Os Exilados

2 - Destinados Ao Caos

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A Rita (Assistente do "Relógio Inteligente de Tecnologia Avançada") aciona o despertador e me faz dar um pulo da cama. No relógio temos tudo o que é necessário de uso cotidiano, funciona melhor que um celular super tecnológico do século vinte e dois. Eu sou uma entusiasta da história, e sei muitas coisas sobre os séculos passados, Mark acha que meus conhecimentos sobre animais extintos e tipos de práticas das sociedades antigas são inúteis, mas ainda assim eu acho necessário saber o sobre o que deu errado lá atrás para não cometermos os mesmos erros.

Levanto-me e me arrumo para ir à escola.

Quando abro a porta para sair de casa o dia está estranhamente quente. Achei que devido as chuvas de ontem, hoje seria um dia no mínimo frio, mas na verdade está bem calor. Faço uma cara confusa enquanto tiro meu casaco e jogo no sofá de casa. Assim que volto para a rua ouço a buzina de uma moto, e automaticamente um sorriso se forma no meu rosto.

– Elle! – Acena Tony, do outro lado da calçada. – Quer uma carona? Alguém parece um pouco atrasada. – Diz, dando uma risadinha. – Não e bom passar uma má impressão de ser irresponsável com horários. – Ele sorri, e aparece uma covinha em sua bochecha direita.

– E quem diz isso é a pessoa que sempre chega atrasado às aulas. – Provoco. Ele revira os olhos e dá a partida na moto. Em questão de segundos estávamos em alta velocidade. Eu não confiaria em mais ninguém para uma corrida radical de moto, que não fosse ele.

Ao chegar à escola, percebo as pessoas falando sobre as habilidades que desenvolveram e ainda outras as usando de forma cotidiana (como o cara que emana rajadas de fogo pelas mãos e que está assando seu espetinho de churrasco). Os corredores da escola cheiram a produtos de limpeza e lavanda. As pessoas conversavam encostadas às paredes onde ficam seus armários, enquanto outras ficam no pátio se exibindo. Solto um suspiro e Tony passa o braço por cima do meu obro enquanto andamos como que demonstrando compaixão por meu sentimento de inutilidade. Eu até consigo dar um sorrisinho. Ele tem essa habilidade extra de me fazer sorrir.

As habilidades do Tony são a super velocidade e, ainda, o aumento de limite do corpo em remover ácido láctico e evitar o seu acúmulo no sangue e nos músculos. Desse modo, ele precisa se esforçar extremamente para se cansar. Ele até que ficou bem popular depois delas porque conseguia pregar varias pegadinhas nos alunos (e em alguns professores também).

– Oi gente! – Acena minha amiga Megan. – Qual é a boa?

– Vim com o Tony de moto hoje. – Dou uma cutucada nele.

– Nada como uma boa adrenalina pela manhã! – Ela sorri. Meg estuda na mesma turma que eu desde o ensino primário. Somos amigas há muito tempo. Eu quase nunca a vejo triste, na maioria das vezes ela parece mais um raio de sol. Seu cabelo loiro é ondulado e possui o corte a altura do obro. Ela tem algumas sardas no rosto um pouco abaixo dos olhos que a deixam ainda mais linda e com aparência de alguém que acabou de fazer uma sessão de fotos de verão.

– Eu vou ali trocar uma ideia com o professor de física e já volto. – Diz Tony acenando.

Depois que ele sai, Megan e eu seguimos andando pelo corredor. Era nossa rotina diária, andar e conversar desviando de outras pessoas que também passavam por nós conversando e andando. As pessoas pareciam apáticas umas as outras nessa hora.

– E você, como vai? – Pergunto.

– Estressada! O professor de química ontem colocou o Théo e eu para fazermos atividade em dupla. Ele só sabia fazer piadas sem graça e eu fiz 85,7% dos exercícios sozinha! – Megan é genial. Suas habilidades fizeram com que ela desenvolvesse um senso de lógica e raciocínio rápido preciso, além de uma ótima memória fotográfica. Ela não esquece praticamente nada de que aprendeu. Como ela mesma diz apenas 5% do conteúdo absorvido durante a vida dela depois das habilidades será perdido. Apesar de tudo isso, ela não gosta de se gabar, só às vezes quando alguém tenta menosprezá-la ou quando fazem alguma tentativa de piada de suas habilidades. Alguém tipo Theodore Stillk, que é bobo, brincalhão e que secretamente esconde uma pequena queda pela Meg... Na verdade a "quedinha" não é tão secreta assim.