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POV Phillip Valerie

Acordei com o sol em meu rosto. Tinha adormecido no sofá noite passada, mas me encontrava na cama em meu quarto. Sorri sentando com cuidado para não machucar ainda mais meu tornozelo, passando a mão no cobertor cinza sobre mim. O detetive deve ter me carregado até aqui depois que peguei no sono. Paul saiu do banheiro vestindo o casaco, sorrindo para mim.

- Oi. Eu estava de saída. Vou descobrir quem é Nathan e entro em contato.

Se aproximou sentando na ponta da cama.

- Tudo bem. Posso ver com John se ele conhece. Vai ver é um amigo antigo. Eles se conhecem desde a faculdade, é provável.

- Sim. Me liga se descobrir antes de mim. E como está seu pé?

- Melhor. Quase não dói.

- Que bom. Então se precisar de qualquer coisa...

- Eu te ligo. Já sei. Pode ir tranquilo, Paul. - Ri segurando sua mão.

- Tudo bem.

Beijou minha mão, levantando. Observei o policial sair sentindo uma sensação calorosa no peito. Ele faz eu me sentir bem e confortável. Como não sentia há muito tempo. E não tinha certeza o que isso significava.

Apoiei as costas na cabeceira, pegando meu celular. Liguei para Smith, que atendeu no segundo toque.

- Oi, John.

" - Oi! Tudo bem? Está sentindo algo? "

- Não, não. Estou ótimo. Nem está mais doendo. Escuta, tenho uma pergunta. O nome Nathan é familiar?

Ouvi vozes ao fundo e reconheci a de Kevin.

" - Sim. Ele era meu colega de quarto na faculdade. E namorou com Theo antes dele se envolver com Victor. "

- Ah, sério? Então é um babaca. - deduzi ouvindo o outro falar com alguém que estava em uma ligação comigo.

" - Não. Ele é a melhor pessoa do mundo. Nunca entendi como alguém tão bom pôde ter algo com Theo. Mas por que a pergunta? "

Falei o resumo da lista que Paul encontrou e ele suspirou após um longo silêncio.

" - E você ainda vai continuar? Mesmo sabendo que ele quer você morto? "

- Sim. Já comecei, vou até o fim. E só eu estou na mira dele. Apesar de Vivian estar em andamento e eu não faço ideia do que isso significa.

" - Realmente. Mas pense nisso depois. Nathan mora em Chicago, é o melhor médico geral da cidade. Posso te passar o endereço dele e você resolve o que quer fazer. "

- Pode ser. Mas tenho uma ideia melhor. - Sorri com malícia.

" - Phillip, olha lá. Sem nenhuma proeza maluca de novo, ouviu? Tem que estar recuperado na minha festa que é em três dias. Sem você a estratégia para o aniversário cai por terra! "

- Tudo bem, tudo bem. Relaxa, cara. Não vai ser nada demais. E onde você está?

" - Na casa do lago. Estamos arrumando tudo com o pessoal da ornamentação. Estou quase enlouquecendo. "

Ri ouvindo a voz de sua mãe gritando para ele ir escolher os guardanapos.

- Vai lá. A gente se fala.

" - Tchau, se cuida. "

Desliguei já arquitetando o que ia fazer.

{...}

No dia seguinte desembarquei em Chicago. Mesmo ainda com a tipóia. Ia ficar cerca de quinze dias usando isso, por causa do deslocamento no tornozelo.

Sabia que Nathan estaria nesta festa em Chicago. E com os contatos que tenho, foi fácil entrar. Agora só precisava encontrá-lo e dar o bote.

Tinha ligado para seu apartamento mais de três vezes desde que falei com John. Disse que tinha um assunto importante para tratar com ele mas sempre desligava na minha cara porque estava ocupado demais.

Desço de meu carro, pondo as chaves no bolso do casaco preto, entrando na mansão, onde uma música alta tocava ecoando por todo o local. O sol da tarde iluminava em seu auge. 

Andei pelo aglomerado de pessoas até a sala do outro lado. Onde havia um bar. Ele estava lá bebendo um drink. Que homem! Bonito, atraente e elegante. Não que o Meu Docinho não seja. Só que Nathan é realmente uma tentação. Como Theo abriu mão dele?

O homem afrodescendente tem olhos escuros e profundos. Ele é careca e mais alto que Victor, então automaticamente é mais imponente também. Usava um terno preto que marcava seu corpo em forma. 

Sentei ao seu lado.

- Um uísque, por favor. - pedi ao barman, tirando o casaco.

- Você é bem persistente, garoto. - Pôs o copo no balcão me fitando.

- Nem imagina, doutor Parker. Eu preciso mesmo falar com você. Teria pedido para John entrar em contato com contigo por mim, mas ele está resolvendo os preparativos do aniversário dele na casa do lago dos pais e vai ficar por lá até a festa em três dias. E eu não tenho esse tempo.

- Conhece John? - Estreitou os olhos.

- Sim. Ele é um cara bacana. Ele e Kevin são bons amigos para mim. Bom, o foco não é esse. 

- Explique melhor essa história, Phillip. Do começo. - Deu um gole do drink virando para me fitar.

Contei sobre quando comecei a trabalhar com Victor. Minha amizade com Kevin e John, meu namoro com Victor e meu breve envolvimento com Richard. Falei tudo o que Theo armou contra mim. No fim estava no meu terceiro copo. Foi bom colocar tudo para fora.

- Então? 

Suspirou passando a mão no rosto.

- Caramba. Achava que ele fosse melhorar com o tempo. Mas isso? Nem parece o garoto por quem eu me apaixonei. Naquela época, ele era tão doce. 

- Ele nunca foi, Nathan. Desculpe ser tão rude, mas estou de saco cheio dele! Theo só é doce com Victor. Se ele era assim com você, então vai ver também gostava de ti. - Bebo mais um gole já sentindo o corpo mais leve.

- Você é bem centrado, não é? 

Fito o mais velho.

- Hum? Ah! Sim, sim. - Ri pondo o copo no balcão. 

- John sabe de tudo isso? Por que ele não me contou?

- Eu pedi que ele não falasse com ninguém até eu ter tudo sob controle. E ele está tão ocupado esses dias, porque mudou de área há pouco tempo e ainda está se adaptando.

- Ah, sim. Ele comentou comigo mesmo. Mas enfim. O que quer que eu faça, Phillip? 

Abro um enorme sorriso.

- Sobre isso… Vai ter que confiar em mim. Tudo bem? 

Assentiu.

- Veio até aqui só falar comigo?

Pensei um pouco, lambendo os lábios.

- Poucas pessoas sabem que é uma péssima ideia mexer com um Valerie, doutor Parker. Mas é bom que você fique sabendo: a pior coisa que ele fez foi ficar no meu caminho. - falei convicto.

Ele desviou o olhar para a bebida balançando o copo na mão, antes de solver o que restava do álcool, então disse:

- Vamos ver onde isso vai acabar, Phillip. Mas pode ter certeza que não vai acabar bem.

Respirei fundo compreensivo.

- Eu sei.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora