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POV Phillip Valerie

Estava chegando na editora. Usava uma calça jeans azul com uma camisa social branca e botas cano curto pretas. Meu cabelo não era arrumado há muito tempo. Desci do táxi e alguém, que eu nunca pensaria que viria até mim, me chamou:

- Phillip! Ei...

Viro vendo Vivian correr até mim. Estreitei os olhos diante da mulher de vestido preto e botas cano curto brancas. Seu cabelo preto estava preso em um coque bagunçado. O batom em sua boca era vermelho, e sua maquiagem era leve.

- Vivian... O que você...?

- John me ligou. Eu preciso falar com você sobre Bonatti. Agora. - Seu olhar era urgente.

- Ah. Tudo bem. Mas não pode ser depois? Eu não queria me atrasar. Victor deu de pegar no meu pé por qualquer deslize.

Agarrou meu braço.

Suas unhas afiadas estavam perto demais de meu braço e isso me deixou nervoso. Imagina essas unhas cravarem na minha pele? Sinto dor só de imaginar!

- Precisa ser agora.

- Ah. Certo, certo. Pode ser no café aqui perto?

- Não. É perto demais da Editora Alfa. Vem, entra no carro. - Me puxou até seu carro.

Nem tentei ir contra. Ela parecia certa demais do que dizia para eu ter algo bom o suficiente para contrariar.

Assim que pus o cinto ela deu partida, pondo um óculos escuros. Vi pelo retrovisor Victor chegar com Theo em seu carro. Torci a boca, virando o rosto.

Ela dirigiu até uma cafeteria do outro lado da cidade. O lugar tinha certo luxo, então não é o tipo de lugar qual estou acostumado em ir. Sentamos em uma mesa bem reservada, tirando os casacos. Ela parecia paranóica, olhando para os lados com os olhos inquietos.

- Precisa ter cuidado com Theo. Ele é mais perigoso do que parece. - Me fitou, nervosa.

Estreitei os olhos.

- Do tipo que encomenda uma surra para alguém que quer fora de seu caminho? Já sei. - falei com ironia, vendo ela arregalar os olhos.

- Quando isso aconteceu? - Esbanjou preocupação.

- Tem um mês. - Levantei a mão chamando a garçonete, que logo veio. - Um capuccino, por favor?

- Sim. Desejam algo mais? - Anotou no caderninho.

- Duas tortas de morango e um café preto. - respondeu ela.

A garota com os cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo assentiu se retirando.

- Duas tortas, é? - digo sorrindo.

- Victor me disse que você gosta de morangos.

Meu sorriso se desfez e suspirei, quando disse o nome dele.

- Ah, claro. - falei, seco.

- Não mude de assunto! Ninguém se mete no caminho de um Bonatti e sai ileso, Phillip. Eles são a elite da classe alta e conseguem tudo que querem.

- Vá direto ao ponto, Vivian. A hora está correndo. - digo eu, impaciente, apontando para o relógio em meu pulso e apoiando as costas na cadeira.

Ela suspirou.

- Fiquei sabendo que Theo está com Victor e que você está na mira dele. Da última vez que aquele lá cismou com alguém, infernizou tanto a garota que ela largou a faculdade e entrou em depressão. Ajudei ela à recomeçar a vida na Espanha, mas ainda tem crises de ansiedade. Eu era amiga dela e tentei abrir os olhos de Victor na época, mas ele não ouvia ninguém quando se tratava de Theo. Fiquei preocupada contigo, assim que John me contou que ele estava no seu pé. Mas aparentemente, Theo não fez mais nada contra você depois dessa surra.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora