Quando entramos e eu já não queria mais assassinar o Luke eu pude reparar com mais calma na casa, na realidade ela não é tão grande, digo, na questão de quantidade de cômodos, mas todos eles são enormes, a sala é gigantesca e tem uma lareira, eu nunca vi uma casa com uma lareira, só tem um quarto, porem acho que ele é maior que meu apartamento, tem duas camas de casal e uma de solteiro, a cozinha é simplesmente um sonho, a geladeira já está cheia e eu mal posso esperar pra cozinhar algo nesse fogão mais caro que meu carro. O deque é todo de madeira, com aquelas mesas chiques onde da pra fazer uma fogueira, ele é dividido em dois por um cercadinho, em um dos lados tem uma piscina razoavelmente pequena que Luke disse ser quente, provavelmente isso também tem um nome chique que eu não sei, a casa tem dois banheiros e um deles tem até uma banheira.
Absolutamente tudo na casa parece grande demais, chique demais, com nomes difíceis demais, porem meu lado pobretão não da a mínima e vou adorar fingir que todos nós somos ricos por uma semana.
Eu quase tive uma pequena discussão com Luke quando ele não quis me dizer quanto pagou por essa semana alugando a casa, só me acalmei quando ele me prometeu que tinha uma quantia guardada e que na realidade o gasto não foi tão grande quando eu imagino que tenha sido, eu não acredito totalmente nele, mas decidi que me conformar é melhor do que discutir depois dele preparar tudo isso com tanto carinho e parecer tão feliz por estar aqui.
Nós dormimos mais um pouco quando terminamos de guardar nossas malas, eu tenho a impressão de que ele trouxe três vezes mais roupas do que realmente vamos precisar. No almoço eu fiz legumes assados e bebemos vinho. Quem diria que eu, um assalariado que mal tem tempo pra respirar, estaria bebendo vinho no almoço em plena terça feira? Nem eu mesmo acredito.
Nem está tão frio, mas eu quase ameacei Luke pra que ele acendesse a lareira, se eu estou aqui quero ter a experiência completa, e a lareira faz parte dela, como também usar a piscina, caminhar pelo campo, andar em torno do riacho, usar a banheira, aproveitar todos os utensílios chiques que a cozinha tem a me oferecer, e outras milhares de coisa que sequer sei ainda.
Nós passamos a tarde deitados no sofá - esse grande o suficiente pra caber nós dois deitados - assistindo a um filme atrás do outro, e pode parecer uma coisa boba em comparativo com tudo que podemos fazer, mas andamos tão ocupados ultimamente que eu mal me lembro quando foi a ultima vez que consegui realmente relaxar e assistir um filme inteiro, e estar aqui com ele deitado comigo só assistindo a filmes já é bom o suficiente.
- Michael você me deve essa. - Luke disse emburrado enrolado em um roupão, ele quer que eu entre na tal piscina quente com ele e eu não acho uma boa ideia, já está a noite e eu não acredito que ela seja quente o suficiente pra que eu não morra de hipotermia, estou exagerando? Muito provavelmente, como absolutamente sempre.
- E eu posso saber por que eu te devo essa?
- Pela minha adorável e constante companhia.
- E quem disse que eu realmente quero estar na sua adorável e constante companhia?
- Michael você não vive mais sem ela. - Luke só tirou o roupão e saiu andando até o deque.
Ele faz isso de propósito, eu tenho certeza que faz, ele me deixa sem chão e sabe disso, sabe que é só mostrar esse seu lado que vou correndo quase latindo feito um cachorrinho obedecendo o dono. Isso deveria ser humilhante, mas sinceramente, eu me sentiria privilegiado em ser humilhado por um homem como ele.
- Você vai acabar pegando um resfriado. - eu disse me abaixando na beira da piscina.
- Eu sei que quer entrar, só tira a roupa e entra de uma vez. - Ele está certíssimo, eu realmente quero entrar.
Dei o braço a torcer e tirei a blusa de mangas longas e a calça que eu usava e entrei, não é muito funda, a água bate um pouco pra baixo do meu ombro, e por Deus, que delicia a temperatura dessa água, eu nunca pensei que eu seria capaz de viver dentro de uma piscina e agora eu tenho a absoluta certeza que eu posso.
- Maravilhoso, não é? - Luke perguntou se aproximando, ele apoiou os braços nos meus ombros pra que pudesse subir as pernas e as enrolar no meu quadril, instintivamente o segurei pelas pernas e me aproximei mais da beira o encostando nela, a piscina não é funda, mas Luke é desastrado, não queremos um acidente.
- Parece uma banheira gigante.
- Que bom que ela é gigante, deve ser horrível transar em uma pequena. - O encarei com uma sobrancelha erguida. Eu acho incrível como ele desenvolveu um lado sem nenhum pingo de vergonha na cara, e só pra esclarecer, isso não é uma reclamação, muito pelo contrário inclusive. - Não é atoa que vamos ter a casa só pra gente por três dias. - Não que isso já não tivesse me passado pela cabeça.
- Luke...
- Não temos vizinhos próximo, estamos sozinhos, não tem mais ninguém, só eu e você. - Ele murmurou aproximando seu rosto do meu, murmurando contra meus lábios.
- Como se isso fosse algum impedimento da ultima vez.
- Não foi, mas pode ser mais gostoso sem pudor.
- Você só está tentando me convencer, sabe que não existiu pudor.
- Eu não preciso te convencer, eu sei que quer mais uma vez. - Ele sabe, é claro que ele sabe, como eu poderia não querer repetir a melhor transa da minha vida? - Eu sei que tem pensado em mim. - Ele murmurou rente ao meu ouvido mordiscando meu lóbulo e a única coisa que pude fazer foi firmar mais minhas mãos nas suas pernas. - Em me tocar, em me observar tocar você, em... - Soltei uma das suas pernas para poder segurar seu rosto, o afastando do meu pescoço pra que eu pudesse o ver, o lábio inferior preso entre os dentes, o rosto corado e os olhos azuis brilhantes, ele sabe que ganhou.
- Com calma. - Luke riu e eu firmei mais a mão descendo até seu pescoço, pra que ele não desviasse o olhar.
- Com calma? Você está quase me enforcando e me fodendo prensado nessa beira. A calma não faz seu tipo.
- E faz o seu?
- Com certeza não.

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Beautiful Stranger ** MUKE
FanfictionMichael Clifford, um músico sem muito tempo vago em sua rotina agitada, que acaba por ter que encontrar tempo para um bailarino que simplesmente não gosta de ficar sozinho e precisa de sua constante companhia.