Capítulo 8

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Capítulo 8

Christopher Uckermann

Eu voltei e não terei a oportunidade abraçar nem minha mãe e agora muito menos meu pai, ele foi enterrado hoje pela manhã. Tantos anos de sacrifício, de afastamento e de luta para manter todos seguros e foi assim que a vida me retribuiu.

Eu me sentei no meio fio enquanto Dulce conversava com o segurança do condomínio de meu pai, eu olhei pra cima. Por que deus estava me castigando assim? O que eu cometi de crime? O que ele tinha planejado para minha vida?

- Chris. - Dulce se sentou ao meu lado. - Ele disse que você pode entrar para ver a casa, se quiser é claro.

- Quero pegar uma foto. - me levantei e estendi a mão para ajudá-la.

Eu a soltei só que Dulce voltou a segurar minha mão em um aperto firme, ela foi à frente enquanto eu sentia a dor da perda correr pelas minhas veias. Paramos na porta da casa que era de meu pai, o cheiro dele jazia na sala e em todos os ambientes. Dulce foi para onde deveria ser a cozinha, o lugar era pequena uma casa para uma pessoa de idade.

- Toma essa água, para te acalmar. - Peguei o copo que Dulce me estendia e virei todo de uma vez. - Senta aqui Chris. - ela me empurrou no sofá.

- Eu podia ter visto ele uma ultima vez. - ela virou a cabeça como se não me entendesse. - Eu voltei tem três dias Dulce, estava preso dando esclarecimentos.

- Como é? - ela levantou rápido. - Aquele delegado de merda vai me ouvir.

- Não, por favor, senta aqui comigo. - lagrimas queimaram meus olhos. - Eu não tenho mais ninguém. - foi a primeira vez que verdade veio em minha cara.

Eu passei tantos anos sozinhos, lutando contra Estefano, me negando a servir e cometer crimes. O que eu mais queria era voltar, rever todos, abraçar, tocar e ser presente. Eu não pude passar os últimos momentos do meu pai com ele por causa da merda de um interrogatório.

- Chris, eu vou estar aqui com você. - eu cai no colo de Dulce chorando como uma criança, eu precisava me livrar daquele aperto.

- Eu não pude nem me despedir. - os soluços saiam de minha boca de forma involuntária.

- Shiuu, eles sabem tudo o que você fez. - ela passava a mão em meus cabelos enquanto lutava contra as próprias lagrimas. - Eu prometo que vou estar aqui. Jurei-te na saúde e na doença, na lagrima e na tristeza.

Não sei quanto tempo fiquei deitado ali, quando Dulce fazia carinho em mim, só sei que chorei e me lamentei, pedi perdão, pedi compreensão, rezei pela alma de meu pai, pela alma de minha mãe. Ouvia o marido de Dulce andar parecendo impaciente.

- Você pode ir Dulce, eu queria ficar mais um pouco. - ela olhou para o marido.

- Não vou te deixar sozinho, Paco pode ir eu pego um táxi com o Christopher.

- Não vou deixar você andar por ai com esse cara. - eu abri meus olhos, esse homem estava me acusando de que?

- Está achando que sou quem? - perguntei já me sentando e sentindo a irritação.

- Não me leve a mal, eu não te conheço, a Dulce é minha esposa e está grávida. - eu ia respondê-lo

- Eu o conheço Paco, então para com essa desconfiança insuportável o Christopher jamais faria algo contra mim ou permitiria que algo acontecesse comigo.

- Exato, eu entendo sua preocupação, só que Dulce era minha esposa e passei todos esses anos longe para protegê-la, daria minha vida por ela. Não se preocupe Paco.

Dulce se levantou e o pegou pego braço enquanto eu ia à cozinha, de lá pude a ver brigando com ele. Não queria trazer nenhum transtorno na vida de casada dela, então eu teria que arranjar um lugar pra mim sem ter nada de dinheiro. O que eu faria?

- Christopher, desculpa Paco. - ela entrou bem sem graça.

- Eu não quero te causar nenhum problema. - me virei para voltar a sala. - Vou pegar uma foto e ir para algum motel, não sei...

- Nem pensar, você vai pra minha casa!

Até parece, ela jura mesmo que eu vou pra casa dela e do marido? Será demais para meu coração, ver ela com outro homem levando a vida que eu levava com ela.

- Dul isso não é uma boa ideia.

- Pois eu não te perguntei nada, eu disse que você vai pra casa comigo. - ela saiu andando rumo a outro cômodo, eu sabia que bater boca com aquela ali era missão impossível. - Você não tem dinheiro, não tem nem mesmo documento como vai fazer?

- Eu me virei todos esses anos muito bem.

- Ah,ok senhor faça como bem entender amanhã. Hoje você fica na minha casa. - eu não disse que era besteira bater boca com ela? - Agora pega a foto, tem umas da sua mãe aqui.

Ficamos meia hora na casa de meu pai, peguei algumas coisas dele que queria guardar e fotos da minha mãe. Entramos no táxi e o caminho levou uma meia hora, nesse tempo eu não consegui conversar ver fotos, ter lembranças doeu muito. Em meu colo uma foto de nos três quando eu era criança.

Uma criança que jamais imaginou que a vida levaria esse rumo, agora que rumo eu tomaria desse momento em diante eu não sei, só sei que dormiria na casa da minha ex-atual-esposa com seu esposo. Sinceramente, que bagunça!

𝓔𝓼𝓽𝓪𝓻𝓪́𝓼 𝓮𝓷 𝓶𝓲 𝓬𝓸𝓻𝓪𝔃𝓸́𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora