#30 - Explicação...

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Jonh passou o comando do barco pra Raquel novamente, e eu, ele, e Will fomos dormir. Natasha continuou na proa do barco, fazendo não sei o quê.
Subo na cama alta do beliche, já que Tinker não está, e me deito.
Olho pro teto, depois fecho os olhos e fico pensando em tudo que aconteceu. Que loucura.
Durmo rapidamente, acordo um instante, pego no sono de novo, e assim repetidas vezes, até entrar num sono constante e profundo.
*
*
Acordo com dor de cabeça.
Demoro meio século pra me levantar, mas quando finalmente reuno coragem e me levanto, lembro: TINKER. Ela ia me contar alguma coisa.
Saio andando, pulo o café da manhã e encontro uma Raquel cansada indo na minha direção.
- Bom dia. - Falo.
- Boa noite! - Ela fala, passa por mim e entra num quarto.
Ela ficou a noite dirigindo.
Encontro Natasha e pergunto por Tinker, e ela responde:
- Ela veio aqui, viu que você estava dormindo e voou de novo.
- O quê? - Falo, sem acreditar, e e ansiosa para ouvir o que ela tem a dizer.
- É, é, agora pode tomar café da manhã, e escovar os dentes, por favor!
- Ops.
Volto lá, como um pão com manteiga, escovo os dentes, quando uma dúvida me surge. Não vi Felipe desde a loja de roupas. Ele nem chegou a se "disfarçar". Vou correndo falar com Raquel, mas lembro que ela foi durmir, então falo com Natasha de novo, que agora estava com Will do lado.
- Vocês viram Felipe?
- Não. Estávamos inquetos com isso, já perguntamos várias vezes pra Raquel mas ela insiste em não contar.
- Porque vocês não me falaram?
- Estava dormindo.
Nesse momento, ouço um baque atrás de nós, e me viro. Era Tinker pousando no barco, com suas asas de morcego estendidas, e seus olhos grandes e amarelos mais atentos do que nunca.
- Olá. - Ela fala, simplesmente.
- Tinker! Finalmente! - Falo.
- Olha Diana, eu sei que você ficou com saudade, mas você já tá acostumada com os vôos inesperados dela, não é? - Fala Will, estranhando.
- Não, eu sei, é porque ela falou na minha mente, dizendo que sabia a respeito daquele terremoto, então eu estava curiosa pra saber o que ela tem a dizer!
- E você não disse pra nós!
- Achei que Tinker tinha falado na mente de vocês também. - Minto: Eu sabia que ela só falou comigo, mas me esqueci de falar com eles e não queria que ficassem chateados.
- Tinker? Porque não falou conosco então? - Pergunta Natasha. Pelo visto transferi a culpa pra Tinker...era melhor ter falado a verdade.
- Só consigo falar na cabeça de Diana. - Ela me encara, firme, sem desviar o olhar uma única vez. Eu sabia que era uma mentira. E ela teve que mentir por minha causa.
- Estranho. Mas ok. - Fala Will. - O que tens a dizer?-
- Cadê Jonh e Raquel? - Ela pergunta. - Quero falar com todos aqui. -
- Jonh está no quarto, jogando uma bolinha contra a parede.
- Bolinha? Onde ele pegou uma bola?
- Deve ter sido na casa de... - Fala Natasha, mas é interrompida pela fada:
- Chamem Jonh pelo menos, e depois vocês atualizam Raquel.
- Sim senhora. - Diz Natasha, quase em tom de gozação. Ela vai lá e desce a escadinha, pra onde ficam os nossos quartos.
Espero, impaciente.
Quando ele chega, a fada começa a falar:
- Aquilo não foi natural.
- Já sabemos.
- Aquilo foi a bomba. A bomba mágica da Cinderela.
- O quê? Ela não estava pronta ainda! Quer dizer, lembra que você disse isso, Will, que não estava pronta! Ah meu Deus... - Entro em pânico.
- Calma Diana! - Segunda vez que escuto isso. Ela continua:
- A bomba não está pronta, isso foi só um teste. Ela ainda está fraca, mas eu acho que ainda vão ter uns três testes até ela ficar totalmente pronta. Vocês não prestaram atenção, mas só essa tremedeira fez árvores caírem, vidros quebrarem, um desastre. Só o que ficou em pé foram as casas e o castelo. As próximas vão ser cada vez mais fortes.
- Então...Isleryn vai acabar mesmo? - Fala Natasha, quase sem acreditar.
- A menos, que vocês impeçam, é claro.
- E como faremos isso?! - Pergunta Natasha, incrédula.
Subitamente me lembro que ela não estava conosco na Caverna dos Quatro Ventos, e na hora do Saber, então, ela não sabe dessas coisas.
Coube a Jonh explicar, que estava até agora calado. Quando ele termina, Natasha diz:
- Vocês são loucos não é? É...impossível. Vocês não sabem nem quem é a tal bruxa, nem onde ela está, nem como derrotá-la.
- Foi o que eu falei. - Will levanta o dedo.
- Melhor sermos loucos então. - Fala Jonh.
- É. - Concordo.
Tinker olha pros lados e fala:
- Cadê Felipe e aquela garotinha, é, Chapeuzinho?
- Não sabemos.
- Eles sumiram juntos?
- Não: Primeiro chapeuzinho, depois Felipe.
- Certo...eu posso, tentar localizar a mente deles e tentar falar com a menina pelo menos.
- Você não conseguia apenas com Diana?
- Naquela hora só consegui com ela. Mas acho que agora eu consigo.
- Sério mesmo? - Will fala, num tom irônico. A fada fala:
- Deixe-me tentar.
Ela fecha os olhos, e depois de um tempo sorri de alívio.
- Achei a mente dela. - Tinker fala. - Estou falando com ela agora.
- Pergunta onde ela está! - Falo.
- Ela não sabe.
- Ela sabe quem a capturou?- Pergunta Natasha.
- Pessoas magras, com vestes pretas, e capuz.
- O que mais ela disse?
- Vou transmitir pra vocês.
Chapeuzinho: Ela é uma bruxa!
Tinker: Como sabes?
Chapeuzinho: Ela meche num calderão. Quem tem calderão é bruxa.
Tinker: Oh, como sabes que não é um calderão de sopa?
Chapeuzinho: Por causa do que ela coloca: Asa de fada, pé de coelho, a-última-flor-do-deserto, Besouro das montanhas...
Tinker: Pare. Ela é uma bruxa, e, ou ela é muito tola pra fazer esse feitiço, ou muito poderosa. Onde você está agora?
Chapeuzinho: Numa sala! Tinker: Está escuro ou claro?
Chapeuzinho: Escuro.
Tinker: Está frio?
Chapeuzinho: Sim.
Tinker: Ok.

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