Operação Cupido (Mirandy - Intersexual)

15 - Acampamento em família II

Miranda andava de um lado para o outro com Cassidy em seu colo, balançando-a em seus braços para acalmar o choro intenso da criança. Ela chorava junto com a filha com o coração partido e dolorido, enquanto seu pai assistia preocupado, encostado na porta do quarto de bebê.

— Eu sei, eu sei meu amor… eu também sinto falta delas.

Ela abraçou a filha intensamente, beijando sua cabeça coberta por uma cabeleira ruiva e fininha. Cassidy cessou o choro, soluçando e soltando sons de protestos, era quase como se estivesse brigando com a mãe.

— Eu sei, Bobbsey. A mamãe sente muito, minha pequena.

Cansada, ela finalmente adormeceu e foi colocada cuidadosamente no berço. Miranda fechou a tela de proteção e se virou, recebendo um abraço reconfortante de seu pai.

— Eu não sei se vou conseguir, pai… eu não sei… não sei se forte o suficiente.

— Eu continuo me abstendo sobre esse assunto, mas estou aqui para te apoiar em qualquer decisão, Mira. — enxugou as lágrimas da filha e beijou sua testa. — Vem, vamos comer alguma coisa.

Mais tarde, naquela noite, Charles encontrou a filha a observar a rua pela janela da sala. Ele se aproximou e tocou suas costas com carinho, mas ela sequer se moveu.

— Você ainda acha que ela vem?

— Ela me prometeu várias vezes, e mesmo que eu saiba que tudo mudou, preciso acreditar que ela vai cumprir em algum momento.

— Mira...

— Eu sei, é ridículo. Mas eu perdi minha filha e meu amor ao mesmo tempo, preciso ter esperança em alguma coisa.

✿ ✿ ✿

Naquela noite, com o acampamento montado nas proximidades de um lago, Andy, Miranda, as meninas e Meredith estavam sentadas ao redor de uma fogueira.

Todo mundo comendo truta, com exceção de Meredith que, sentada em uma pedra e enrolada em um cobertor, golpeava os mosquitos em sua perna enquanto passava uma loção no braço.

— Tem certeza que não quer trutas, sis? Tudo bem, por falar nisso, se começarmos a chamar você de sis? — Cassidy provocou.

— Seria estranho tratar a futura esposa da sua mãe como irmã, acho que ela preferiria que você me chamasse de Meredith e não, obrigada, eu não como truta ... pela milésima vez. Vou esperar até o café da manhã. O que teremos de café da manhã, querida? — Voltou-se para Andy.

— Truta. — Andy e as meninas responderam em coro.

— A gente sempre vive da trilha aqui em cima, faz parte da experiência. — Andy concluiu.

— Qual é a outra parte, ser comida até a morte por mosquitos? — deu um tapa em um mosquito que pousou em sua canela, depois olhou para a embalagem da loção. — Estou começando a pensar que eles realmente gostaram dessa coisa.

— O que é que você está usando? — Andy pegou o frasco na mão dela e avaliou um pouco do conteúdo. — Você vai atrair todos os mosquitos da montanha. Isso é açúcar e água... Onde você conseguiu essas coisas?

Meredith fuzilou as meninas com o olhar, e elas continuaram comendo como se nada tivesse acontecido.

— Chega por hoje. Eu vou tomar um comprimido gigante para dormir e vou para a cama.

Ela se levantou irritada, pegou seus dois gravetos e bateu um contra o outro enquanto se dirigia para sua tenda.

— Meredith, o que diabos você está fazendo? — Andy a olhou como se ela fosse uma louca.