25. um plano (im)perfeito

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❛ BELLE MONROE. ❜

EU PODIA SENTIR um nervosismo nem tão comum e ultimamente distante enquanto aguardava por Nath. Não deveria ser nada demais, e no entanto eu estava quase tremendo.

Iríamos sair juntos na rua. Mãos dadas, sorrisos apaixonados e provavelmente um beijo na praça da cidade apenas para deixar as redes sociais doidas por ─ esperava eu ─ vinte e quatro horas. O clima estava razoável, ambos estavam com tempo para isso e por sorte, nenhum esteve gripado nos últimos dias. Não havia absolutamente nada que pudesse atrapalhar nosso plano e logo poderíamos riscar esse item da lista se não fosse por um único detalhe...

Eu.

Eu me sentia como na primeira vez que fui fazer um teste para meu primeiro grande papel, mas a sensação ainda conseguia ser pior. Eram como se houvessem borboletas furiosas em meu estômago, as asas batendo violentamente e provocando a pior sensação que eu me lembrava de ter sentido na vida. Se eu tivesse ingerido algo, com certeza já o teria colocado pra fora.

E mesmo assim, eu não conseguia aprovar a pequena e persistente ideia para pedir ao Nath e ao Joshua para remarcar nosso plano. O tempo estava se tornando cada vez menor e acho que isso contribuiria para Cecília permanecer com um vitorioso e egoísta sorriso na cara pintada, sendo que um dos principais motivos dessa ideia ter surgido era evitar esse troféu figurado à ela. Felizmente, aquele mulher nos julgou demais diante dessa possibilidade quando nos deu aquele maldito prazo de um mês antes de anunciar meu namoro.

No entanto, eu acho que ela sabia exatamente o que estava fazendo, porque eu estava caindo feito um patinho na ideia de deixar todo o trabalho para ela. Se analisarmos essa possibilidade, eu apenas deixaria de anunciar primeiro, e deixaria que ela se vangloriasse mais uma vez diante da minha reputação para atrair uma maior audiência e talvez até uma promoção... Eu deixaria mesmo que ela fizesse tanto mal com essas exposições desrespeitosas? 

Quando a campainha toca, eu me sobressalto, sendo arrancada brutalmente de meus pensamentos quando fui abrir a porta e confirmar a presença de quem eu já sabia ser o indivíduo. Nathaniel.

─ Espera ─ Eu o barro na porta, medindo-o de cima a baixo e notando algo diferente. ─ Você está com uma jaqueta nova?

─ Eu vou virar assunto no Twitter pelas próximas vinte e quatro horas, então tenho todo o direito de estar um arraso. ─ Ele brinca, logo fechando a porta. ─ Está tudo bem?

Eu o encaro, notando as sobrancelhas escuras curvadas em preocupação.

─ Sim... ─ Minto, mas quando ele levanta uma única sobrancelha em questionamento, eu rapidamente cedo. ─ Talvez não...?

─ Está nervosa?

─ Um pouco. Ou muito. Mas não quero cancelar.

Quando percebo, ele me puxava até o sofá na sala, a mão aquecendo a minha antes de ele me sentar em seu colo, permitindo que eu captasse seu perfume enquanto passava as mãos ao redor de minha cintura, deixando-as ali quando eu rodeei seu pescoço com as minhas.

─ Sabe, não vamos passar uma boa impressão se você desmaiar na rua ─ Ele brinca, e eu forço um sorriso por pura educação. ─ Podemos fazer isso outro dia. Não temos que nos apressar.

─ E dar aquele gostinho pra Cecília? Eu passo. 

─ É o trabalho dela. Se não nos importarmos, o gosto da vitória vai durar menos.

─ E como ela vai saber que nós não nos importamos?

Ele dá de ombros, os olhos divagando num canto vazio por um curto período.

─ Talvez ela não saiba. Mas ela não pode tomar esse poder diante das nossas vidas. E outra: você sempre pode mandar um tweet sarcástico pra ela. Eu adoro uma pequena fofoca desse tipo nas redes sociais. ─ Ele fala com naturalidade, mas eu não consigo conter a risada.

 ─ Você deve ser uma espécie de ser intelectualmente superior. ─ Eu brinco, encarando o chão. ─ Esse é um dos motivos de eu amar você.

Repentinamente, sinto uma enorme vontade de desaparecer. Eu havia falado aquilo. Em voz alta. Aquilo. E esse seria um momento essencial para um dilúvio.

─ Você me ama? ─ Ele pergunta, e não sei como me portar quando sua voz fica mais rouca que o normal. Na verdade, eu continuei encarando o tapete de carpete da sala, e já estava começando a ter uma supervisão de cada fio daquele objeto quando decidi encarar o Jones por fim.

─ Talvez... ─ Respondo, segurando em seus ombros e provavelmente fazendo uma careta. ─ Depende da sua reação...

Ele sorri, um movimento delicado nos lábios sem mostrar os dentes.

─ Izzy, eu sou doido por você desde o Sweet Amoris, e isso retornou quando você voltou pra cidade. Eu não sou muito bom com isso, mas...

Eu sentia um sorriso enorme no meu rosto quando entendi exatamente o que ele estava tentando dizer, e não consegui me controlar na possibilidade de ele se atrapalhar com as palavras, então simplesmente o beijei, selando os lábios com os seus por um curto momento antes de cessar com o gesto. E quando ele sorri para mim, ainda que sem me olhar nos olhos, eu me sinto tão mais tranquila em relação ao meu dia que chego a me assustar com isso.

─ Eu te amo, Isabelle Monroe. 

─ Eu te amo, Nathaniel Jones. 

Ele me abraça então, e eu o aperto em meus braços sem qualquer vontade de soltá-lo.

─ Acho que podíamos deixar para depois. ─ Eu me afasto, um pouco a contragosto, e o encaro nos olhos amarelados. ─ Estou começando a acreditar que Cecília não merece toda essa atenção que estamos dando à ela.

─ Esse é o espírito da coisa. ─ Ele sorri, selando brevemente os meus lábios. ─ Podemos aproveitar essa tarde para fazer outras coisas.

─ Sério? Tipo o que? ─ Indago curiosa, e sua mão alcança minha cintura com velocidade quando ele me beija, curiosamente me surpreendendo.

Eu levo minhas mãos para sua nuca, onde acaricio os curtos fios dourados e macios de seu cabelo antes de nos separarmos.

─ Gostei da ideia. ─ Respondo, sorridente quando ele me deita no sofá e tira sua jaqueta.


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