Cap. 23 - Bem-Vindas!

601 106 30
                                    


BRIAN

Me mudei para nossa casa, como Anna gosta de frisar, é ótimo estar juntos. Unificar nossas vidas e caminhar na mesma direção. Recebi ontem o resultado do teste de paternidade, estávamos ocupados demais no trabalho e não tive tempo para abrir. Hoje, pela manhã o entreguei nas mãos de Anna.

- Se prefere assim, eu abro. – Falou.

Ela rompeu o lacre de segurança do envelope e tirou as folhas. Leu atentamente por alguns instantes, foleando cada página com cuidado. Não estou nervoso, só um milagre ou uma sabotagem podem fazer o resultado ser diferente do que espero.

- Ele não é seu filho. – Disse ela olhando para mim, em seus olhos vejo tranquilidade. – Holly não possuí mais nada para usar contra nós.

- Ela nunca teve, tudo não passou artimanha. – A servi com as torradas. – Contudo não podemos baixar a guarda, tenha certeza que ela irá reagir.

- Eu sei e às vezes isso me tira o sono, tenho medo do que ela possa estar planejando. Quero encontrar o verdadeiro pai Ray, tenho suspeita de que ela ainda mantêm contato com ele.

Puxei a cadeira e sentei-me, para tomarmos o café da manhã.

- Espere. – Uma lembrança me ocorreu. – Para chegar até a delegacia é preciso passar pela rua atrás do café. Certa noite, ela ainda estava grávida, eu a avistei entrando em uma BMW prata. O carro era do último modelo lançado na época. Foi estranho pois ela caminhava olhando para os lados, como se temesse ser vista. Porém não fiz suposições.

- Eu faço agora e suponho que era o pai de Ray. Minha irmã é ambiciosa e sempre deu valor a questão material. Ela nunca nos contou quem financiou a reforma feita no café. Se fosse Louis ele não pararia de tocar no assunto, adora se exibir.

- Acha que o tal cara pagou? – Tomei um gole de café.

- Sim, outro dia quando espionei uma conversa dela, ouvi se gabando de estar com alguém rico. Vou chegar ao fundo disso, pode apostar. – Seu tom determinado.

Anna acrescentou pasta de amendoim as torradas e uma generosa quantidade de mel. Uma mistura inusitada.

- Desde quando se tornou espiã? – Falei, tocando a ponta do nariz dela.

- Brian, eu faça o necessário para nós proteger. – Garantiu.

ANNA

A caminho do trabalho passei em frente ao café, o carro dela não está no estacionamento. Segundo mamãe, ela ainda não fez nenhuma visita a Ray e pouco telefona para conversar com ele. Louis também desapareceu, se não fossem meus pais aquele garoto estaria muito mal. Retornei aos arquivos de concessão da reserva, minhas suspeitas estavam certas. O prefeito tem intenção de revoga-la e vender aquelas terras para uma construtora. Condomínios residências em área de preservação ambiental, isso é crime. Os Rainwater devem ter participação nisso, o chefe da reserva sempre age com intenção de atrapalhar a justiça. Não tenho provas concretas, mas sei quem pode consegui-las, os federais. Sinalizei os pontos questionáveis no contrato e a relação da prefeitura com a construtora, tudo em um relatório detalhado enviado ao setor do FBI que lida com esses casos. Se os federais levarem o assunto a diante o prefeito deve ser afastado.

Sara e LaToya virão para o jantar. Brian está de plantão, ele já enviou o pedido para ser desligado da corporação. Espero que eles não demorem a responder.

- Como anda a vida de casados? – Sara questionou com um toque de ironia.

- Muito boa! – Fiz uma careta.

Anna MaeOnde histórias criam vida. Descubra agora