10 - Unidas mais uma vez

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Miranda estava tão cansada ultimamente que não seria justo julgá-la por não notar os sinais. As negociações com a British Runway haviam sido bem sucedidas, agora ela tinha a parceria necessária para decolar seu novo negócio, a grife La Priestly.

Mas tudo isso tinha um preço, ela estava trabalhando arduamente para deixar a American Runway ao mesmo tempo em que estava organizando a sua mudança para Inglaterra e liderando os primeiros passos para o início da realização de seu sonho.

Miranda estava cansada ultimamente. Tanto que ela se permitia fechar os olhos no carro, no caminho de volta para casa. Ela sentiu o movimento do veículo cessar e olhou pela janela, notando estar na frente de sua confortável casa no Upper East Side.

Roy, seu motorista há uma década, abriu a porta do fundo e Miranda desceu graciosamente. Somente quando a porta da casa foi fechada atrás dela, que ela permitiu desvelar o cansaço do dia. Os ombros finalmente relaxaram, os olhos se mostraram cansados e ela suspirou, caminhando na direção da cozinha.

- Oi, minha querida. - Miranda cumprimentou Andy, que estava sentada na banqueta, em frente ao balcão.

- Oi. Um daqueles dias difíceis?

- Um dos piores - abriu a geladeira e serviu um copo com água, juntando-se a Andy no balcão. - E o seu dia? Você chegou cedo? Já está até de pijamas. - roçou as costas dos dedos na bochecha de Andy e deu um beijo casto e demorado em seus lábios.

- Bom eu... - Miranda viu um certo receio no olhar da jovem. - Eu não fui trabalhar hoje. Eu não estava me sentindo bem.

- Novamente? Eu acho que você precisa procurar um... - Os olhos azuis focaram diretamente nas pantufas felpudas rosa neon que Andy calçava. - Deus, eu acho que vou ficar cega. Eu disse que odiava essa monstruosidade.

- Sim, eu me lembro. - Andy disse, ainda mais receosa, a mão trêmula limpando o suor frio da testa. Miranda a olhou preocupada e tocou o braço dela. - E eu me lembro que você disse que era inaceitável usar algo assim, a menos que...

- Que você estivesse grávida, porque elas podem ser realmente confortáveis, seguras e... - ela começou a se dar conta e Andy se encolheu ainda mais nos próprios ombros. - e... e... oh meu Deus! Você não...

Foi então que Andy tirou do bolso de seu pijama um bastão branco, com duas fitas rosa bastante destacadas, e entregou para Miranda, que estava com o rosto pálido e os olhos confusos.

- Oh meu Deus! Eu não sabia que...

- Eu sei.

Elas se olharam e nesse momento, lendo os olhos castanhos amedrontados, Miranda entendeu e tratou de se recompor para apoiar a jovem. Ela envolveu os braços no pescoço de Andy e sorriu, seus olhos se enchendo de lágrimas prestes a desabar.

- Vamos ser mães! Quer dizer, somos mães, eu acho. - Seu sorriso se tornou mais que brilhante, e flashes de seu futuro passaram por sua mente, ela, Andy e um bebê.

- Você está feliz?

- Você não está? - Miranda inclinou a cabeça para o lado com o olhar doce e cheio de emoção.

- Se você estiver, sim. Se você não estiver eu estou ferrada.

- Não seja dramática. Tem um fruto nosso aqui, - sua palma tocou a barriga dela. - um pedacinho meu e seu. Deus, isso é tão inacreditável... e maravilhoso... eu não sabia que podia fazer isso. Meu pai vai ficar nas nuvens.

Operação Cupido (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora