Beautiful Stranger ** MUKE

27

- Isso foi precipitado e impulsivo. - Luke disse sorrindo saindo do meu colo e se jogando ao meu lado na cama, eu ainda não estou conseguindo raciocinar direito, não sinto minhas pernas e meu corpo está arrepiado.

- Pra caralho.

- Isso é um problema?

- Definitivamente não. - Ele riu alegre se arrastando pela cama pra ficar mais próximo, ele procurou pela minha mão e só entrelaçou nossos dedos se mantendo deitado ao meu lado.

- Foi bom? - Aparentemente o Luke vulnerável e sentimental está de volta.

- Tá brincando? - O encarei e suas bochechas estavam coradas, os lábios ainda vermelhos e inchados, ele não me olhava mas eu posso ver seus olhos azuis encarando o teto do apartamento como se tivesse algo interessante ali.

- Eu não sei, sabe já faz muito tempo desde que... é você entendeu. E também não estou muito em forma, quando me conheceu eu era mais... - Eu o interrompi, porque os momentos em que ele se autodeprecia dessa forma me deixa desconfortável no mínimo.

- Para com isso Luke, eu gosto de você e isso já é motivo o suficiente pra ter sido um momento incrível, você é simplesmente incrível.

- Eu vou pegar água, você quer? - Eu sei que ele só está mudando de assunto, então eu só concordei com a cabeça.

Ele levantou parecendo não se importar muito com o fato de que está nu, eu ainda consigo ver as marcas avermelhadas em seu corpo, os arranhões em suas costas e a marca dos meus dedos em seus quadris, como ele pode questionar em algum momento o quão bonito é? Porquê sinceramente, desde o primeiro momento não pude negar que ele é atraente, os olhos azuis, o cabelo loiro caindo no rosto, o sorriso de lado... ele me irritava, mas não sou cego, porém o vendo agora, despido depois de ter tido o privilégio de tocar todo o seu corpo eu só posso o descrever como a criatura mais bonita que já tive o prazer de ver.

Luke pegou sua calça no caminho até a cozinha e a vestiu, eu continuei com meu olhar fixo nele, as vezes é um pouco difícil de acreditar no que temos, quer dizer, no que estamos começando a ter, Luke invadiu minha vida feito um louco, e no começo eu queria socar sua cara na parede, não que eu ainda não o queira eventualmente, com um pouco de esforço ele pode ser bem inconveniente e teimoso, mas ele é tão encantador que nem sei ao certo em que momento tudo aconteceu, quando meu coração começou a disparar quando ele estava próximo, quando eu passei a o observar por mais tempo que o necessário, quando comecei a sentir falta da companhia dele nos dias que não estávamos juntos, quando comecei a escrever sobre ele.

- Eu vou tomar outro um banho rapidinho. - Luke disse me entregando o copo.

- Só vou pedir nossa comida e já vou, caso esteja tudo bem pra você.

- Tudo bem Mike. - Luke beijou meu rosto antes de sair em direção ao banheiro.

Pedi o de sempre no restaurante de sempre, então levantei da cama e fui até o banheiro, observei Luke que tinha os olhos fechados parecendo confortável com a água quente caindo sobre seu corpo. Aprovei que sua atenção não estava em mim para entrar no chuveiro junto com ele, ele abraçou meu corpo, me apertou com força em seus braços, então é isso que casais fazem? Porque agora que notei que é isso que o dia de hoje está parecendo, a rotina de um casal, e isso é um pouco assustador já que tenho passado os ultimos anos sozinho nesse apartamento.

- Você gosta mesmo de mim? - Luke murmurou.

- Sim, eu gosto mesmo de você. - Murmurei de volta. - Não precisa se sentir inseguro comigo, quando e se algo estiver errado eu vou te dizer.

- Você promete?

- Eu prometo.

- Me desculpa caso eu pareça desconfiado, é que nunca estive assim com alguém antes, não sei se estou fazendo direito, eu só me sinto... me sinto feliz sobre o que temos.

- Eu também Luke, mas acho melhor pelo menos o senhor sair logo do banho porque provavelmente nosso almoço chega daqui a pouco.

Luke terminou rápido seu banho e saiu pra que pudesse esperar pelo nosso almoço. Eu me dei mais alguns minutos, estou cansado, e preciso pensar, não que isso seja ruim, pensar, eu só preciso colocar tudo no lugar, eu demoro um tempo pra processar novas informações.

Eu não disse nada demais durante o almoço, eu esperei que terminássemos e ele voltasse a se aconchegar contra meu corpo no sofá depois de colocar um filme, ainda sinto que precisamos conversar e esclarecer algumas coisas, me sinto incomodado com brechas pra que de errado sem ao menos começar.

- Nós podemos conversar? - Perguntei baixinho o abraçando, não quero que ele se assuste e ache que essa conversa vai ser um problema.

- Claro que sim Mike. - Ele encostou a cabeça no meu peito enquanto ainda mantinha os olhos no filme.

- Você quer isso? Quer dizer, avançar com isso, eu preciso saber o que espera, porque eu nunca estive em um relacionamento, ou gostei de alguém da forma como gosto de você, então eu só preciso saber como vai ser, porque eu não quero criar nenhum tipo de expectativa pra quebrar a cara depois, porque tudo o que aconteceu já está resolvido, eu sei, mas foi uma droga e...

- E não vai acontecer de novo. - Luke me interrompeu. - Esse também é meu primeiro... relacionamento? Não sei do que chamar, mas é o primeiro, e eu estou feliz que seja com você, e bom, eu estou disposto a ir até onde você quiser ir. Não quero ultrapassar seu limite, não sei como quer lidar com isso.

- Eu estou disposto a tornar isso realmente um relacionamento. - Eu sinto meu coração acelerado só de pensar que em algum momento Luke pode se tornar meu namorado, eu nunca tive um, e o fato de ser ele me deixa nervoso, quer dizer, olhem só pra ele. - Por que eu perderia essa oportunidade? Só um louco pra te dispensar.

- Você me dispensou, várias vezes inclusive. - Luke disse rindo, ele tem um ponto.

- Você era um saco.

- E eu não sou mais?

- Ainda é, mas agora te acho bonitinho.

- Então só tá comigo porque eu sou bonitinho? - Ele perguntou fingindo indignação.

- Obviamente, pelo que mais seria?

- Não sei, talvez minha adorável presença, meu chá de camomila, minha incrível habilidade pra dança, a lista é bem longa.

- Igual o seu ego. - Luke soltou uma risada alta e eu só pude o olhar sorrindo.

- Você é um idiota.

- Eu nunca disse o contrário.