#11 - O Despertar e Encontros Inesperados

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Os treinos com Will estão cada vez mais divertidos! Acho que é porque estou conseguindo ganhar dele, hehe.

É sério, consegui 'derrotá-lo' algumas vezes. Hoje Raquel fez um treino diferente comigo. Ela pegou as coisas que eu já sabia (voar, soltar faíscas e chamas pequenas pelos dedos) e me ensinou a controlar. Quer dizer, tentou.

- A magia sempre esteve em você, querida. Will estimulou sua natureza a expor a mágica, mas agora você precisa dominá-la. Não tema seu poder, ele é uma parte de você agora. Alcance a paz de espírito, você precisa sentir-se bem com seu poder, sinta-se completa por dentro e por fora.  

 Aquelas palavras me tocaram. Fechei meus olhos e pensei em coisas boas e que me faziam feliz. Pensei no meu poder como algo me torna especial. Pensei em muitas outras coisas.    

Raquel observava admirada. Eu não sabia, mas enquanto mantinha os olhos fechados, dançava em pleno ar, fazia círculos enquanto minhas mãos expulsavam chamas vermelhas que faziam circunferências e se dissipavam no ar. Era lindo. Até o Will parara o que estava fazendo e a olhava.

Quando abri meus olhos e vi o que fazia sem querer fiquei espantada, mas continuei. Era uma sensação maravilhosa. Eu voava com firmeza, e as chamas aumentavam e diminuiam de acordo com a minha vontade. Sentia um calor agradável nas minhas mãos, e uma sensação de liberdade no peito que eu nunca senti antes. Me sinto diferente, como se eu finalmente tivesse acordado para a vida. Acima de tudo, me sinto fortemente ligada a esse mundo. Eu o amo e farei de tudo para ajudá-lo.

Ninguém sabia, mas escondido atrás das rochas, Jonh observava toda aquela cena. Aqueles olhos azuis captavam tudo. Ele achava aquilo lindo e estranho.

Eu voltei para o chão toda feliz e eles me abraçaram e deram parabéns. Fui dar um passeio. Que terra feia! Rochas para todo lado. Árvores caídas e secas. Montanhas e morros rochosos, casas enormes de pedra.  Um lugar particular me chama a atenção. Um amontoado de árvores, sem nenhuma caída. Radiante, fui pra lá e comecei a colher flores. Colhi um montão delas até que vi uma linda. Suas pétalas são de um laranja fluorescente, e quando se aproximam do centro, ficam vermelhas. Quando estou prestes a pegá-la, ouço uma voz. 

- Não faça isso. - A voz soa familiar, mas de quem é? Por garantia, ergo a espada. - Apareça!

 - Calma, sou eu, o Jonh. - ele surge com os olhos azuis arregalados. Ele é lindo até com cara de preocupado.

 - Por que você não me deixou colher a flor?

 - Você não notou? Esse é o território de uma fada. Se você a tocasse, nunca mais sairia daqui.

 - Como você sabe?

 - Eu... - Antes que pudesse responder, uma voz o corta. "Ele tem razão." Ela fala. É uma menina.

 Ela é pálida. Nunca vi um cabelo tão escuro. Tem grandes asas de morcego, e um vestido azul e preto todo rasgado. Ela se senta no chão da floresta e os olha. Seus olhos são grandes e amarelos.

 - Sente-se aqui, minha cara Diana. Precisamos conversar.

 Jonh me olha com uma cara interrogativa e eu fico apreensiva. A voz da fada é delicada, assim como seus traços.

Eu me sento ao lado dela. Se quisesse me fazer mal, já teria feito. - Sou dona desta pequena floresta que mantenho. Fui vítima dessa maldita flor. - Ela olha com desgosto e continua. - Os amigos de Alice já sabem onde você está. Eles demorarão para chegar por aqui, mas quando chegarem, vocês precisam estar em outro lugar.

Me pergunto como ela sabe tanto.

- Eu sou uma fada querida, tenho meus métodos. - Opa, ela leu meu pensamento. Isso é...desconfortável. - Você sabe por que Alice me quer viva?

 - Você pode ser bem...útil para ela. Mas isso não importa. Sua chance, por enquanto, é encontrar a Cinderela. Ela possui a Águia Dourada, que te guiará pelos caminhos mais sombrios até A Caverna dos Quatros Ventos...lá, você encontrará a única coisa que te ajudará a combater a fúria de Alice e a ira de Labarattus: A lâmpada mágica. Quando encontrá-la, esfregue-a três vezes e terá três desejos. Escolha com sabedoria, minha cara Diana. Leve consigo o Coração Puro - e olha pra Jonh - em sua busca. Mas tem uma coisa: NUNCA, mas nunca mesmo, deixe de... - O olhar amarelo dela é desviado para a flor, que agora, para espanto de Diana, está quase totalmente vermelha. A fada começa a balbuciar que não tem tempo e não tem tempo, e num piscar de olhos desaparece numa nuvem de fumaça dourada.

Deixando Diana cheia de perguntas e um Jonh inevitavelmente confuso.

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