Operação Cupido (Mirandy - Intersexual)

19 - Celebrando o amor

Um ano depois…

O carro passou sob a placa de madeira da Sachs Vineyard and Winery, fazendo barulho sobre o caminho de cascalho. A alguns metros da varanda, Andy estacionou o veículo e trocou um olhar com a mulher ao seu lado. Elas sorriram uma para outra, comunicando-se em silêncio.

— Cinco, quatro, três, dois… — Andy fez a contagem regressiva e a porta de entrada se abriu revelando duas pré-adolescentes afobadas, correndo na direção delas, seguidas por Patrícia. — Sempre pontuais. Você está preparada?

— E quando eu não estou? — Miranda ergueu as sobrancelhas para ela e logo as garotas estavam batendo em cada janela ao lado delas.

— E então? Vocês buscaram? Está tudo certo?

— É oficial? Por que vocês estão com essa cara? Mon dieu, digam de uma vez!

Caroline e Cassidy bombardearam suas mães de perguntas assim que elas saíram.

— Okay, respirem um segundo, por favor. — disse Andy, vendo as meninas respirarem fundo ainda com os olhos impacientes. — Isso, muito bem. Agora… — ela olhou para Miranda, que, fazendo um suspense torturante, tirou de trás dela uma pasta e abriu, mostrando a linda certidão de casamento para as meninas.

— Oh, eu acho que vou desmaiar. — Caroline colocou a mão na testa e se jogou dramaticamente nos braços da irmã, que sem paciência empurrou ela para longe.

— Obrigada, mommy, obrigada mãe. — Cassidy abraçou as duas pela cintura e Caroline se uniu a elas.

— Esse é para sempre o melhor presente de aniversário de todos.

— Melhor do que os suprimentos para acampar que nós trouxemos? — Miranda provocou.

— Isso depende, minha cara. Tem Oreos e manteiga de amendoim?

— Um montão. — Andy sorriu, agitando as sobrancelhas.

— Nah, esse ainda é o melhor.

Elas riram e beijaram o topo da cabeça de cada filha, antes que elas pegassem as sacolas dentro do carro e corressem para dentro da casa, deixando as mães para trás.

— Acho que precisamos cortar a cafeína delas. Esqueceram como andar e isso é totalmente sua culpa. — Miranda entortou seu bico para Andy.

— Claro, é sempre minha culpa. Quanto tempo será que elas ficaram maquinando uma forma de fazer a gente casar até chegar na ideia de pedir como presente? — Elas deram os braços e caminharam pacientes na direção da porta.

— Acho que depois da tentativa das revistas.

— Oh, sim! Revistas sobre casamento espalhadas por toda parte e comédias românticas de casamento nas sessões de cinema em casa. Eu não aguentava mais ouvir a palavra casamento.

— Foi divertido fingir que não estávamos percebendo e vê-las enlouquecer.

— O que você acha que elas vão pedir a seguir? Um irmão?

— Eu aposto que sim e sequer posso imaginar o que vem depois disso. — Miranda suspirou e abaixou o olhar, alcançando a maçaneta. Impedindo-a de abrir a porta, Andy tocou a mão dela.

— E se elas pedirem?

Miranda apenas encolheu os ombros e se desvencilhou de Andy, passando pela porta rapidamente e encerrando a conversa. Andy passou as mãos nos cabelos e soltou o ar de vez, recuperando o sorriso e entrando em seguida.

— Hummm… tem algo cheirando muito bem. — Ela seguiu o aroma até a cozinha, onde Cara montava uma cesta de guloseimas.

— Aqui tem comida para gêmeas adolescentes se alimentarem bem por dois dias. Elas estão em fase de crescimento, precisam de nutrientes.