Trinta e Oito

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Penúltimo Capítulo

Dias depois...

Karol S.

─ Não vai embora agora, não. ─ Ruggero falou, beijando meu pescoço.

Estávamos deitados em sua cama, nos isentando um pouco da correria do dia a dia. Precisávamos bastante daquele momento de paz.

Não que os dias que se seguiram ao hospital tenham sido ruins. De fato, foi bem calmo até.

Por sorte, e por milagre, Celeste se recuperou depressa, deixando até mesmo Otávio espantado, porque ele havia pensado que ela precisaria de mais repouso, entre outras coisas.

Mas a nossa menina era forte demais e não custou a voltar sua vidinha normal.

As coisas foram enfim se acomodando em seus devidos lugares. E, por incrível que pareça, até Débora partiu.

Ela havia ligado para Ruggero dias atrás, queria encontrá-lo e entrar num acordo em relação a Celeste, já que estava disposta a não abrir mão da filha, mas como Rugge se negou a ir nesse encontro, sua ex-mulher ficou irritadíssima e foi para a capital, afirmando que iria arrumar o melhor advogado e que Ruggero jamais veria Celeste de novo.

Débora não mudaria, seu discurso de ódio seria sempre o mesmo, mas agora sua obsessão era outra: a filha. A filha que nunca quis e que sempre se empenhou em machucar, abandonar e menosprezar.

Realmente não havia coerência em sua cabeça.

Mas eu tranquilizei meu namorado. Minha mãe, como advogada, prometeu ficar à frente do processo todo e, dessa forma, Ruggero não precisaria gastar dinheiro algum, além do mais, mamãe era ótima no que fazia e jurou que Débora jamais ganharia ação alguma, principalmente depois de tudo o que fez, do abandono de incapaz, enfim...

Ruggero ficou mais tranquilo.

E eu também fiquei.

Fazia-me bem vê-los bem. Inclusive, a vida estava mais coesa ultimamente, até me aventurei a ajudar a costureira da ilha com algumas peças de roupa, depois desenhamos outras tantas. Foi bem legal. Tia Malu chegou a sugerir que fizéssemos um desfile para as mulheres da ilha, enaltecendo seus corpos, sem ficar bajulando os padrões de sempre.

E eu amei a idéia.

─ Sabe o que eu estava pensando? Acho que deveríamos arrumar um jantar bem gostoso para o seu pai e a minha tia. Sei lá, eles estão sempre nos ajudando.

Rugge, quase adormecido, soltou um muxoxo de aprovação.

─ Meu pai disse que eles foram passear ontem à noite na praia.

Empurrei meu namorado ligeiramente; estava espantada.

Ele arregalou os olhos, pego de surpresa.

─ E você me conta isso assim?! E como foi? Diga os detalhes!

Ruggero massageou as têmporas e depois bocejou.

─ Não sou fofoqueiro, amor.

─ E daí? Eu quero saber.

Um sorriso sexy escapou de seus lábios.

Ele se espreguiçou, alongando os músculos dos braços e da barriga, empurrando ligeiramente o lençol para baixo com esse movimento, deixando à mostra boa parte da entrada V de sua cintura nua; e eu não me cansava de admirar aquele corpo.

Umedeci os lábios e pigarreei.

─ Em que momento você ficou tão curiosa?

Pisquei os olhos, desviando a atenção de seu corpo nu.

AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora