Eu estava decidido a assistir alguma série hoje já que é fim de semana, não gosto de sair e também não tenho nenhuma apresentação hoje, mas mal passei do segundo episódio e já estou quase cochilando, eu estou realmente cansado, porém o celular tocando me puxou pra longe do mundo dos sonhos e eu estranhei quando vi o nome de Luke na tela.
Eu e Ash jantamos com ele no outro dia, ele ainda é muito engraçadinho e eu ainda o evitando, porém menos inconveniente, mas eu não diria que somos amigos, não pra ele me ligar, normalmente quando ele tem algo pra me dizer só me manda uma mensagem às sete da manhã e me inferniza até que eu responda e ele nunca realmente tem alguma coisa pra me dizer.
- O que devo a honra da sua ligação?
- Eu posso ir até sua casa? - É o que?
- Como assim? - Eu tive um suspiro como resposta e um longo silêncio. - Luke? - Perguntei, me questionando se ele tinha desligado a ligação.
- Eu não estou me sentindo bem, e não quero ficar sozinho, e não tenho pra onde ir, e eu não quero preocupar a Ashley, e eu sei que não gosta de mim o suficiente pra se preocupar. - Ele está completamente enganado, porque eu estou profundamente preocupado já que até esse exato momento Luke nunca demonstrou nenhum tipo de fragilidade e nesse momento tenho a impressão que ele está chorando. - Se não quiser tudo bem, eu vou pro teatro e...
- Pode vir.
- Certeza?
- Vem logo antes que eu mude de ideia, vou deixar seu nome com o porteiro, sobe pro último andar, no final do corredor tem uma porta, ela vai estar destrancada, só subir a escadinha.
- Obrigado.
Eu preparei chá enquanto esperava ele chegar logo depois de avisar o porteiro que ele viria, acho que café não é uma boa opção pra momentos de instabilidade emocional. Depois de talvez meia hora escutei batidas na minha porta, assim que a abri me deparei com um Luke descabelado e com o rosto inchado e vermelho, talvez de tanto chorar, e eu confesso que isso me apertou o coração, porque não importa o quanto eu não goste dele, não desejo que ele se sinta mal.
- Eu sei que você me odeia, mas você pode fingir que não por uns cinco minutos e me dar um abraço? Eu acho que estou precisando. - Seu queixo tremia e eu sei que ele vai voltar a chorar, eu só abri os braços pra que ele se aconchegasse.
Luke me abraçou com força, chorava de soluçar contra o meu ombro, eu retribui o abraço como se fôssemos amigos ha anos, porque eu gostaria que alguém fizesse isso por mim caso eu precisasse. Eu posso sentir como seu corpo está frio e desconfio que ele estava perambulando pela rua pra estar gelado desse jeito.
- Vem, entra, tá frio, você chega a estar gelado. - O puxei ainda próximo do meu corpo pra dentro da casa e fechei a porta, o aquecedor não é dos melhores, mas acho que dá conta. - Eu fiz chá, se quiser. - disse baixo, o afastando devagar, encontrei seus olhos azuis parecendo perdidos, o olhar vago como se não soubesse ao certo o que estava fazendo.
- Eu aceito. - Ele disse secado seu rosto, as bochechas tomando um tom ainda mais rosado.
Eu sentei em um dos bancos da bancada que dividia minha cozinha da sala com ele logo ao meu lado, servi duas canecas com chá, ele a segurou com as duas mãos e eu podia as ver tremendo, só não sei dizer se é de frio ou por conta do choro, ele ainda chora baixinho ao meu lado e eu estou quase entrando em desespero sem saber o que fazer, não lido muito bem com qualquer tipo de demonstração de sentimentos, sejam elas direcionadas a mim ou não.
- Tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?
- Só não me deixa sozinho hoje, por favor. - Só concordei com a cabeça deslizando meu braço sobre a bancada pra segurar uma de suas mãos, e ele a segurou com força. - Me desculpe ter me convidado pra vir na sua casa, é que eu moro num tipo de república e lá é barulhento e bagunçado, não é um bom lugar pra levar visitas. - Ele me olhou com um sorriso triste repuxando o canto dos seus lábios.
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Beautiful Stranger ** MUKE
FanfictionMichael Clifford, um músico sem muito tempo vago em sua rotina agitada, que acaba por ter que encontrar tempo para um bailarino que simplesmente não gosta de ficar sozinho e precisa de sua constante companhia.