22 - Ascenção

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Algumas semanas depois, acordo com um barulho estranho no meu apartamento. Olho no meu relógio e eram seis da manhã. A corrente de adrenalina é ativada de súbito no meu corpo. Pego a pistola que deixo debaixo do travesseiro e destravo. Alguns membros que não moram do centro da liga tem o direito de portar armas em casa, como é o caso de Eric e também o meu.

Ando devagar até a sala apontando a arma para frente. Vejo alguém como um vulto se mexer rapidamente e tirar a pistola da minha mão.

– Calma! Sou eu! – Diz meu pai de mãos levantadas segurando a arma que tinha facilmente tirado de mim. – Desculpe te assustar, não sabia que a porta da cozinha fazia tanto barulho.

Ele me devolve a arma e eu a travo novamente, enquanto solto um suspiro aliviado.

– O que faz aqui? – Pergunto.

– Eu queria ser a primeira pessoa a te dar os parabéns, e pelo visto eu consegui. Feliz aniversário minha pequena! – Ele me abraça.

Mas o que... Nunca achei que fosse possível alguém esquecer o próprio aniversario. Porém, morando na ilha e trabalhando com a liga, acabei ficando com a mente tão ocupada que me esqueci disso.

– Obrigada! – Sorrio.

– Bem, faltam duas semanas para a missão, e já temos quase tudo pronto. – Diz. – Pensei em dar uma festa hoje à noite, em comemoração ao nosso trabalho árduo durante esses anos e o seu aniversário. – Faltando tão pouco tempo para o grande dia os nervos de todos já estava à flor da pele. Nada como uma festa para relaxar.

– Ok! Eu estarei lá.

– Ótimo. – Ele beija a minha testa. – Nos vemos mais tarde.

...

Depois do café da manhã, fui junto com alguns soldados conseguir suprimento para a liga. Nós compramos roupas, e em troca oferecemos alimentos saudáveis produzidos no centro da liga que tinha a sua própria lavoura e sistema de beneficiamento. Katy e Eric também estavam no junto comigo na parte de trás do carro e dois outros soldados estavam na parte da frente.

– Ficou sabendo que terá uma festa hoje? – Katy pergunta. – Anunciaram hoje de manhã, acho que você ainda não tinha acordado. – Na verdade eu já tinha sido acordada pelo meu pai, mas depois que ele foi embora eu decidi fazer meu próprio café da manhã. – Será em comemoração ao trabalho da liga e ao aniversário da filha do chefe. Estou bem ansiosa para conhecê-la, será que ela é legal?

– Eu não sei – Dou de ombros.

"Droga!" penso. Tinha me esquecido desse detalhe. As pessoas não sabiam quem eu era de fato, só alguns dos soldados mais próximos do meu pai.

Eric se achega para perto de mim.

– Não contou pra ela? – Ele pergunta ao pé do meu ouvido.

– Eu não queria chamar atenção. – Sussurro. – E depois de um tempo, achei que nem importasse mais e acabei esquecendo.

– Acho que pra ela importava.

– Do que estão falando? – Katy pergunta.

Olho para Eric e ele acena, querendo dizer que eu deveria falar com ela.

– Katy eu tenho que te contar uma coisa... Promete que não vai ficar brava?

– Não prometo não. O que foi? – Ela pergunta ansiosa.

– Eu...

De repente um estrondo, e o carro fica levemente inclinado para a esquerda.

– Droga! – Reclama o motorista. – A merda do pneu furou!

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