Capítulo 34

416 44 37
                                    

Capítulo 34

Christopher Uckermann.

A madrugada de sexta para sábado foi puxada, Dulce teve contrações e dores por todo o tempo, a médica pediu que se os intervalos ficassem pequenos encaminhássemos para o consultório, mas elas viam com mais de 1h30min de diferença. Eu estava exausto, passei a noite toda massageando a Dulce e tentando cochilar.

- Fiz chá de camomila pra você. - entreguei uma xícara a ela enquanto me sentava na cama e passava a mão em sua barriga gigante. - Missão deixar a mamãe e o dindo acordos concluída com sucesso em rapaz.

- Ele nem nasceu e já está nos fazendo passar as noites em claro. - ela bebeu todo o conteúdo e voltou a se deitar.

- Vou só comer alguma coisa e tomar um banho pra gente ir. - ela virou o rosto e sei que isso é pelo falo de Paco não ter voltado mesmo sabendo do nascimento hoje. - Não fica assim Dul, diz pra ele que está indo e vai dar tempo dele chegar e ver o bebê ainda hoje. - ela assentiu e pegou o celular.

- Isso é ridículo, eu não deveria estar mandando mensagem, ele que deveria estar aqui. - ela secou as lágrimas dos olhos. - O que eu faria se você não estivesse aqui?

- Você daria conta de tudo sozinha como sempre fez. - dei um beijo em sua testa e fui até a cozinha.

Comi qualquer coisa rápida, depois tomei meu banho e avisei Alfonso que ficaria fora da investigação por alguns dias para ajudar Dulce com o pós parto ele me informou que também ficaria de fora, tinha muito trabalho na delegacia e tinha prometido passar mais tempo com Maite. Dulce e eu seguimos para a clínica por volta das 10h da manhã, ela passou por todos os procedimentos da cesária e às 15h nasceu o menino mais lindo desse mundo. Chorão e fazendo bastante escândalo aquele pequeno ser chegou ao mundo, eu não pude entrar na sala de parto com ela então do corredor eu ouvia tudo. A médica saiu minutos depois e me garantiu que tanto ela como o bebê estavam ótimos.

Uma enfermeira veio me chamar para acompanhar o banho do bebê, a mãe de Dulce que chegou pouco tempo antes dele nasceu me acompanhou e tão emocionada quanto eu viu o neto ter seus primeiros momentos de vida. Era algo incrível ver alguém nascer, alguém que você ama e que daria sua própria vida. Por volta das 17h eu pude ver Dulce no quarto, deixei sua mãe entrar primeiro, afinal ela saberia dar mais conselhos do que eu sobre a primeira amamentação do neném.

- Como você está? - perguntei dando-lhe um beijo na testa, enquanto observava o menino no berço ao lado da cama.

- Exausta, o Paco não apareceu? - apesar de tudo me doeu negar com a cabeça, ele era o pai e ela o queria aqui. - Ainda bem que ele não vai se lembrar de nada disso, não é meu amor. - ele falava em direção a ele. - Pega ele pra mim?

- Claro. - homens geralmente acabam sendo bem desengonçados com bebês pequenos e eu mesmo tendo passado por treinamento na época da polícia meus braços ainda pareciam enormes demais para ele. - Qual vai ser o nome mesmo?

- Alexander. - olhei pra ela que sorria. - O segundo nome do melhor homem que já conheci. - coloquei Alexander em seu colo e lhe dei um selinho sem resistir. - Obrigada por estar aqui, obrigada por nos proteger e por nos guardar.

- Eu vou proteger vocês dois enquanto eu puder. - ela me deu mais um selinho antes de Alexander reclamar. - Hey garotão, é o tio Chris lembra das nossas conversas? - ele abriu os olhos de maneira preguiçosa enquanto mexia a linguinha na boca da maneira mais fofa possível.

- Parece que ele realmente reconheceu o som da sua voz. - ele olhou de maneira sonolenta para mim e para Dulce. - Te amo meu amorzinho. - sorri enquanto suavemente passava as mãos no rostinho dele.

Dulce acabou adormecendo e pedi para que Blanca fosse para casa tomar um banho enquanto eu ficava com ela, Alex também dormia tranquilamente enquanto eu jogava no celular para me distrair, foi quando o ouvi resmungar e me levantei para não despertar Dulce.

- Oi amigão, já acordado? - o peguei com todo cuidado e ele ficou quietinho enquanto eu o ninava. - Seu pai é um imbecil por perder esse momento, mas eu não. Meu amor por sua mãe é tão grande que já se estendeu a você no momento que te senti na barriga dela ainda pequena, sabe Alex eu daria minha vida para ter tudo que seu pai tem. - ele não se lembraria de nada de qualquer maneira.

Blanca retornou e eu ainda tinha Alex nos braços e uma Dulce apagada, ela disse que ia ajudar a filha a dar de mamar a ele enquanto eu ia pra casa. Precisava muito de um banho e comer algo para relaxar e tirar o estresse que se formou em meu corpo. Quando cheguei na casa de Dulce vi a luz da suíte principal acesa, acabei passando reto com o carro por medo de ser surpreendido por alguém, na quadra detrás eu vi o carro de Paco. Talvez ele tenha vindo aqui antes de ir ao hospital, soltei uma respiração aliviada e voltei para casa encontrando as luzes apagadas. Ele deve ter saído pelos fundos.

Entrei na sala e nada parecia fora do lugar, fui até o quarto e nenhuma mala no chão ou roupas, pelo contrário tinham sumido mais roupas dele. Ele tinha vindo pegar mais roupa? Ia dormir no hospital? Eu estava me virando para sair do cômodo quando notei a caixa de jóias de Dulce aberta, resolvi fechar e guardar. Só que ela estava completamente vazia, não deixaram nada nem mesmo nosso anel de casamento. Rapidamente voltei para o carro e dirigi ao hospital, na recepção me informaram que ninguém pediu informação sobre o quarto de Dulce, fui até lá e chamei Blanca na porta.

- O Paco esteve aqui? - ela entendeu que o assunto era delicado e fechou a porta.

- Não, não esteve.

- Ele estava em casa. - falei passando a mão no cabelo.

- Que desgraçado, o que ele foi fazer lá que ainda não está aqui?

- Todas as jóias da Dulce sumiram Blanca, não sei se eles tinham algum cofre ou coisa parecida para checar se ele levou realmente tudo. - ela assustada me puxou para mais longe do quarto.

- Fica no escritório, dentro da estante de livros dele. A senha é o aniversário da Dulce, lá ela guardou as economias que você deixou do seguro de vida e outras coisas pessoais. Não sei se Paco sabe a senha, mas... - ela deixou no ar e eu dei meia volta para checar essa informação. Sim, tinha um cofre! Sim, a senha era o aniversário de Dulce! E sim, ele estava vazio.

- Filho da puta. 

𝓔𝓼𝓽𝓪𝓻𝓪́𝓼 𝓮𝓷 𝓶𝓲 𝓬𝓸𝓻𝓪𝔃𝓸́𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora