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POV Phillip Valerie

- O filme é tão importante assim? - indago sorrindo.

- Depende.

- Do que?

- Ah, nada. Esquece.

- Qual é, Victor! - Entramos na sala de cinema. - Depois você tem que me contar. - falo sentando ao seu lado, pegando a pipoca e pondo na boca com uma mão.

Na metade do filme eu nem sabia mais o que estava passando. Isso porque a mão de Victor tocou a minha sobre a poltrona acabando com minha capacidade de pensar. Depois do cinema fomos a um parque próximo. Sento ao lado do mais velho em um banco. Seu celular tocou, quando viu quem era apenas guardou novamente.

- O que foi?

- Era minha mãe. Ela está no meu pé para voltar com Vivian. É insuportável. - Suspirou.

- Você não tem mesmo uma boa relação com ela, não é? - pergunto o fitando.

- Não. Meus pais são controladores, sempre quiseram mandar na minha vida. Eu só não queria te envolver nisso.

- Como assim?

- Eles não gostaram da ideia de eu me envolver com um garoto, entende? - Passa um braço no encosto do banco atrás de mim.

- Espera. Seus problemas com eles aumentaram por minha causa?

- Não. Phillip, não esquenta com isso. Meus pais são malucos normalmente. A culpa não é sua, Meu Anjo. - Pôs a mão em meu rosto me encarando.

Meu rosto esquentou.

- Hum. Tudo bem.

(...)

Me acompanhava até meu apartamento. Quando paramos na porta ele tomou minha mão, o fito nervoso.

- Meu Anjo, lembra o que eu disse em Miami? Sobre deixar você escolher a hora de dar outro passo.

- Ah, sim.

- Então, acho que vou quebrar essa promessa.

Fico em silêncio corando de leve, enquanto se aproximava. Pôs as mãos em meu rosto selando nossos lábios. Foi como se o beijo tivesse mandado uma corrente elétrica por todo meu corpo. Retribuo completamente inerte, pondo as mãos em sua cintura. O mais velho comandava o beijo tirando meu fôlego. Se afastou um pouco colando nossas testas, estava tão ofegante quanto eu. Encarei seus lábios levemente avermelhados tentando controlar a imensa vontade de beijá-lo novamente.

- E-Eu não posso fazer isso. Me desculpa! - digo me afastando.

- O que?

- É complicado. Eu sou complicado, Victor. Ah, não acredito que fiz isso. - Pus as mãos em meu rosto.

- Isso não é pelo o que eu falei sobre os meus pais, não é?

- Não, não. Me desculpa mesmo. - falo abrindo a porta, entrando em casa rapidamente.

Apoio as costas na porta puxando meu cabelo.

- Phillip, fala comigo. Por favor! Eu não entendo como um beijo pode ter desencadeado essa reação. - disse ele do outro da porta.

Fechei os olhos com força.

- Você não entende. Por favor, vá embora. Por favor... - Deixei as lágrimas molharem meu rosto.

- Não pode fugir do que você sente. Te vejo segunda. Boa noite. - Escuto sua voz mais distante.

Deslizo o corpo até o chão, abraçando os joelhos. Chorei de frustração. Por não conseguir me livrar do passado, não conseguir viver a minha vida livre dos fantasmas que ainda me assombram por causa de meu ex namorado. Me sentia o mesmo garoto ingênuo e frágil de dois anos atrás que foi enganado, usado e deixado de lado.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora