Capítulo 17

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15 dias depois 

Christopher Uckermann.

Eu estava indo até a minha antiga delegacia para finalmente voltar a trabalhar, eu não aguentava mais ficar em casa e ver a Dulce com o marido. Ele era exclusivamente meloso o dia todo se esfregando nela, cuidando como se ela fosse quebrar tirando tanto eu quanto ela do sério em muitas situações.

Não queria que ela dirigisse, não queria que fosse trabalhar ou ao mercado, não queria que saísse com as amigas, tudo de uma maneira controladora e sufocante demais, eu via o quanto aquilo estressava e deixava Dulce nervosa. O que eu não entendia é que ela que sempre foi uma mulher independente que nunca se importou com opinião ou com o que um homem mandava ser agora completamente submissa, que abaixava a cabeça e fazia. 

Agora eu não tinha nenhuma moral para dar qualquer bronca ou toque nela, afinal nossa relação anda de mal a pior. Somos educados e cordiais, mas as coisa estão em um clima pesado, parece que ela quer me dizer algo ou que descobriu algo sobre mim e não quer me contar, isso enche minha cabeça de loucuras e eu acabo sendo grosseiro com ela.

A melhor coisa é voltar a trabalhar, sair daquela casa e focar minhas energias na minha própria investigação. Estar na delegacia facilitava muito, eu teria acesso a todos os arquivos daquela época e claro alguns policiais ainda estavam no mesmo cargo. 

- A lenda voltou a vida. - assim que as portas do elevador se abriram meu antigo tenente agora com outra patente gritou. - Christopher Uckermann, o homem que venceu um dos maiores milicianos do México.

- Obrigada pessoa. - alguns antigos parceiros vieram me abraçar e querer me ver, dizer como eu estava bem, que o tempo tinha sido generoso comigo. 

- Luis Uckermann, direto da cova! - Angelique, minha antiga parceira apareceu veio me abraçar. Ela era minha dupla na missão, meu braço direito. Quando a coisa ficou feia ela sumiu, hoje eu a entendo ela era mãe e as coisas estavam indo pelo ralo. Ela me deixou na boca do leão e se mandou do país inclusive, ela mora no Brasil e veio diretamente para me ver. 

- Angel, você está diferente. - ela sorriu, hoje ela era loira antes tinha os cabelos escuros. - E o seu filho?

- Enorme, com 10 anos agora. - ela me deu mais um abraço e sussurrou em meu ouvido. - Eu quero conversar contigo em particular, algumas coisas de anos atrás que você precisas saber.  

Aquilo acendeu uma luz em minha mente, será que Angel sabia que de algo e eu não? Será que foi ela? Ela teria coragem de fazer isso comigo? 

- Uckermann? - meu capitão me chamou. - Venha, vamos devolver o distintivo do meu melhor detetive.

- Assim o senhor me ofende Capitão. - Angel falou fazendo todos da delegaria rirem. 

Fui até a sala dele, fechando a porta e me sentando em sua frente. Meu coração batia rápido parecia que seria a primeira vez que eu tocaria em minha identificação ou em uma arma. Meu capitão Flores pegou o kit que continha tudo que eu usava e uma farda nova. Senti um arrepia quando toquei em tudo, meu nome cravado ali. Tudo como era antes, uma nova chance de fazer a minha vida.

- Eu sinto muito por tudo o que aconteceu como seu capitão eu deveria ter sido mais atento, quando invadimos  você já tinha sumido e achamos até que tínhamos achado seu corpo, chamamos a Dulce diversas vezes para que pudesse identificar ou assinar documentos que autorizassem mexer em coisas pessoais suas

Conforme ele ia falando eu ia imaginando a jovem Dulce passando por tudo aquilo, reconhecendo mais de 20 corpos, toda vez com a esperança de ser eu e nunca ser. Toda a angustia e ansiedade que ela viveu e sentiu, o medo, a revolta. Ela é uma mulher muito forte e eu me orgulho, só que onde foi parar essa mulher? 

- Obrigada, segunda feira estarei no meu posto. - apertamos e eu fui saindo, tinha que achar Angelique. 

- Pronto? - ela apareceu atrás de mim me dando um susto. 

- Sei de um lugar podemos...

- Não, se quiser saber tem que vir comigo.

 - Ok! - mesmo sentindo desconfiança eu fui, entramos em seu carro e Angelique começou a dirigir por um caminho que eu não reconheci.

- O que vai me contar? - perguntei após 10 minutos dentro do automóvel em silêncio.

- Que talvez alguém tenha vasado sua informação e que ninguém da delegacia é confiável. Espere a gente chegar e eu te explico melhor.

Após mais 15 minutos ela estacionou em um local onde se alugavam contêineres para guardar moveis que você não queria mais em casa. Entramos no local e segui Angel até o contêiner número 21. Tudo o que aconteceu nos segundos que se seguiram foram quase um delírio da minha já muito traumatizada, assim que ela abriu a porta senti uma dor insuportável em minha cabeça, não sem antes ouvir um barulho de tiro. 

Acordei com uma luz forte em meu rosto, pisquei algumas vezes antes de me adaptar e logo em seguida ver o rosto de Dulce bem próximo ao meu, ela passava as mãos em meus cabelos mais atrás o delegado Herrera estava sentado o que diabos tinha acontecido?

off: nova suspeita?

𝓔𝓼𝓽𝓪𝓻𝓪́𝓼 𝓮𝓷 𝓶𝓲 𝓬𝓸𝓻𝓪𝔃𝓸́𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora