Cap. 20 - Pesado

651 112 23
                                        


ANNA

Holly pediu para mamãe levar Ray até o café, porém o nosso pai que acompanhou o garoto. Papai está decidido a mantê-lo conosco e em segurança. Jesse recebeu os resultados dos testes, passou em todos eles. Resta encontrar uma posição na polícia do condado. LaToya está em New York, a audiência sobre a petição para cancelar a venda é amanhã. Nossa última esperança, tenho confiança em minha amiga.

Após horas de conversa e preparação, solicitei a liberação temporária de Rainwater. Ele será monitorado a todo instante. Seu carro, casa e telefones estão grampeados.

- Vou relembra-lo mais uma vez. – Meu tom frio. – Essa é sua única chance de escapar da condenação perpétua. Ver seus filhos crescerem, levar seu filho a faculdade e conduzir sua garotinha ao altar. Eu quero Carl e todos os outros, com provas seguras. Se falhar dê adeus a sua liberdade.

Ele me olhou com temor.

- Quando se encontrar com os outros membros do grupo usará escuta. – O xerife informou. – Tenha cautela ao contatá-los, não permita que suspeitem de nada.

- Minha família, estarão seguros? – Rainwater indagou.

- Sim, eles estão em local protegido e longe daqui. – Assegurei.

A família dele foi removida da reserva assim que ele assinou o acordo. Para não levantar suspeitas a Sra. Rainwater falou ao chefe que foi para casa de uma tia, por não querer contato com o marido no momento. Na realidade ela ainda acredita na inocência dele, até perdoou o envolvimento com prostituição.

- Poderei vê-los?

- Quando cumprir a sua parte no acordo. – Disse com dureza.

Situações extremas exigem medidas à altura.

O xerife assinou a liberação dele, apesar de ainda contrário ao plano. Peter e outro policial irão segui-lo.

- Ficarei até o final dessa operação na cidade. – Howard comentou. – Alguma dica para curtir e relaxar?

Derek me acompanha caminhando até o tribunal.

- Algumas, farei uma lista. – Paramos no sinal aberto para carros.

A escolinha de Ray fica do outro lado da rua.

- Ótimo, em qual deles você irá me acompanhar? – Seu olhar sugestivo.

- Nenhum, você sabe que estou em um relacionamento. – Não gosto quando as pessoas se fazem de tolas.

- Sim, com o xerife carrancudo. – Zombou. – Aquele homem não parece muito divertido.

Não estou com humor para conversa fiada.

- Ele não precisa aparentar para ser. – Atravessamos a rua.

- Como quiser, mas se mudar de ideia sabe onde me encontrar. De certo que a faço sorrir.

Parei diante do muro da escola. O vento está frio.

- Derek, o convite que fiz a você é profissional. Temos uma amizade, ultrapassamos o limite dela algumas vezes, porém pare com essas insinuações. Respeite a mim e o meu relacionamento. – O olhei para ele com irritação.

- Eu sei que não é seu estilo fazer isso. Não quis desrespeitar. – Falou embaraçado. – Me desculpe.

Me despedi dele, continuando o trajeto sozinha. Dobrando a esquina avistei o carro de Holly, estacionado logo atrás de uma mini van. Olhando de um lado para outro não vi sinal dela. Não resisti a vontade de vasculhar. Me aproximando olhei pela janela do passageiro, no banco alguns panfletos do café. Nada fora do comum, apenas um pouco de lama nos pneus.

Anna MaeOnde histórias criam vida. Descubra agora