#24 - Segundo Dia

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Pelo menos não dormimos no chão.

Dormimos em colchões. Acordei, e a decepção veio com tudo. Eu estou presa! Nós estamos. Nada de ideias geniais, nada de heroísmo, nada funciona. Eu odeio Alice e seus soldados de Copas.
Nem notei que minhas mão estavam fazendo chamas. Nem que o colchão estava chamuscando. Tinker estava atrás de mim.
- Cuidado! - Diz ela, num pulo, quando as chamas incendiam todo colchão. Num reflexo, ela estende as mãos e na hora o mini incêndio para.
- Você fez isso?
- Acho que sim...- Diz ela, ainda surpresa, e levanta levemente as asas de morcego.
- Tenta fazer outros truques - Diz Felipe.
Ela muda a cor dos sapatos, de preto pra azul. Remenda seu vestido meio rasgado e faz o colchão desaparecer. Anda alguns passos, vai pro outro lado da prisão e tenta mover o outro colchão. Nada acontece. Tenta novamente. Nada. Até que sente um suave cheiro de fadicida.
- São os colchões!- grita ela. - O fadicida está nos colchões!
- Diana, queime colchões! Num instante, todos os colchões foram torrados. O cheiro incomodava.
- Ok Tinker. Consegue torcer as grades?
- Claro.
Ela leva o dedo indicador e aponta pra grade do meio, logo no começo, próximo ao chão, e a torce. Depois aponta pra da direita, e a torce pro outro lado, fazendo um buraco rente ao chão. Depois ela cai, cansada.
- As grades são feitas de ferro. Não nos damos bem com isso.
Ela respira lentamente.
- O buraco é estreito. Jonh, você passa? - Raquel começa a liderar.
- Vamos ver.
Ele se agacha e vai se arrastando, passa a cabeça, depois os ombros, os braços bem colados, depois a cintura e enfim....ele está deitado, completamente do lado de fora.
- Se ele passa, eu passo. - Diz Will, que repete o processo, cuidadoso.
É uma fuga lenta e nada magestosa, porém reconfortante.
- Minha vez. - Falo, ansiosa.
Me deito e vou rastejando. As grades estreitas machucam um pouco, mas logo, estou do lado de fora.
- Felipe, consegues?
- Não.
- Tem certeza? Porque não tenta?
- Absoluta. Não vou passar de jeito algum.
- Por favor.
- Não. Vocês...pegam uma chave e me destrancam depois. Problema resolvido.
Todos observam em silêncio, até que Tinker o quebra.
- Eu vou sair.
E ela se agacha, mas as asas nas costas dificultam muito. Então ela as comprime até desaparecer e passa.
- Você pode fazer suas asas sumirem?
- Raramente. É vergonhoso. Fazer desaparecer nossa marca registrada, parecer com vocês, humanos.
Ela faz os lábios virarem apenas uma linha fina, fecha os olhos e as asas voltam. Raquel demora, mas passa.
- Certo, onde estamos?
- No castelo da Bela Adormecida - Fala uma voz.
Levamos um susto, e nos viramos depressa.
- Quem é você? - Jonh pergunta.

** Acharam curto demais o capítulo? Se sim, me avise que eu faço maiores!

Continua...

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