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POV Paul Moore

Estacionei o carro há dois quarteirões do prédio de Campbell, guardando o revólver calibre 38 no coldre na cintura antes de sair do carro. Vim com roupas de civil, para não chamar atenção.

A noite estava bonita e iluminada. A lua cheia em contraste com as estrelas fazia parecer que faziam parte dos enfeites de natal na casas e nas ruas. Eles saíram há cinco minutos, esperei por precaução. Entrei no prédio, pensando: Só Phillip para me fazer aceitar esse plano maluco.

Tinha falado com o dono do prédio há alguns dias. Entrei em um acordo com ele, para não precisar invadir. O que ele sabe é que estou em uma investigação, apenas.

Sequer citei o nome de Theo ou de Victor. O delegado permitiu que eu trabalhasse no caso sozinho, mas sem sair da lei. Como já havia ocorrido certa vez. Mas não vem ao caso.

Tirei um par de luvas pretas do bolso, as colocando, entrei no apartamento de Campbell, deixando as luzes apagadas. Peguei a lanterna pequena do bolso, usando para iluminar. Estava na cara que ele tem bastante dinheiro. Nada fora do lugar e todas as portas fechadas. O escritório trancado me fez pensar que poderia ter alguma pista lá, porém lembrei que Phillip garantiu que Victor é paranóico com tudo sobre seu trabalho, e por isso a sala vive trancada dia e noite. Pouco provável que Theo tenha deixado algo importante onde o único que entra é o loiro.

Continuei andando pelo corredor escuro, até que parei no quarto. A porta meio aberta foi a deixa perfeita. Adentrei, sorrateiramente, vasculhando tudo. Pus a lanterna entre os dentes, porque precisava das mãos para buscar algo útil no closet. Que era enorme. Meu apartamento inteiro caberia ali facilmente. Deduzi que o lado com roupas mais chamativas era de Bonatti, portanto concentrei a busca no lado esquerdo. Enquanto tateava o fundo de um armário, minha mão esbarrou em algo de ferro. Era uma maçaneta. Tinha um fundo falso escondido atrás de roupas e de uma caixa pesada. Afastei tudo, depois retirei a parte falsa. Dentro era como um armazém com cerca de um metro com uma pasta preta, um celular novo e uma maleta branca com muitos fechos. Peguei a maleta, abrindo com cuidado. Ao ver o que tinha, fiquei preocupado em como ele pode atingir Valerie de uma forma pior que profissionalmente.

Era dividida em quatro fileiras com facas de vários tamanhos, um cartucho de balas e uma arma automática no centro. Só alguém com treinamento teria armas dessa forma. Voltei a pôr no lugar, verificando as demais coisas. Na pasta havia folhas com nomes, números e transações de dinheiro. Tirei fotos tendo certeza que um desses ia me ajudar a provar que ele foi o mandante do ataque que Phillip sofreu. Um papel era uma lista com nomes, e alguns me eram conhecidos. De Victor, e um Nathan, um sinal de verificado ao lado. Kevin e John, escrito controlados. Vivian, em andamento. Jake, inofensivo. E por último... Phillip, um x vermelho. Em qualquer caso, isso significa morte.

Ou seja, Theo não quer apenas afastar totalmente Phillip de seu namorado. Quer eliminar o mais novo. Isso eu não vou permitir, Theo Bonatti.

Então virei, iluminando o closet, até minha perna esbarrar em algo no lado oposto. Na última repartição do armário, vi uma caixa. Me abaixei com a lanterna em uma mão. Peguei o retrato que estava escondido sob uma camisa, vendo que eram Phillip e Victor na foto. Abraçados, sorrindo e felizes. Campbell o olhava como se fosse seu maior tesouro no mundo. Senti um sentimento estranho, como um incômodo. Ciúmes? Ah, não. Não posso estar com ciúmes!

- Vocês tinham tudo juntos. Por que estragar isso, senhor Campbell?

Deixei a caixa no lugar onde estava. Não era sensato e nem fazia sentido vasculhar as coisas dentro dela.

(...)

POV Phillip Valerie

Estava em uma casa noturna com Vivian, Richard e Suzan. Jake ia passar a noite com os pais e o irmão. Bebi outro copo de vodka, mexendo a perna ansiosamente.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora