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POV Victor Campbell

É impossível!

Impossível parar de pensar em Phillip. Ele simplesmente não sai da minha cabeça. É como um vício que não consigo me livrar. E nem quero. Estava perdido em meus devaneios, quando ouço Bragança me chamar.

- O que?

- Eu falei com você três vezes. No quê está pensando? - pergunta sorrindo.

Estava sentado na cadeira de frente com a minha do outro lado da mesa.

- Ah! Desculpe. Não consigo tirar Phillip da cabeça. - Passo as mãos no rosto.

- Deu para perceber. Eu não sabia que você gostava de garotos também.

- Muito engraçado, idiota.

Riu ajeitando o blazer.

- Okay. Retomando o assunto: vai precisar viajar até Miami para resolver o problema do plágio com os acionistas. Aconselho que leve alguém da publicidade.

- Ah, é mesmo? - Sorri encarando um ponto qualquer da parede.

- Victor!

O fito.

- Não apresse as coisas com ele. Phillip pode quebrar seu braço facilmente caso queira.

- Como assim? - Estreito os olhos confuso.

Antes que pudesse responder, uma batida na porta soou.

- Entre.

Após minha permissão Kevin entrou. Usava uma calça jeans preta, camisa azul, jaqueta preta com coturnos marrom. Cabelo arrumado.

- Tem uma pessoa querendo falar com o senhor. - comunicou com o timbre receoso.

- Quem?

Hesitou antes de responder:

- Seu pai.

Respirei fundo sentindo a tensão me dominar.

- Sala de reuniões.

Assentiu saindo da sala.

Me ergui pegando o casaco, vestindo-o.

- Me espere aqui, sim?

- Claro. - Chase concordou, compreensivo.

Segui até a sala de reuniões tentando manter a calma. Afinal, se tratava de Martin Campbell. Um dos homens mais poderosos de Los Angeles no ramo empresarial. Meus problemas de relacionamento com minha mãe nem se comparam com os que tenho com ele.

Respirei fundo com a mão na maçaneta da porta. Entrei encontrando o mais velho de costas para mim. Virou me encarando com o semblante sério. Como sempre, claro. Trajava um terno preto, gravata em um tom azul escuro com sapatos sociais também pretos. Seus cabelos castanhos já tinham alguns fios grisalhos. Usava um relógio de marca no pulso direito.

- Serei breve. Afinal, apesar de não achar que seria capaz de ir tão longe, me parece ser bastante ocupado. - Sua voz era grave.

Assenti ignorando sua indireta. Como se algum dia eles tivessem acreditado que eu seria alguém na vida.

- Sempre deixei claro que não me agradava seu afastamento da família, Victor. Não importa as divergências que temos, somos sangue do mesmo sangue. Por isso, peço que se desculpe com sua mãe e com Vivian.

Fiquei em silêncio por alguns segundos. Por fim, sorrindo sarcástico antes de rebater:

- Minha mãe até considero. Mas Vivian? Ela sequer chegou a sentir algo por mim, meu pai. Não entendo a cisma de vocês com a família dela.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora