Karol S.
Com o punho fechado dei três batidas na porta, depois de verificar novamente se era o endereço que Otávio passara.
Não era que eu não estivesse tremendo da cabeça aos pés, mas isso não era maior que o meu desespero.
O medo que eu sentia era colossal, entretanto deixá-lo dominar seria pior. Neste momento, Celeste precisava que eu fosse como ela: forte.
─ Você? ─ Débora disse, abrindo a porta.
Ela fechou o roupão vermelho que usava, tampando a lingerie sexy que vestia.
Um riso de escárnio escorreu por meus lábios.
─ Sinto muito não ser quem você estava esperando, mas temos coisas mais importantes para resolver agora. ─ Fui entrando sem esperar um convite formal.
Escutei a porta bater com força.
Ainda de costas, senti seu olhar sobre mim.
─ Mas o que está fazendo aqui? Nos falamos mais cedo e eu te contei todo o meu...
─ Você me contou seu lado da história mais cedo e eu ouvi, compreendi, entretanto, não estou aqui para confabular com você. ─ Virei-me para ela. ─ Vá se trocar rápido, porque precisamos ir.
─ Está maluca? Com que direito entra aqui, me trata dessa forma e... Sinceramente! Não é porque te contei minhas dores mais cedo que pode falar comigo desse jeito, eu nem te conheço...
─ Ah conhece, sim! Claro que conhece, Débora. ─ Retruquei com sarcasmo. ─ Você sabe perfeitamente quem eu sou e que espaço ocupo na vida do Ruggero e da Celeste. E assim é até melhor, porque não perdemos mais tempo com apresentações. Portanto, vá se arrumar logo.
Vi um risco de zombaria cruzar seus olhos. Ela entendeu naquele instante que não havia mais mascaras.
A verdade já tinha vindo à tona.
Um sorriso presunçoso escapou de seus lábios escarlates.
─ Já terei que me despedir da minha personagem de mãe sofrida? Que dó! Estava tão empenhada em levá-lo adiante. Quem sabe, talvez, eu ganhasse um prêmio até.
Cruzei os braços, estava enojada com tanto cinismo.
Entretanto, para a infelicidade dela, cresci entre pessoas iguaizinhas. Ouso dizer que até piores.
Não era só nos jantares importantes que eu ia com meus pais que via gente cheia de empáfia e navalhas nas línguas, no colégio também era assim.
Junte muitas pessoas milionárias em um lugar só e veja a soberba atingir o teto.
Para o desagrado dela, aprendi a ser igual a essas pessoas.
Nossos venenos eram semelhantes.
─ Débora, eu sinceramente não me importo. Só quero que venha comigo e pronto.
─ Ir com você? Para onde? Não entendo o que possa querer comigo.
─ Eu? Ah não. Eu honestamente não quero nada com você, ainda bem. Mas você, como mãe, tem um dever a cumprir. Desta forma quitará velhas dívidas. Pode remediar um pouco do passado, portanto...
─ Do que está falando? ─ Sua paciência parecia estar caminhando numa corda bamba.
─ Celeste está muito doente e precisa de uma transfusão de sangue urgente. E, aparentemente, o Ruggero não é o pai, né? Você se encarregou de trazer à luz mais uma mentira. Então, você é a única pessoa que pode ajudá-la agora.
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AMAR
FanfictionCassiel é um anjo um tanto... Diferente. De uma hora para outra sua missão se torna unir um casal, aparentemente, improvável. Ele precisa fazer com que o jovem viúvo Ruggero Pasquarelli, redescubra o amor enquanto equilibra suas obrigações do dia a...