capítulo 2

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Capítulo 2

Dulce Maria

Tinham se passado mais 10 dias que eu estava em aceitação da morte oficial de Christopher, apesar de meu coração as vezes me dizer que eu deveria ter esperança.

Sinceramente  parece irracional continuar sentada esperando ele, eu só espero que Deus o tenha ele foi um excelente homem.

Hoje eu resolvi pegar uma caixa que deixei no banco, fazia muito tempo que eu sentia falta do conteúdo dela. Nunca tive coragem de me livrar de nada de Christopher, acabei deixando suas roupas, sapatos e objetos pessoais por conta de sua mãe Alexandra.

Mas eu não tinha o que fazer com os presentes que ele me deu. Christopher não era de dar roupas, eletrônicos ou flores, sempre me deu jóias. Gostava de me dar belos anéis e colares, a cada data era um diferente, com palavras e com significados importantes.

Em um momento de raiva eu juntei todas e ia levar até uma casa de penhor, no caminho eu desisti e resolvi guardar no banco. Agora eu achei um ótimo momento para trazer esses objetos tão importantes de volta a minha vida, alguns sem dúvidas eu daria a minha própria filha.

Claro se o bebê for menina, mas o pequeno ser nem nasceu e já é teimoso, insiste em ficar com as pernas cruzadas ou em posição difícil.
Eu estou louca pra comprar o enxoval e ele não me ajuda, deixando a mamãe maluca desde a barriga.

Entrei em casa carregando o pequeno baú de jóias, quando Paco que estava no sofá veio até mim.

- O que é isso? Está pesado. - ele colocou em cima da mesa de centro enquanto eu tirava meus sapatos, meus pés estavam me matando.

- São minhas jóias eu resolvi pegar, vou voltar a usar.

- Não sabia que tinha tantas assim. - ele arregalou os olhos ao abrir e ver a quantidade enorme que tinha de anéis principalmente.

- Christopher era exagerado, sempre me gostou de me dar esses presentes caros. - me virei e peguei um colar que tinha um pingente delicado de trevo.

Fui levada a minha adolescência onde o jovem Christopher chegava eufórico em minha casa, na época meus pais nos mantinham na redia curta, nada de namorar no quarto ou de ficar sozinhos em casa.

Flashback

- Dul...Dulce...Amor..... cadê você? - ele vinha gritando desde o começo da rua.

- Aconteceu alguma coisa? - falei assustada com seu jeito agitado.

- recebi meu primeiro salário amor. - ele me puxou para um abraço.

- Não acredito, que incrível vai fazer o que com o dinheiro?

- eu já gastei tudo.

- como assim Christopher?

- te comprei uma coisa. - ele pegou a caixinha pequena no bolso, meu coração deu um pulo. - somos jovens demais para anel de compromisso, mas eu achei que você gostaria de ter algo nosso.

Peguei a caixa delicicada e lá tinha o colar com um trevo, era brilhante e dourado.

- Não acredito que gastou todo seu salário comigo?

- Dulce você é a pessoa mais importante da minha vida.

Flashback

Fui trazida de volta a realidade com Paco chamando a minha atenção.

- O que foi? - me virei para ele.

- Eu estava te perguntando o motivo dele tem encher de jóias?

- Cada uma tem sua data, seu motivo e seu significado Paco.

- Mas você não é mulher de gostar de esbanjar, isso é tão superficial. - eu nunca imaginei que fosse sentir raiva.

- Superficial é você achar que ele me dava isso pra esbanjar, são presentes que foram dados por motivos importantes, como esse. - peguei o anel mais caro que ele me deu. - Foi o presente quando consegui meu primeiro emprego de professora, eu sempre gostei muito desse anel, me faz lembrar todas as sensações de euforia que eu dividi com o Christopher.

- Okay, eu já entendi que não posso tocar no nome do seu ex falecido maridinho perfeito que você fica na defensiva.

- Homem velho feito você precisando de maturidade? - me levantei e fui rumo a porta.

- Dulce, vem aqui.

Bati a porta em sua cara, fui até o carro e sai, como eu odiava que alguém que não conhecesse o Christopher tentasse diminuir a imagem dele aos meus olhos.

𝓔𝓼𝓽𝓪𝓻𝓪́𝓼 𝓮𝓷 𝓶𝓲 𝓬𝓸𝓻𝓪𝔃𝓸́𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora