Capítulo 18

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  Ambos olharam para Zac como se ele estivesse a dizer a maior barbaridade, não podia ser, era ridículo que isso acontece-se quem iria ser tão burro a esse ponto? A pergunta ainda se tornava mais ridícula que a ideia em si, claro que um idiota que queira um bom resgate e visse as notícias ia raptar a Emma.

  - Zac tens a certeza disso? Não há mais nenhuma probabilidade de ser algo mais?

  - Não!!! Vocês conseguem encontrar mais alguma hipótese para o brinco da Emma estar aqui caído e com sangue?

  - Não.- disseram ambos e olharam para baixo.

  - Para além de que acabei de receber uma chamada do meu agente a dizer que um homem ligou a pedir um resgate de 300 mil euros pela vida da minha namorada, juntem as peças.

  Olharam uns para os outros e perceberam que não havia mais peças a juntar, Emma tinha mesmo sido raptada e não sabiam em que estado estaria.

  - Temos de ir à polícia para começarem as buscas.- Rachael disse enquanto lhe escorria uma lágrima pela cara.- Eu não penso perder a minha melhor amiga, não por vocês os dois serem uns idiotas e não a compreenderem, e muito menos por minha culpa, por uma brincadeira estúpida.

  - Nós não podemos ir à polícia, ele fez logo o ultimato. Tenho de entregar os 300 mil euros amanhã às 18h30 no Stillwater Park, sozinho e sem avisar a polícia. Se o fizer ou não cumprir com o acordo ele manda pedaço a pedaço da Emma em caixas. Não penso correr esse risco. Vamos todos para minha casa hoje, chamem a malta, Harry avisa a tua mãe e de caminho pede para a tua irmã lhe dar um clamante ela vai precisar para dormir a noite toda, nós ficamos encarregues por hoje amanhã elas logo vêm ter connosco.

  - Ok, vou fazer isso. Rachael avisa os outros da situação e para irem para a casa do Zac.

  Enquanto os amigos desesperavam por ela, Emma estava encerrada numa cave escura e com um cheiro terrível, ela achava que fosse uma cave porque desceu umas escadas, mas como estava com os olhos tapados não tinha noção de nada. Como lá chegara? Bem depois do parvalhão a empurrar para dentro do carro, fizeram um caminho mais ou menos de uma hora pois teve a noção que levaram imenso tempo a lá chegar. Claro que quando o idiota a tirou com toda a simpatia do carro, ela lhe deu um valente ponta pé só não sabe onde lhe acertou, só sabe que lhe doeu. Claro que ele não se ficou, deu-lhe uma sova tão grande que ela perdeu as forças e ele teve de a arrastar até às famosas escadas, depois empurro-a escadas abaixo, não se ia dar ao trabalho de a descer com delicadeza, claro. Foi amarrada a uma cadeira e ali estava há horas, sem comer ou beber algo, não sabia quanto tempo aguentaria. Por momentos sentiu um arrepio pelo corpo, como se não fosse sair dali viva. A temperatura estava a baixar, como era possível estavam em pleno verão, estaria a ficar louca? Não, sentiu mesmo frio como se fosse uma aragem, de certeza que o anormal tinha ligado o ar baixo zero. Não iria aguentar muito tempo assim, apesar de saber que os amigos estavam à sua procura, ou talvez não ela tinha ido embora com raiva e eles podiam pensar que ela fora espairecer. Talvez o seu futuro não fosse muito prometedor.

  O tempo passava e Emma sentia cada vez mais frio, não vinha ninguém ao pé dela há horas ou seria minutos? Já não sabia. Estava envolvida nos seus pensamentos mortais quando ouviu um ranger de porta e uns passos nas escadas. Seria agora o seu fim? Podiam não ter pago o resgate ou simplesmente o anormal podia ter perdido a pouca paciência que tinha. Não consegui-a ver nada, estava tudo muito escuro, só sentiu uma presença perto dela e alguém lhe tocar no ombro. Como que instintivamente desviou-se o mais que conseguiu, mas não era muito, até sentir um arrepio pelo corpo, não era frio mas sim um sinal que talvez aquele toque não fosse só um simples toque. Engoliu em seco e fechou os olhos com toda a sua força, não queria ver o que se segui-a só queria desaparecer para sempre.

  - Heyy miúda? Podes abrir os olhos, não te vou fazer nada. Só estava a ter a certeza que estavas viva.

  - Viva? Talvez esteja, mas não por muito tempo, não é? Quem és? Não és o mesmo idiota que me trouxe para aqui.

  - Agora percebo muita coisa.- termina a frase a rir-se.- Sou o irmão do idiota, não concordo com nada do que ele faz. Metade são idiotices e está não passa de outra, mas não posso fazer mais nada a não ser evitar que ele faça mais asneiras. Vim trazer-te comida, pelos vistos nem isso ele foi capaz de fazer. Vou ajudar-te, ok?

  - Não concordas, mas continuas a ajuda-lo, não percebo isso!

  - É o que dá eu ser o mais novo, não tenho voto na matéria. Não faças nenhuma asneira, eu dou-te a comida não te posso desamarrar, quando quiseres que pare avisa.

  - Ok, então conta-me já obtiveram resultados desta brilhante ideia?- ele olhou para ela com aquele olhar do obvio que não, mas não podia fazer nada.- Bem me parecia, porque eu não tenho nada com o Zac, somos só amigos. Foi uma história inventada pelas revistas só porque nunca o veem com ninguém.- ele não respondia, porque sabia que era verdade, continuava a dar-lhe a comida.- Para só um pouco, isto leva tempo a mastigar.

  - Ok não digo que não tenhas razão, mas o meu irmão acha que tens algo com ele e quando ele mete algo na cabeça ninguém a tira. Vamos estas quase a acabar e não posso ficar muito mais aqui, daqui a nada ele chega e chateia-se por eu te ter dado comida.- ele olhou para ela com pena, não concordava com o que o irmão estava a fazer e tinha pena da rapariga nem sabia o seu nome, mas não podia ir contra o irmão era o único que lhe restava.- Ok já está, não lhe digas que te dei comida. Eu tento vir cá outras vezes, mas ficas calada pode ser?

  - Eu não digo nada.- ele deu meio sorriso e voltou costas, era um rapaz alto, musculado, moreno e de olho verde, Emma ficara surpreendida quando ele acendera as luzes e o vira. Pensava que estava morta e já estava a sonhar, mas não, o que será que um rapaz tão bonito faria naquelas vidas? A vida tinha do ter castigado bastante. A escuridão voltou e o frio que por momentos tinha desaparecido também tinha vindo junto. Passaram-se alguns minutos até voltar a ouvir o ranger da porta e uns passos, desta vez mais pesados, não podia ser o mesmo rapaz, seria? Aquela escuridão matava-a, tinha de apurar os outros sentidos todos para se situar. Os passos estavam cada vez mais próximos dela, chegava-lhe ao nariz um cheiro de quem não tomava banho há pelo menos uma semana. De certeza que era o idiota ou seria outro capanga que morasse ali? Não sabia de nada, e continuava tudo nas escuras.

  - Quem está ai?

  Não se ouviu uma resposta, naquele silencio torturante só se ouvia uma respiração pesada. O arrepio de há pouco? Talvez não fosse um sinal para aquele momento, mas sim para o agora. Talvez fosse um aviso, um pressentimento, mas também não podia fazer muito ali amarrada não tinha como escapar.

  Sentiu a outra pessoa a aproximar-se, a respiração estava muito próxima dela, consegui-a sentir o bafo de alho podre na cara e aquilo estava a produzir-lhe uma revolta no estômago. A respiração continuava, bem próxima, demasiado e temi-a o pior. Sentiu um toque na cara, a pessoa passou as costas da mão da sua testa até aos lábios, e com a ponta dos dedos delineou os lábios de Emma com toda a calma. O arrepio de há pouco voltara e desta vez era real, quem quer que estava ali ia fazer algo com ela e não era dar comida de certeza. Passou-lhe a mão pelo pescoço, não parando ali. Emma fechou os olhos, imaginou que estava numa praia e não ali, que aquilo tudo não passava de um pesadelo, naquele devaneio proferiu algumas palavras suplicantes.

  - Por favor nãome faças mal, deixa-me por favor.- escorreu-lhe uma lágrima pelo canto do olho,e talvez aquela não fosse uma lágrima solitária, muitas mais a acompanhariam.

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⏰ Última atualização: Apr 03, 2021 ⏰

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