Cap. 17 - Fale com o seu coração

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ANNA

Aiyana está muito debilitada, com escoriações por todo o corpo. A garota de aparência saudável e bonita, deu lugar uma imagem franzina e assustada. Mesmo ciente de que são policiais, ela fica agitada na presença de homens. Só de imaginar o que passou sinto calafrios. Outras sete jovens mulheres foram resgatadas, todas fisicamente debilitadas e assustadas.

- Aiyana, sou a promotora Harris. – Me aproximei dela, que está sentada na ambulância sendo examinada. – Sei que está cansada e quer deixar este lugar, mas preciso saber. Quem deu a ordem para mantê-la aqui?

Ela me olhou, as lágrimas escorrendo pela face.

- Albert Rainwater, o filho do chefe da minha tribo. – Disse sem pestanejar. – Kristen, vocês a encontram?

- Sim, eles à deixaram na floresta. – Falei, a tristeza dela é de partir o coração.

- Cretinos, eles a mataram por minha causa! Farei o que for preciso para ajudar a puni-los. – Ela se exaltou.

- Já chega, vamos para o hospital. – A paramédica determinou.

Não vou forçá-la agora, é melhor que reencontre logo com a família.

- Xerife! – Chamei Brian, ele se aproximou. – Acho prudente ter policiais no hospital, nunca se sabe.

- Certo, vou enviar uma equipe acompanhando a ambulância. – Ele apanhou o celular. – Ela confirmou a identidade do suspeito?

- Sim, vou expedir uma ordem de prisão imediatamente. Quero Rainwater atrás das grandes hoje.

- Peter cuidará da cena, existem pilhas de provas por toda parte. – O xerife informou. – Dê a ordem e eu vou até reserva buscá-lo.

Assenti.

Voltei para escritório, Georgia redigiu a ordem, eu assinei em conjunto com o magistrado chefe. Optei por levar o caso diretamente a ele, fugindo do juiz Miller, que está de plantão. A proximidade dele com o prefeito levanta desconfiança. Esta prisão fará barulho, tenho que estar preparada para lidar. Muitos irão transferir a culpa para a reserva, uma laranja podre contaminando a todos.

Levei a ordem de prisão pessoalmente à delegacia. O xerife se reuniu novamente com a equipe tática.

- Ei, tenha cuidado. – Disse a ele, num momento que ficamos a sós.

- Sempre. – Assegurou.

Ver Brian todo paramentado com uniforme tático, colete a prova de balas e com todas aquelas armas, é um choque de realidade. Sei que é muito bem treinado e preparado, é um capitão do exército americano, mas ainda assim fico com o coração apertado.

BRIAN

Temos a informação de que ele está na reserva, com a mulher e os filhos. Não será uma cena fácil de controlar. Vamos precisar de muita atenção para nada sair dos trilhos. Revisei o mapa das casas dentro da reserva, a dele é a segunda após o salão de festas. Coloquei uma equipe na mata, atrás da casa. Não quero que tenha uma rota livre para fuga. A família de Aiyana foi levada ao hospital, porém receberam a informação durante o trajeto. Não queria que o resgate dela vaza-se, assim podemos apanhar os suspeitos de surpresa.

- Atenção, início da operação. – Falei no comunicador. – Equipe 3 e 2 permaneçam em posição, equipe 1 avançar.

Entramos na reserva.

Foi impossível passar despercebidos, alguns residentes nos acusavam de invasão. Contudo temos autorização do juiz para entrar e fazer buscas, além da apreensão do suspeito. Caminhamos para casa de Rainwater.

Anna MaeOnde histórias criam vida. Descubra agora