BRIAN
Alguns dias passaram, Anna continuou sem fazer contato, respeitando a escolha dela também me mantive afastado. Não quero força-la. Eu sei que cometi um erro, deveria ter sido transparente assim que o clima entre nós começou a mudar. No entanto, mantenho a esperança de que ela opte por dar uma oportunidade para o nós. Ela é a primeira, após a morte de minha noiva, que desperta em mim a vontade de ficar. Criar uma conexão profunda e buscar a felicidade.
- Senhor, a Sra. Jones pediu que a encontre na varanda. – Falou a governanta.
Assenti, pegando o caminho que leva à varanda. A casa é muito grande e antiga, uma velharia centenária. Que dependesse de mim seria colocada a abaixo. Mas a Sra. Olivia Jones, só de ouvir falar quase tem um ataque. Esta casa é única herança que restou do seu lado da família, foi presente de casamento dela.
- Boa tarde, mãe. – Falei em voz suave.
- Boa tarde, Brian. – Ela abriu um sorriso.
Os cabelos brancos e longos, estão penteados de maneira impecável. Assim como todo o resto, conjunto de saia e blusa de linho e relógio de ouro que ganhou do pai ao completar 15 anos. Além dos brincos e colar de pérolas. Não me lembro de ter visto minha mãe desarrumada, ela leva as regras com que foi criada muito a sério. Me sentei ao lado dela, o perfume sempre é mesmo, rosas francesas.
- Por que se veste assim? Tem um bom porte filho. – Meu jeans e camiseta preta são trapos na concepção dela. – Fica tão bonito e elegante de terno, deveria usá-los com mais frequência. Afinal, é o herdeiro de uma das grandes empresas desse país.
- Mãe, já conversamos sobre isso. Por favor, não vamos remoer assunto e começar uma discussão. – Ela assentiu. – Como tem passado? Soube que está pulando o jantar.
- Essa criadagem é fofoqueira. – Resmungou.
- Não fale assim, são funcionários ou colaboradores. O termo que usou é ofensivo. – Mamãe revirou os olhos, é difícil trazê-la para o presente. – Agora diga-me, por que não está se alimentando corretamente?
- Não sinto fome, após o chá estou satisfeita. – Falou sem convencer.
- Tia Sue, ligou. Ela disse que pretende vir visitar a senhora. – Sue é a irmã mais nova dela.
- Eu não quero, sabe que não gosto de visita. – Seu tom irritado.
- Então eu vou embora. – Tentei levantar.
- Pare de bobagem, você não é visita. – Ela segurou o meu braço.
- Mãe, não pode ficar aqui sozinha. Por que não passa um tempo comigo, em Creek?
- Ficou maluco! Aquele fim de mundo que você se meteu, jamais. Soube que deixam selvagens transitar a vontade. – Ela falou horrorizada.
- Melhor não ir. – Fiz um afago na mão dela.
Deus tenha piedade, minha mãe é um poço de preconceito.
Decidi passar a noite aqui, a informação que não está se alimentando corretamente me deixou preocupado. Ela parece muito frágil, tenho medo que adoeça. Os funcionários são ótimos, cuidam muito bem de tudo, mas não são família. Seria ótimo ter Tia Sue por perto, apesar da animosidade, sei que mamãe irá apreciar a companhia.
ANNA
É possível sentir a falta de alguém que pouco conhecemos? Pelo menos eu sinto falta de Brian. Até mesmo dos momentos que ele me tira a paciência, com alguma atitude de grosseirão. São poucos dias sem nenhum contato, porém tenho a sensação que nos distanciamos há tempos. No momento foi a decisão que julguei ser a melhor. Eu preciso ouvir o outro lado da história, saber a versão de Holly. A convidei para jantar comigo, na minha casa, não quero ter essa conversa onde outras pessoas possam escutar.
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Anna Mae
RomanceStatus: COMPLETO Aos 35 anos, decidi recomeçar. Retornando para a minha cidade natal, reaproximando-me de minha família e dos antigos costumes. Levando uma vida discreta e tranquila. Trabalhando como promotora local, enfrentando juízes e advogados c...