(♡) DELICADO
───── 𝙣𝙖𝙩𝙝𝙖𝙣𝙞𝙚𝙡 𝙟𝙤𝙣𝙚𝙨.
Belle Monroe estava arruinada graças a diversas interpretações de uma fala sua. Numa entrevista qualquer, ela perdeu um grande papel numa franquia e ainda virou uma das celebridades mais comentadas...
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NATHANIEL EXITOU EM dizer qualquer coisa para Belle durante provavelmente as duas horas mais torturantes de sua vida adulta. Ele viu diversas vezes a mulher perfeita sob um vestido vermelho ─ que lhe caiu muito bem, apesar de ele não gostar tanto da cor ─ e se sentiu horrível a cada olhar cruzado com o da morena, que rapidamente teve que ser desviado devido aos paparazzis no estabelecimento. O homem se perguntava desde quando limitou qualquer desejo com medo ou receio do que falariam, mas estava ali, naquele jogo estúpido quando tudo o que queria era abraçar a Monroe.
Então ele resolveu sair do evento, mesmo antes que Ravena desse qualquer agradecimento aos diversos rostos estranhos presentes ali.
Lá fora, ele desejou, de forma egoísta, que Belle nunca tivesse tido essa vida luxuosa e sem qualquer privacidade, e talvez os dois pudessem estar juntos agora. Depois balançou a cabeça, afastando o pensamento maldoso da mente quando viu a Monroe sair do Snake Room, linda e terrivelmente triste no vestido de cetim, mas parecia tão aliviada quanto ele quando seus olhares se cruzaram, ao que parecia, numa quinta vez daquele dia horroroso.
Ele pode ver as bochechas dela mudarem rápida e absurdamente de cor, assim como a hesitação dela ao entrar no táxi e, de alguma forma, sentiu culpa. Ele queria poder fazer alguma coisa e, no entanto, tudo o que podia fazer para o bem de ambos era se afastar.
Então o Jones suspirou, frustrado enquanto passava a mão pelos fios de cabelo loiro e desistiu de entrar no bar, pegando com pressa a moto e saindo dali.
Depois daquele evento, tudo o que ele queria era distrair a cabeça dessa merda de fama e como ela atormentava as pessoas com quem se importava, afagar a cabeça de Branca e escutar a gata ronronar até cair no sono. Naquele momento, qualquer tipo de distração era válida.
Então ele a viu. Encostada ao lado da porta de seu apartamento, com a barra do vestido um pouco amassada e alguns fios escuros cobrindo a face, Isabelle parecia distante enquanto encarava o chão, passando a mão por um dos braços nus como se quisesse se aquecer.
De fato, a noite que antes parecia quente começou a esfriar de uma forma repentina e inesperada.
─ Izzy? ─ Ele desceu com pressa da motocicleta, preocupado com a mulher enquanto procurava alcançar a mesma.
Quando ela o encarou, parecia subitamente cansada, apesar da boa forma. Segurava os saltos altos nas mãos pequenas e os olhos amarelos mostravam uma tristeza que ele viu poucas vezes na vida.
─ Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem? ─ O Jones tirou o terno que vestia, e passou a peça pelas costas da mulher, encaixando-na em seus ombros sem que ela autorizasse.
Forçadamente sorriu, um movimento rápido em apenas um dos cantos dos lábios pintados de vermelho, e balançou os ombros.
─ Eu precisava sair daquele lugar. Quando me dei conta, havia dado o endereço da sua casa pro taxista.
─ Tudo bem. ─ Ele segura seus ombros, olhando para a rua deserta em seguida. ─ Vamos entrar, está bem? Está ficando frio aqui fora.
Ela concordou, adentrando em sua casa logo depois do loiro, e se sentando no sofá. Podia ouvir Branca caminhar até os dois, provavelmente depois de um sono e tanto. Ela passou com vigor pelas pernas do dono, arrancando um sorriso do mesmo antes de ir se sentar ao lado da Monroe.
─ Você está bem? Parecia chateada no evento.
─ Eu queria não ter ido. Quer dizer, no início pareceu uma boa ideia, mas quando eu estava lá... Eu não podia nem passar perto de você e já sentia alguma câmera sob nós dois. Foi sufocante.
─ Eu entendo. ─ Num gesto mal pensado, ele a puxa para um abraço. Parecia o certo a se fazer e qualquer chance de ele se afastar dela se foi quando pôde sentir a fragrância do perfume que usava.
─ Eu não quero isso. Me desculpa por não tentar naquele dia, mas eu percebi agora. ─ Mesmo com a voz um pouco abafada sobre seu peito, Nathaniel pôde escutar com clareza a voz da mulher, que abraçou o tronco do homem com força. ─ Com certeza há outro jeito, mas não há como descobrir nada de braços cruzados.
Ela se afasta, encarando-o nos olhos. Nathaniel pensou que ela estaria chorando, mas os olhos amarelados não estavam nem mesmo brilhando. Ela parecia frustrada e cansada, e mesmo assim determinada demais para se render a todo aquele jogo de imagens.
Ele se surpreende, mesmo que sem demonstrar, quando a mais nova pega em sua mão, acariciando a mesma com um dos dedos. O loiro pôde ver uma mínima curvatura em seus lábios, e ela ajeitou uma mecha solta do cabelo atrás da orelha antes de encarar o Jones.
─ Se o que você quer é realmente acabar com isso, eu vou respeitar. Mas, se não for...
─ Não é o que eu quero. ─ Ele diz com convicção, interrompendo as palavras da Monroe sem culpa alguma. Encarou as mãos dadas e sorriu, levando a outra mão disponível ao rosto dela. ─ Eu quero ficar com você.
Belle parecia surpresa, os olhos pintados brevemente arregalados antes de ela sorrir, levando uma das mãos até a de Nathaniel e segurando a mesma enquanto ele se aproximava.
─ E se vamos colocar as cartas na mesa... ─ Ele começa, aproximando a face da dela, mas afundando a cabeça no pescoço da mulher. ─ Eu não quero que nada nos interrompa dessa vez.
Belle sorriu, talvez o primeiro sorriso realmente sincero no dia, e empurrou Jones para o canto. Largando o terno sob os ombros no braço do sofá, ela se permitiu subir no colo do loiro, puxando-o pela gola da camisa branca até que a distância entre seus rostos fosse mínima, e ela podia sentir as mãos quentes do homem em sua cintura enquanto analisava sua boca, cobiçosa.
─ Se é assim que você quer, Nathaniel... ─ Ela o encara, os olhos âmbar dos dois transmitindo desejo quando ela desabotoou o primeiro botão de sua camisa. ─ Que assim seja.