estava de cansada dessa vida, desde que eu e Alfonso temos tentado nos resolver parece que eu vejo algo mais esperançoso para mim, antes eu só via escuridão e não enxergava nenhum futuro pra mim além de morta dentro de uma vala. Será que o universo poderia ter pena de mim? Será que não andar é o modo de que vou pagar por tudo que já fiz? Durante toda a visita eu dei sorrisos forçados, conversas onde eu voava e apenas ficava ouvindo Anahí e Dulce falando. Alex era lindo, um bebê maravilhoso.

- Tá vidrada nele Mai? - Dulce me chamou, pois nem me dei conta que estava encarando o bebê no berço. - Quer pegá-lo?

- Eu posso? - ela assentiu, então Anahí se levantou o pegou e colocou com cuidado em meu colo, eu nunca tinha segurado um bebê tão pequeno parecia que ele ia quebrar. - Oi Alex, sou a tia Maite. - ele mexeu as perninhas parecendo entender o que eu falava.

- Ele gostou de você. - sorri de maneira boba, ele gostou de mim?

Fiquei o resto da visita toda olhando para Alex que adormeceu em meus braços, fomos embora quando Christopher retornou e Dulce precisou tomar um banho para higienizar melhor os pontos dela, além disso eu teria fisioterapia em 30min. Anahí disse que me deixava no centro de reabilitação, falei ao meu fisioterapeuta que queria fazer exercícios na piscina e apenas sensoriais, por algum motivo eu preferia que ela não soubesse como eu estava melhorando. No vestiário recebi uma mensagem de Alfonso e lhe disse que estava na fisio, voltei a área da piscina e fiz tudo corretamente, se eu quisesse evoluir ia precisar me esforçar e fazer tudo certinho.

No fim da aula todos saíram e eu fui tirada da piscina, meu fisioterapeuta pediu licença pois estava sendo chamado em uma das salas, eu secava meu cabelo quando ouvi os sapatos de Anahí batendo no piso, uma sensação muito ruim se apossou de mim não exatamente o que, mas algo ruim iria acontecer hoje.

- UAU Maite, sua evolução é fantástica. - falou animada parando bem na minha frente.

- Obrigada, eu venho tendo bons resultados. - o sorriso de seu rosto morreu, sua cara séria me deixou até assustada. - O que foi?

- Quanto tempo achou que ia ficar me enganando? - meu coração disparou de maneira imediata. - Discretamente se infiltrando na minha família, fazendo perguntas, achou que eu não ia saber? Tá tentando descobrir quem te deixou aleijada ou quer vingança pelos chifres que ajudei a pôr na sua cabeça?

- Até que a loira não é burra, mais cedo eu ficava me perguntando se você era inocente ou cara de pau. - ela me olhava muito séria, se fosse pra algo acontecer que seja assim. - Como pode continuar olhando para a cara da Dulce?

- Não se meta comigo Herrera, eu juro que te destruo.

- Você que não deve duvidar de mim, se sabe tudo isso deve saber que mesmo nessa cadeira eu cheguei até você.

- De mortos não tem o que duvidar. - com força ela virou e empurrou meu corpo da cadeira de volta para a piscina, eu não tinha forças para nadar nem para gritar, não acredito que eu ia morrer afogada. - Até no inferno.

Eu já tinha desistido de me debater, meu corpo estava tendo leves convulsões pela falta do ar, foi quando eu apaguei, nunca pensei que minha história fosse terminar assim, eu só queria uma chance, uma chance para contar tudo a Christopher ele tinha que tirar Anahí de perto da Dulce e principalmente de perto do Alex. 

𝓔𝓼𝓽𝓪𝓻𝓪́𝓼 𝓮𝓷 𝓶𝓲 𝓬𝓸𝓻𝓪𝔃𝓸́𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora