EPÍLOGO

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Andrea olhou para trás do encosto do sofá e ouviu os cochichos vindos da cabana de lençóis e cadeiras improvisada pelas filhas. Ela voltou a deitar, aninhando-se ao corpo de Miranda.

A noite estava quente, mas a brisa fria adentrando as janelas e portas abertas da casa deixava o clima agradável. Miranda e Andy namoriscavam com pernas e braços entrelaçados, sorrisos e risos entre os beijos, conversas picantes divertidas e amorosas. Elas tinham uma bandeja de refrescos e frios ao alcance, e não pretendiam sair tão cedo do aconchego de seus corpos.

— Você lembra da primeira vez que nos mudamos para essa casa? — Perguntou Andy, deitando sobre o braço de Miranda.

— Você estava grávida e com uma barriga pontuda linda. Claro que eu me lembro, minhas melhores memórias daquela época estão aqui. — Ela pousou a mão na barriga de Andy, vestiam apenas roupas frescas de dormir.

— Achávamos que era temporário, ainda assim, você se apaixonou por essas terras imediatamente. Sequer lembrou da casa em Nova York.

— Eu sempre gostei da energia desse lugar, e você estava aqui, então... Lembro de observar você flutuar na piscina, achava tão lindo, tão divino… era como parar no tempo. — Miranda tocou o rosto dela, beliscando o lábio inferior de Andy entre os seus, antes de beijá-la apaixonadamente, as mãos passeando por sua cintura e os calcanhares se roçando.

— Sabe do que eu sinto falta de estar grávida? Você me mimava tanto.

— Que injusto, eu sempre mimo você. — Miranda fez um bico inclinado, com um olhar magoado.

— Ah, era totalmente diferente. Eu me lembro de ficar tomando sol na borda da piscina enquanto você espalhava protetor solar pelo meu corpo cuidadosamente, cada centímetro. Massageava meus pés, perguntava se eu estava com algum desejo, se eu sentia alguma coisa… você nunca deixava suas mãos longe.

— Você é minha esposa preciosa que carregou os bebês mais preciosos do mundo, como esperava ser tratada? — Ela ergueu as sobrancelhas e Andy sorriu, puxando o queixo dela para beijar sua boca, tão cheia de carne saborosa e macia. — Amo-te tanto, querida, que às vezes sinto que tem algo muito forte dentro de mim que não sei como colocar em palavras, e por mais que estejamos juntas colocando nossos sentimentos para fora em forma de ações, essa força não alivia.

— Eu também te amo muito, Mira. Acho que estamos com saudade uma da outra… Lembra do nosso primeiro beijo? Havia tanta tensão acumulada entre nós, que em nossa boca tinha uma fome que ameaçava sugar toda a energia uma da outra.

— Eu nunca tinha sentido algo daquela maneira, nossa intensidade me surpreendeu de tal forma que também senti um pouco de medo.

— Com todas as responsabilidades e a dificuldade de ficar sozinhas, acho que tem muita tensão entre nós de novo, por isso se sente assim. — Andy olhou novamente por cima do encosto e então sussurrou para Miranda — Nós deveríamos fugir, precisamos ficar sozinhas de verdade.

— Você quer dizer, fugir de casa? Não podemos deixar as meninas sozinhas, perdeu o juízo?

— Fugir do estado, ou do país. Deixamos elas com Cara e escapamos no meio da noite, o que acha de Paris? Foi lá que percebemos nossos sentimentos pela primeira vez, seria muito romântico.

— Que gracinha, é nesses momentos que você me lembra a menina que observava as estrelas no meu terraço. — Ela soltou um riso, voltando a beijar Andy, dessa vez mais demoradamente, tendo suas mãos espalhadas por toda parte.

Elas rolaram sobre o sofá, deslizando seus corpos um no outro. Andy deixou um discreto gemido escapar quando Miranda pressionou sua coxa entre as pernas dela e sugou sua língua de forma lasciva.

Operação Cupido (Mirandy - Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora