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Mídia: Isak Danielson - Power / Phillip.

POV Phillip Valerie

Estacionei do outro lado da rua do restaurante. Peguei meu celular saindo do veículo e trancando as portas. Atravessei a rua, entrando no restaurante francês. Pedi que Richard conseguisse uma reserva para mim, já que ele é cliente do local. E a pessoa com quem vim almoçar é exigente.

O garçom me levou até a mesa discreta que optei. Ele ainda não tinha chegado. Suspirei de alívio, me sentando à mesa e tirando o casaco. Pouco tempo depois o mais velho chegou totalmente tenso e estressado. Já vi de quem Victor puxou o temperamento forte. Usava sapatos sociais pretos com um terno azul inglês. Havia anéis em seus dedos e um relógio de marca em seu pulso.

Abaixei o cardápio dando atenção à Martin que se sentou em minha frente, bufando em desgosto.

- Diga de uma vez, rapaz! Não tenho o dia inteiro.

- Serei breve, senhor Campbell. Sua família tem uma boa relação com os Bonatti?

Ele enrijeceu o corpo, me analisando com os olhos cuidadosamente.

- Ah! Ele voltou à se envolver com aquele garoto, não é? - falou em um tom de desgosto.

- Theo. Sim. Ele me mandou um lembrete há um mês. Gostaria de saber onde estou pisando.

- Se meu filho realmente se interessou por você, deve ser inteligente. Sendo assim, deve imaginar que mexer com essa família só traz coisas ruins. - alertou.

- O senhor também tem medo deles, é? - Brinquei.

Me fuzilou com o olhar. Apenas ri.

- Perdão. Mas foi o que pareceu.

- Não fazemos negócios com aqueles abutres! Se acha nossa família ruim, é porque nunca viu Giovanni Bonatti agindo para atingir alguém. - Parou como se estivesse tentando se lembrar de algo. - Qual é mesmo o seu nome?

- Phillip. Phillip Valerie.

Ele arregalou os olhos diante da informação.

- Valerie!? Você é o filho mais novo da Carla e do Matthew. - falou como se não quisesse acreditar.

- Oh, o senhor conhece meus pais? Bom, bom. Isso facilita as coisas. Não quero divergências com você ou sua esposa. Só quero acabar com aquele cretino. Nada mais. E se o senhor conhece minha família, sabe que eu posso. - Deitei as costas no encosto da cadeira.

Ele praticamente rosnou chamando o garçom. Sorri satisfeito.

- Você é igual ao meu filho. Maravilha! - ironizou no fim.

- Sei que ama seu filho. Por isso é tão ríspido. Meu pai não é muito diferente. - respondi sem pensar.

Vi ele relaxar os ombros encarando a aliança em seu dedo.

- Victor é teimoso igual à mãe! Nossa relação não é muito boa desde que ele se formou no colégio. Devo admitir que tive boa parte da culpa. Forçando o namoro dele com Vivian, tentando lhe dizer quem devia ser... Ah! Mas esse Theo foi a pior coisa nas nossas vidas! Plantou a discórdia entre nós. Meu filho é cego quanto à ele. Isso você não pode mudar.

- Victor não é o mesmo de antes. Mas de fato ainda acredita no que aquele... Indivíduo fala. - Me segurei para não falar outro palavrão.

Ergueu os olhos aos meus.

- Rapaz, por que ainda não desistiu dele?

Corei, constrangido, encarando a mesa. Isso não tinha passado pela minha cabeça. Afinal, qualquer um teria continuado a vida e esquecido o que aconteceu. Mas eu não consigo esquecer Victor. Muito menos deixar ele com Theo. Mesmo negando para mim mesmo, sei que estou fazendo isso porque gosto dele de verdade. Tendo me traído ou não.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora