capítulo 3

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Autora

O homem estava ao telefone ouvindo com atenção a voz feminina lhe confirmar mais uma vez o que ele ansiava ouvir a tantos anos.

- Muriel, você tem certeza?

- Tenho, ele está morto. Você ja pode ser livre.

- Irônico eu querer tanto isso e agora capaz de não ter ninguém a minha espera.

- Eu sempre estarei aqui.

A ligação foi encerrada, ele se aproximou da janela e olhou o estacionamento do motel, pensativo com muitos questionamentos a respeito do passado.

- O que você está fazendo agora Dulce?

Dulce

Precisei sair para não brigar com Paco, a gravidez me deixou muito sensível, estressada e sem nenhuma paciência.

Rodei com o carro, parei em um parque e aproveitei o fim de tarde, foi relaxante e conversei muito com meu bebê, eu estava com a cabeça a mil e com o coração apertado.

- Meu amor, onde você foi? - Paco veio rápido pra perto de mim segurando meu rosto estre suas mãos, assim que entrei em casa.

- Estavo no parque, só fui esfriar a cabeça. - ele me deu um selinho.

- Me perdoa? eu sei que fui rude.

- Eu não entendo, por que age dessa maneira?

- Eu tenho ciúmes Dulce. - eu olhei desacreditada.

- Ciúmes? Do meu marido morto?

- Ciúmes da forma como fala dele, da admiração, do amor em seu olhar, do carinho nos gestos. Eu sei que jamais vai me ver da mesma maneira.

- Mas é claro, vocês são homens diferentes. - ele desviou o olhar e eu segurei seu rosto. - Paco, Christopher foi meu primeiro homem, eu tenho um sentimento muito forte por tudo que ele representa. Só que ele se foi de uma maneira repentina e hoje eu tenho você, você é meu marido. - ele sorriu de leve, me estiquei e lhe dei um beijo.

- Eu sei que ele foi especial e que eu não o conheci, mas eu o agradeço muitas vezes.

- Agradece?

- Sim, ele que esteve ao seu lado e te ajudou a se tornar a mulher forte que é. - pegando a minha mão deu um beijo na fina aliança de casamento.

- Eu tive que ser forte por tudo, Christopher é uma parte da minha vida que eu nunca vou apagar. Eu vou contar pro nosso filho sobre ele.

- Claro! Se as coisas não tivessem acontecido como aconteceu nos não estaríamos casados hoje. - Ele me beijou.

Como um beijo calmo Paco me levou até nosso quarto, sempre muito carinhosos tirou minhas roupas e as dele.

Na cama a conversa ritmada que meus pontos sensíveis já sabiam, Paco aprendeu perfeitamente a como me dar prazer e me deixar em êxtase completo.

Estava com a barriga roncando, era madrugada após o sexo, conversas e comemos alguns sanduíches e eu adormeci.

Olhei no relógios 04h da manhã, o piso da casa estava gelado então fui rápido até a cozinha e me sentei no balcão ja pegando a vasilha que continha fatias de bolo.

Olhei para a televisão e vi pelo reflexo a caixa de jóias que trouxe mais cedo, fui até ela e com cuidado abri. Peguei a aliança de casamento, tão diferente da atual.

Dentro uma frase gravada "estarás en mi corazón"

- Você também estará sempre vivo em meu coração Christopher. - coloquei em meu dedo e fiquei absorvendo o brilho. - O que aconteceu com você, meu amor?

Autora.

O homem dirigia meio perdido em qual caminho tomar, tantos anos longe. O medo do que tinha acontecido com sua família o assombrava.

E se tudo o que ele fez não serviu de nada? Todo esse tempo longe pra protege-los e nada? Se algo aconteceu com Dulce? Ele morreria.

Ele tinha que ter respostas urgentes, o medo não podia tomar conta da situação. O desgraçado que o fez largar tudo estava morto, mesmo não sabendo quem foi que entregou Christopher na mão do Estefano.

Ele voltaria, era policial iria investigar quem entregou tudo, seu nome, seu endereço, sua esposa, sua mãe, a família de sua esposa.

Christopher ficou tanto tempo fugindo para não fazerem mal a Dulce ou qualquer outra pessoa, mas quem tinha o entregado de mão beijada?

Voltar vivo tanto tempo depois seria um susto, um sorriso involuntário a formou ao imaginar a reação Dulce ao vê-lo.

- Ruiva, mal vejo a hora de te abraçar.





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