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POV Phillip Valerie

A viagem logo chegou. Kevin não iria conosco porque iria cuidar da editora na ausência de Victor. Ficamos na primeira classe. Sento ao lado de Campbell.

- Está cansado?

Assenti recostando a cabeça na poltrona.

- Precisa de algo? - indago.

- Não. Pode descansar.

Depois não dissemos mais nada. Acabei por pegar no sono. Já que tive uma péssima noite de sono e, o vôo seria meio longo. Acordei com a voz grave de Victor me chamando. Forcei os olhos antes de abri-los. Notando que estava com a cabeça apoiada em seu ombro. Me afasto rapidamente. Tinha um casaco me cobrindo.

- Chegamos.

- Ah, claro. - Coço a nuca.

Saímos do avião por volta das 16:00 da tarde. O sol brilhava fortemente, iluminando cada canto da cidade. Refletia no mar embelezando Miami ainda mais.

O hotel que vamos ficar é próximo do mar. Vamos dividir o quarto. Este tem duas camas de casal com lençóis brancos, um criado-mudo entre elas com um abajur. Estava muito cansado pela viagem, então apenas deixei a mala em um canto tirando os calçados logo deitando na cama.

- Eu preciso falar com o gerente. Vai ficar aqui?

- Sim. Estou exausto. - falo, vendo o mais velho sorrir.

- Tudo bem. Até mais.

- Até.

Assim que deixou o cômodo, fechei os olhos. Acabei adormecendo.

(...)

Acordo com uma voz gentil chamando meu nome.

Já tinha escurecido. Noto que havia puxado o edredom para me cobrir. Victor estava sentado ao meu lado. Sento apoiando as costas na cabeceira.

- Posso te falar uma coisa?

- Hum, claro. - Permito.

Seu olhar era tão intenso que fez meu corpo estremecer.

- Phillip, eu me importo com você. De verdade. - Segura meu rosto entre suas mãos olhando no fundo dos meus olhos.

- Victor... - Ponho uma mão sobre seu braço, logo sendo interrompido.

- Eu sei que vai dizer ser errado por eu ser teu chefe e tudo isso. Mas eu já não suporto esconder meus sentimentos por ti. Sempre sinto uma imensa vontade de estar perto de você e te proteger do mundo.

Fico sem reação. Fecho os olhos tentando ir contra tal sentimento.

- Não posso.

- Não pode? Então também gosta de mim? - Abro as retinas vendo seu sorriso feliz.

- Sim. Eu acho. Mas como o senhor já disse, é errado e não pode acontecer. - Me desvencilho dele abraçando um travesseiro. - Sem contar que meus pais nunca aceitariam.

- Mas você é maior de idade, não?

- Minha família é tradicional.

- Por que não os contraria? Você merece ser feliz.

- É fácil falar. - resmungo.

Sorriu se aproximando outra vez. Beijou minha testa.

- Então faça. Porque não vou desistir de ti tão facilmente.

Aperto a almofada entre os dedos com a cabeça baixa.

- Já reparei.

- Vou pedir o serviço de quarto.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora