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POV Phillip Valerie

- Meu pai está te esperando aqui. - Richard disse andando ao meu lado no corredor da casa de seus pais. De súbito parou, segurando meu braço. - Olha, eu falei sobre você para ele. Mas meu pai é meio difícil.

Sorri o confortando.

- Eu sei lidar com pessoas difíceis. Vou ficar bem. - Beijo sua bochecha.

- Se você diz. Vou te esperar na cozinha. 

Se afastou indo até o local que indicou.

A porta de correr de vidro estava aberta. Era bem iluminado por causa das enormes janelas de vidro ao redor do sofá preto com almofadas da mesma cor. As cortinas claras estavam abertas. Ele estava sentado no sofá, lendo um livro. Usava um terno cinza com gravata preta, sapatos pretos. Seu cabelo castanho escuro tinha mechas grisalhas, seu rosto tinha algumas marcas de expressão.

- Senhor Miller? 

Ergueu o olhar. Seus olhos castanhos eram intensos e escuros. 

- Entre, rapaz. Sente-se. - Sua voz era grave. Parecida com a do filho. 

Fechou o livro, pondo ao seu lado. 

- O senhor queria falar comigo, certo? - Sento na outra parte do sofá perto da outra janela.

- Sim, sim. Richard não se impressiona facilmente. Então, queria conhecer esse garoto tão incrível. Palavras dele. 

Sorri.

- Seu filho é uma ótima pessoa. Ele está sendo modesto. 

- Você vem de uma boa família. Conheci seu irmão em um evento há um tempo. Bom rapaz. Imaginei quando teria chance de conhecer o caçula dos Valerie. Só não imaginava que seria desta forma. 

- É. Não vou me igualar a eles, senhor. E sobre minha situação atual, bom… Se eu pudesse pediria demissão hoje mesmo. Mas não tenho outras opções de emprego e, apesar de tudo, nunca misturei relação profissional com amorosa. 

- Pode me dar mais detalhes? Ouvi por alto, mas ainda não entendi sua relação com Victor.

- É complicado, senhor Miller. Posso dizer que eu estou resolvendo tudo. Na minha cabeça, na minha vida, tudo. Só que ainda não tenho certeza do que está passando na cabeça dele. 

- Seus pais não se envolveram? 

- Não. Eu pedi que me deixassem resolver. Por que a pergunta? - menti.

- Martin e Laura são muito orgulhosos e não ligam se estão ou não presentes na vida do filho. Eu alertei um milhão de vezes para não seguirem por esse caminho. Mas em vão.

- Eu sei. Já tive uma conversa com Martin. Ele é difícil. Mas dá pra conversar. 

- Acho que é o primeiro que ouço dizer isso sobre ele. Não. O segundo, na verdade. - Sorriu. - Vamos, rapaz. Diga, qual sua relação com meu filho? 

- Agora, somos só amigos. Gosto de tê-lo na minha vida.

- Agora, é? - Riu.

Ri, coçando a nuca.

- Sim, sim. Nós tivemos um breve relacionamento amoroso.

- Tudo bem. Não preciso dos detalhes. - brincou rindo.

Ele era diferente do que me disseram. É mais descontraído que meu pai e mais sarcástico que Martin. Realmente uma combinação perigosa. 

Ri relaxando um pouco.

- Aliás, obrigado por estar ajudando com o problema todo com aquele jornal.

- Sem problemas. Não negaria ajuda ao filho de um amigo.

Não Era Um Ponto Final | 1° Livro || Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora