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POV Victor Campbell

- Por que me convidar se você nem está olhando na minha cara? - indaguei ao médico na minha frente, perto do balcão na minha cozinha.

Ele bufou.

- Somos amigos. Apesar de tudo. E Kevin não iria se eu deixasse de te convidar.

- Ah! Entendi. É por causa dele. Isso faz mais sentido.

Revirou os olhos.

- Já acabou com as piadinhas? Como ele está?

- Como você acha? Péssimo! A pessoa mais importante na vida dele se afastou por pura idiotice. - acusei, abrindo a geladeira para pegar uma garrafa de cerveja.

- Você foi a causa e ele sabe se virar muito bem sem mim. Perguntei sobre os sonhos com a mãe dele!

Abri a garrafa, bebendo um gole antes de responder:

- Não sei, ele não falou mais sobre isso. Mas se você perguntar, ele vai falar.

Desviou o olhar reflexivo.

- Kevin não quer papo comigo. Não até você e eu nos acertarmos. E isso não vai acontecer tão cedo. Vai com seu namorado?

- Óbvio! Não quero mais esconder minha relação com a pessoa que amo. Como fiz com Phillip e olha no que deu. - Seu nome saiu amargo da minha boca.

John quase rosnou ouvindo isso.

- O que é? - Comecei a ficar irritado.

- Nada. Eu já vou indo. Minha mãe quer que eu escolha a decoração de antemão. O lado ruim de fazer uma festa é que meus pais me deixam louco. - Levantou.

Não pude evitar o sorriso. Antes de nosso desentendimento, era comum falarmos o lado negativo dos nossos pais. É divertido.

- A gente se vê. - Me despedi.

(...)

Flashback On

- Victor, eu nunca escondi o que eu sinto por você. Poderia demonstrar mais consideração?

Estávamos em seu dormitório na faculdade. Seu colega de quarto ficava fora boa parte do tempo. Passava das 21:00 da noite.

- O que você quer que eu faça? Eu nunca gostei de homens, e de repente eu estou sentindo isso por você! Consegue entender como isso é confuso!? - gritei, vendo ele se encolher.

- E a culpa é minha? Você é tão egoísta assim? - Estava chorando.

- Não. Claro que não. Eu não... Droga!

Deitou na cama chorando. Deitei de frente para ele, enxugando seu rosto.

- Ei, calma. Desculpa. Eu não queria gritar com você, Theo. Sinto muito mesmo.

Seus soluços eram altos. Me abraçou afundando o rosto em meu peito. Afago seu cabelo, abraçando seu corpo e sussurrando palavras de conforto. Foi difícil acalmá-lo, mas depois de muito esforço consegui fazer com que parasse de chorar.

- Eu estou aqui, Baby. Calma, certo?

- Você gritou comigo! - resmungou, manhoso.

- Desculpe. Eu perdi a cabeça.

Quando ergueu o olhar selei seus lábios.

- Não faz mais isso, promete?

- Prometo. Vem cá! - Puxo o mais novo pela cintura, colando nossos corpos e o beijando com mais intensidade.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora