Capítulo 22

457 36 29
                                    

Capitulo 22 – Quinze dias depois, sábado 13h.

Christopher Uckermann

Eu estava esperando o delegado Herrera ele demorou a conseguir as chaves do apartamento que Angel estava e do contêiner 21, agora nos restava ir até lá e vistoriar tudo. Eu sai da casa de Dulce e agora nos falávamos apenas pelo celular, eu a queria bem longe dessa história e Paco me queria bem longe dela então útil ao agradável.

- Vamos, quero ir lá antes que percebam. – assim que abri a porta do carro Alfonso já foi acelerando.

- Perceber o que? – ele pegou dos sacos de evidencias e me entregou. – Merda! Pegou as chaves das provas do caso?

- Eu não tive escolha, a família dela está atrasando a investigação então temos que ir antes que eles vasculhem e não deixem nada para trás.

Eu não me considero amigo desse cara, mas ele estava estranho, tenso, ficava olhando de forma constante para o retrovisor e suava muito. Não acredito que seja pelas chaves retiradas das evidencias, então o que estava acontecendo? O caminho durou nem 10 min, quando descemos novamente Alfonso ficava olhando para todos os lados como se esperasse alguém, que paranoia era aquela?

Entramos no centro de contêineres e caminhamos até o 21, Alfonso usou a chave quando a porta se elevou automaticamente nos dois viramos para trás apontando as armas, não havia ninguém desta vez. Adentramos o local e não tinha nada além de uma cômoda muito velha.

- Você chegou a ver se era só isso que tinha aqui? – ele me questionou assim que começamos a mexer no móvel.

- Não cheguei a ver nada. – abrimos as gavetas e tudo vazio, parecia que alguém tinha limpado. – Não tem nada.

- Caralho. – Alfonso deu um chute tão forte no móvel e uma rachadura apareceu e com ela um papel.

- Tem alguma coisa aqui. – com muito custo conseguimos tirar o papel que na verdade era uma fotografia. – Que é essa menina?

- Eu não sei, não conheço. – era uma foto recente, uma menininha com cabelos castanhos claros era sorridente, não parecia com ninguém conhecido e deveria ter uns 5 anos. Alfonso continuou olhando o buraco. – Achou mais alguma coisa ai?

- É...Não, não tem mais nada. – ele arrumou a roupa e coçou a garganta. – Melhor irmos embora.

- Também acho. – o caminho dessa vez até o quarto onde Angel alugou foi tenso, ambos estávamos nervosos. Eu queria saber quem era a criança da foto e gostaria de entender os motivos de uma criança estar nisso.

- Vamos ver. – subimos até o pequeno e fuleiro hotel em uma parte simples da cidade, eu jamais esperaria ver a Angel neste lugar. A polícia tinha interditado o quarto e precisava da autorização da família dela para investigar, infelizmente eles moravam longe e estavam enfrentando muita burocracia.

- Alguém esteve aqui. – falei assim que vi a porta com fechadura diferente das outras. – Me dá a chave. – não adiantou, alguém tinha mesmo trocado a fechadura.

- Vou arrombar. – eu olhei para ele de modo questionável. – Precisamos entrar ai Christopher. – acenei enquanto ele chutava a porta.

Entrando no cômodo percebemos que realmente alguém entrou lá, estava tudo revirado e fora do lugar às malas de Angel abertas e suas roupas espalhadas, o quarto tinha sido limpo. Furioso Herrera desceu até a recepção enquanto eu continuei investigando.

- Mas o que é isso? – uma caixa trancada, algo me dizia que eu deveria abri-la então a joguei na parede. – Mas, o que?

Ali tinha uma foto de Dulce barriguda, a foto era recente ela andava sozinha voltando do trabalho, um frio percorreu minha espinha e eu sai em disparada.

- Herrera. – o encontrei batendo no jovem da recepção. – Precisa me levar até a Dulce. - mostrei a foto a ele e fomos correndo até seu carro. – Quem é essa criança, por que ela tinha uma foto recente da Dulce?

- Se acalma cara. – eu estava muito nervoso, minhas mãos tremiam, sempre foi assim eu era frio como policial agora se Dulce estivesse no meio eu perdia o controle.

O caminho até sua casa foi longo demais para minha ansiedade, quando entrei na quadra de sua casa eu reparei que tinha algo errado, mal Alfonso estacionou o carro e eu entrei correndo, a primeira coisa que vi foi à mãe de Dulce caída no chão da cozinha.

- A deixa comigo, vai procurar a grávida. – correndo pela casa ouvi um choro vindo do lavado, com a porta trancada comecei a jogar meu corpo contra ela.

- Dulce! – ela estava caída no chão, peguei-a no colo e sai correndo. – Liga pra emergência. – fui até a cozinha e peguei um copo com água e um pano molhado. – Meu amor está tudo bem. – ela tremia muito. – Esta com dor?

- N.aaaaooo – sua voz era tremula e arrastada. – teemmm aalgueem aaaquiii.

- Herrera. – ele subiu correndo as escadas, enquanto eu passei o pano úmido no rosto dela. - Xiuu, eu to aqui agora ok, nada vai te acontecer.

Sábado 17h

Maite Perroni.

- Como foi lá. – perguntei assim que o vi atravessar a porta.

- Um caralho Maite, sua estúpida.

- O que acontecer Elezear?

- O que aconteceu sua imbecil é que você me afirmou que a baleia grávida estaria sozinha.

- Mas o Christopher não mora mais lá e a velho do marido estava em uma livraria.

- Mas a mãe dela estava lá sua idiota. – ele andou até o frigobar e pegou uma cerveja. – Eu tive que apagar a velha e ainda sai de mãos abanando.

- Não é possível. – fui até meu computador e abri meu arquivo. – Não era a mãe dela, a mãe da Dulce morreu em 1994.

𝓔𝓼𝓽𝓪𝓻𝓪́𝓼 𝓮𝓷 𝓶𝓲 𝓬𝓸𝓻𝓪𝔃𝓸́𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora