9 - Quando ela se deu conta

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Miranda dormia tranquilamente quando sentiu a cama tremer com o pulo que Andy deu sobre o colchão. Ela gemeu sem abrir os olhos, já reclamando por ter sido acordada.

— Miranda! Acorda, rápido! — deu beijos estalados no rosto dela.

Hummm… Oh não, de novo não.

— Vamos lá, você precisa ver isso!

— Andrea, é madrugada, você deveria estar dormindo, eu deveria estar dormindo. — seu braço agarrou Andy pela cintura e puxou contra seu corpo.

— Não podemos perder isso, é sensacional! Vamos! — Andy se contorceu dentro dos braços dela.

Miranda soltou o ar resignada e abriu os olhos, vendo o brilho excitado no olhar da jovem. Ela se levantou da cama com o cobertor robusto enrolado sobre seus ombros, protegendo-a do frio, e acompanhou Andy até o terraço, onde ela tinha a perfeita visão das luzes de Nova Iorque, a cidade que nunca dorme, e do lindo céu estrelado.

— Olha essa lua! Tão grande e amarela. E essas estrelas, não são incríveis?

Miranda olhou para o sorriso largo e doce dela, os olhos direcionados para o céu, refletindo neles o brilho das estrelas. E foi naquele exato momento que ela se deu conta, e ela jamais poderia esquecer daquele dia em que teve certeza.

— Sim, realmente incrível. — Andy a olhou, somente para perceber que Miranda olhava apenas para ela.

Ela arrastou Miranda para uma espreguiçadeira dupla, onde elas se deitaram e compartilharam o cobertor. O céu estava realmente lindo, e se fosse para ver o lindo sorriso de Andy e compartilhar o calor de seu corpo embaixo de uma coberta, Miranda acordaria todas as madrugadas.

— Obrigada por isso. — Andy sussurrou, pressionando o rosto na curva do pescoço de Miranda.

— Eu não tive muita escolha, hun? Com você eu nunca tenho.

Andy levantou o olhar com seu largo sorriso culpado, e uniu seus lábios aos de Miranda, tocando o rosto dela com carinho.

— Mas valeu a pena, você tem que admitir, olhe só para isso. — Ela direcionou seu olhar para o céu estrelado enquanto Miranda não tirava os olhos dela. — É sensacional.

— Você é uma menina. — Proferiu e Andy a olhou com o cenho franzido.

— Não, eu sou uma mulher! — Disse, determinada.

— Às vezes uma menina, outras uma mulher. A maioria das pessoas perdem essa capacidade de se admirar com as coisas da vida, elas se acostumam e tudo parece perder a cor. Você não perdeu essa capacidade de olhar para as coisas como se nunca as tivesse visto, ver o mundo à sua volta com um olhar de criança, cada coisinha é incrível, excepcional e curiosa.

Andrea sorriu quente, olhando no fundo dos olhos azuis. Ela beijou Miranda mais uma vez e deitou sobre seu ombro, a mão mergulhando sob a camisola e pousando em sua barriga quente.

— Eu sou uma menina. — suspirou.

— Isso é realmente adorável, eu amo isso em você. — Miranda sentiu o polegar acariciar sua pele. — Eu amo você, na verdade.

Andy ergueu o rosto subitamente, surpresa e até mesmo assustada com a declaração.

— Você pode repetir, apenas para o caso de eu estar delirando. — Miranda riu, jogando a cabeça para trás.

— Eu amo você. — repetiu e os grandes olhos de Andy brilharam umedecidos. — Amo a minha menina.

Completamente sem palavras, Andy fez o que seu interior pedia naquele momento. Beijou Miranda com uma sofreguidão pulsante e entranhou os dedos nos fios curtos do cabelo dela.

Operação Cupido (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora